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Se cada pessoa é única, parece justo que os tratamentos de beleza também sejam personalizados. Alinhado a essa lógica, floresce no mercado mundial o conceito de beleza on demand, que se baseia na oferta de produtos desenvolvidos para suprir necessidades específicas.

Vale ressaltar que a beleza on demand não é sinônimo de cosméticos manipulados. O tipo de negócio que estamos abordando neste artigo é bem diferente: ele se refere a produtos planejados e desenvolvidos para atender aos novos desejos e às novas necessidades do público.

Vamos pensar na consumidora brasileira, que é o público que nos interessa: ela busca produtos para pele e cabelos, por exemplo; mas, dada a ampla diversidade das brasileiras, tanto no que se refere à tonalidade e características da pele quanto nos tipos e estilos de cabelos, é razoável deduzir que os cosméticos tradicionais estão defasados para atender às expectativas do público consumidor.

Impulsionado pelos avanços tecnológicos, incluindo big data e inteligência artificial, o conceito de beleza on demand vem preencher essa lacuna com forte valor agregado. O uso prático das novas tecnologias permite, por exemplo, identificar o que uma pessoa busca quando ela pesquisa sobre produtos de beleza na Internet. 

Assim, de uma forma abrangente, podemos definir on demand como algo que foi solicitado, buscado, desejado, procurado e demandado pelo consumidor. Para ser uma realidade, este conceito deve unir a tecnologia e o atendimento à expectativa do cliente no quesito produtos e serviços.

A tendência aparentemente veio para ficar e já está movimentando bastante dinheiro mundo afora: os cosméticos tecnológicos, com fórmulas exclusivas, movimentam globalmente mais de U$ 445 bilhões ao ano. 

Como entrar nesse ramo – visitando oportunidades

Empresas dedicadas aos cuidados com a beleza de quaisquer portes podem se beneficiar com a expansão do mercado on demand. O segredo do sucesso está em firmar parcerias diversas: com start-ups; com médicos dermatologistas, químicos, bioquímicos, farmacêuticos e outros profissionais técnicos de importância fundamental para o desenvolvimento de produtos; e com empresas de tecnologia, que são essenciais para interpretar os dados com a ajuda da inteligência artificial, determinando as melhores rotinas de cuidados para a pele ou cabelo com base em necessidades individualizadas.

A essa “arte” de unir inteligência artificial e inteligência humana para desenvolver produtos dá-se o nome de data science: com seu auxílio, pode-se compreender o comportamento do consumidor e as condições ambientais em que ele vive, por exemplo. Isso é essencial, porque uma pessoa de pele muito clara que viva em uma região mais seca e fria terá necessidades diferentes de outra com genótipo semelhante, mas que resida em um local quente e úmido. Com essas informações, os profissionais que lidam com data science obtêm as melhores combinações de ativos cosméticos para favorecer aquela consumidora.

A fórmula ideal pode ser manipulada nos laboratórios próprios da marca e enviados ao cliente com assinatura personalizada. Por se tratar de uma mercadoria individualizada, o produto on demand não é mantido em estoque.

Exemplos de produtos personalizados existentes no mercado:

• Batom personalizado: para adquiri-lo, a consumidora responde a um questionário que abrange tópicos como a característica facial que ela deseja destacar, qual textura prefere e o tipo de cor e intensidade de brilho que mais a agradam.
• Bases e corretivos: um software ajuda a escolher a tonalidade ideal para a pele da consumidora, que também pode escolher itens como fragrância e textura.
• Tecnologia para diagnóstico de problemas de pele e de cabelo.
• Tratamento de pele com soro personalizado: graças ao uso de inteligência artificial, uma fabricante europeia de cosméticos oferece tratamentos personalizados para a pele. A tecnologia disponível permite identificar problemas como acne, rosáceas (manchas vermelhas na pele) ou ressecamento. Com essas informações, um time de dermatologistas desenvolve o soro ideal para cada caso.

O mercado de beleza não vai ser mais o mesmo?

A resposta mais provável para essa pergunta é “não”. Consumidores mais conscientes, que interagem por meio de redes sociais e reconhecem a própria importância, exigem, cada vez mais, que os produtos que utilizam sejam sob medida para seus anseios e suas necessidades.

E uma das formas mais assertivas de fazer a personalização é utilizando Inteligência Artificial, que, conforme discutimos neste artigo, tem ganhado importância crescente no desenvolvimento de produtos de beleza de diferentes marcas.

Quem se dedica a esse mercado pode e deve estar atento a essas tendências. Com as parcerias certas, disposição para inovar e um bom planejamento, seu negócio poderá conquistar um sucesso maior do que você imagina!

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