Além de estarem conquistando gradativamente cargos mais importantes dentro das empresas, tem crescido também o número de mulheres empreendedoras.

Segundo o IBGE, no Brasil, ao final do 3º trimestre de 2020, havia 8,6 milhões de mulheres à frente de um empreendimento (formal ou informal), por conta própria ou como empregadora, representando cerca de 34% do total de donos de negócios existentes no país. Esta proporção varia entre os estados, sendo que em Rondônia, o percentual é de 25% e chega a 39% em Sergipe.
Nos últimos anos, verificou-se um aumento da participação das mulheres no total de donos de negócios. No entanto, essa tendência foi interrompida pela pandemia da covid-19.
Com a doença, uma proporção maior de mulheres retirou-se do mercado de trabalho. Na comparação do 3º trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior, cerca de 1,3 milhão de empreendedoras tiveram que abrir mão dos negócios, reduzindo a participação relativa das mulheres no empreendedorismo, com uma queda total de 34,5% para 33,6%.
Pesquisas anteriores do IBGE já mostravam que, antes mesmo da pandemia, em média, as mulheres brasileiras se dedicavam 10,4 horas a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas, como crianças e idosos, por exemplo. Com a pandemia, acredita-se que a diferença de horas deva ter aumentado, embora o IBGE não tenha divulgado a atualização desse número.
Comparadas aos homens, as empreendedoras:
- têm maior grau de escolaridade;
- são mais jovens;
- ganham menos;
- trabalham mais sozinhas (Conta Própria);
- estão há menos tempo na atividade atual;
- empregam menos (são menos empregadoras e têm menor número de empregados);
- têm estruturas de negócio mais simples;
- contribuem mais à previdência na atividade atual;
- trabalham proporcionalmente mais no setor de serviços.
A despeito das desigualdades fortes que ainda existem entre empreendedoras e empreendedores, 49% das mulheres donas de negócio são também chefes de domicílio. A proporção varia nos estados, com 42% no Piauí e 62% no Acre.
Em termos setoriais, as mulheres encontram-se em maior proporção em empreendimentos no setor de serviços, com destaque para os ramos de alojamento e alimentação.
O segmento chega a 25% dos empreendimentos geridos pelas empreendedoras do setor de serviços, sendo que no país esta proporção vai de 16% em SC a 51% no Maranhão. No caso dos homens, em média, esta proporção chega a 14% dos empreendedores no segmento.
Apesar da participação cada vez mais ativa das mulheres no segmento empresarial, é inegável que ainda existem desafios que precisam ser superados todos os dias para quem tem o perfil de mulher empreendedora.
Algumas das questões mais comuns nessa realidade e que, de alguma forma, também confirmam as razões das desigualdades que ainda existem entre homens e mulheres no meio empresarial são:
Fatores culturais
Embora o cenário do empreendedorismo tenha mudado bastante nos últimos anos, ainda é possível dizer que a cultura é um dos pontos que dificultam a jornada da mulher empreendedora. Durante muito tempo, a figura masculina esteve mais associada aos negócios, à liderança e à tomada de decisão.
Ainda existe certa resistência à figura feminina em determinados segmentos, o que acaba por inibir a participação.
Acesso ao crédito
Apesar de as mulheres apresentarem um nível de inadimplência menor do que os homens, ainda assim, elas enfrentam mais dificuldades para ter acesso a crédito para apoiar seus negócios.
Questões pessoais
É inegável que a mulher ainda recebe uma carga muito grande quando se trata da gestão familiar e da criação dos filhos. Diante disso, muitas vezes as jornadas duplas, ou até triplas, figuram como grandes desafios na vida da mulher empreendedora, que se vê obrigada — e, muitas vezes, sobrecarregada — com afazeres domésticos, cuidados com a família e a gestão empresarial.
Falta de confiança
Ainda que elas sejam mais escolarizadas que os homens, a falta de confiança em si mesmas prejudica o poder empreendedor das mulheres. Sendo assim, somente com melhorias nos quesitos comportamentais e técnicos é que elas poderão sentir-se mais confiantes em exercer o trabalho que almejam.
Autocobrança
Ao mesmo tempo em que a autocobrança pode impulsionar as empreendedoras a terem um desempenho cada vez melhor nos negócios, essa prática também pode levar a muita pressão, perfeccionismo e insegurança. Assim, muitas vezes, a autocobrança excessiva acaba causando sérios danos às donas de negócio.
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Artigo criado a partir do conteúdo do DataSebrae
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