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Thu May 23 14:33:39 BRT 2019
Inovação | AUMENTO DA EFICIÊNCIA PRODUTIVA
Aplicações da biotecnologia na área animal

Por meio de estudos genéticos e criteriosas seleções é possível aumentar a qualidade do rebanho.

· Atualizado em 23/05/2019
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A competição pelo mercado de biotecnologia na área animal exige que as empresas façam investimentos significativos em pesquisa para desenvolver produtos, que incrementem a produção e gerem animais que sejam capazes de produzir proteínas terapêuticas, modelos de estudos para doenças humanas e fornecedores de órgãos para os seres humanos.

Essas pesquisas utilizam ferramentas genéticas que foram desenvolvidas pela tecnologia do DNA recombinante e da transgênese.

Produção animal

Há séculos, produtores têm realizado seleção artificial em várias raças e linhagens de animais domésticos, a fim de aumentar a frequência de genes favoráveis economicamente.

No entanto, quando o objetivo é a obtenção de mudanças mais drásticas no potencial genético, a exemplo da mudança da base alimentar (pasto x grãos) ou dos requerimentos de mercado (redução de gordura), os produtores lançam mão de estratégias de substituição de raças ou cruzamentos, transferindo genes de uma população para outra, dentro de uma mesma espécie.

Esse tipo de seleção é lenta, pois tem que respeitar o intervalo de gerações, ou seja, a idade média dos pais na época da procriação. No caso dos bovinos, que têm um intervalo de geração de quatro anos, um programa de melhoramento tradicional envolve décadas de trabalho e pode não alcançar os seus objetivos.

A seleção assistida usando testes de DNA permite verificar, imediatamente após o nascimento, se os genes de interesse foram eliminados ou adicionados. Então, há a certeza da obtenção das características de interesse daquele animal e só é preciso que ele chegue à idade adulta para transferir tais características para os seus filhos – pelas técnicas clássicas de transferência de embriões ou pela clonagem.

Na Europa e nos Estados Unidos, esses testes estão sendo usados para eliminar o gene que confere à carne suína uma aparência pálida e aquosa.

Clonagem

A clonagem ainda não é usada no melhoramento animal, pois é um procedimento demorado e altamente ineficiente. O primeiro mamífero clonado por meio de células de um doador adulto foi a ovelha Dolly, em fevereiro de 1997.

A técnica constitui na transferência nuclear de duas células. A célula receptora, normalmente um óvulo não-fertilizado, e a doadora, com o seu núcleo do indivíduo a ser clonado, são fundidas e implantadas em uma mãe de aluguel.

Clones de bovinos, equinos, suínos e caprinos estão sendo anunciados com frequência pela mídia. No Brasil, o Dr. Rodolfi Rumpf, em 2001, foi o primeiro a conseguir a clonagem de bovinos quando nasceu “Vitória”, pela técnica de transferência nuclear.

Vacinas

Animais sadios produzem mais carne, leite e derivados. A vacinação é uma das medidas mais importantes em saúde animal, pois além de mantê-los sãos, elimina o risco de transmissão de doenças (zoonoses) para os homens.

O estado de imunidade pode ser obtido por meio de variados tipos de vacinas, baseadas em microrganismos vivos enfraquecidos ou mortos e comercialmente disponíveis.

Vacinas utilizando a tecnologia do DNA recombinante são alternativas às vacinas tradicionais e já existem muitas sendo comercializadas e outras tantas sendo testadas. Tais vacinas podem ser desenvolvidas eliminando ou destruindo genes do  que causa a doença ou de suas subunidades (proteínas).

Tratamentos, suplementos e novos kits de diagnóstico

Medicamentos como antibióticos e anti-inflamatórios são também produzidos pela tecnologia do DNA recombinante. Bactérias que vivem no intestino do homem e de animais são utilizadas como biorreatores e produzem esses fármacos com qualidade e quantidade superiores à metodologia clássica, além de serem produzidas a um preço inferior.

Um dos primeiros suplementos, derivado de um organismo geneticamente modificado, produzido por bactérias para a utilização na produção animal foi a somatrotofina bovina (BST), um hormônio produzido no cérebro e que é responsável pelo crescimento dos bezerros, com um papel relevante na produção do leite em vacas em aleitamento.

Atualmente, os kits de diagnóstico – usando produtos derivados da engenharia genética ou usando a Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) – permitem a detecção da doença em seu estágio inicial ou possibilitam eliminar os animais doentes e reduzir os efeitos nefastos das epidemias.


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