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Tue Aug 30 14:05:07 BRT 2022
Inovação | INOVAÇÃO
Antes de inovar, é preciso criar a cultura certa

O sucesso de uma empresa está na capacidade que ela tem de se diferenciar. Assim, para inovar, ela precisa inspirar pessoas.

· 01/07/2014 · Atualizado em 30/08/2022
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Por Charles Bezerra*

Há alguns bilhões de anos, uma sopa química deu origem à vida em nosso planeta. Antigas formas de vida foram ficando mais e mais sofisticadas por meio de três simples mecanismos (mutação, cruzamento e seleção), fantasticamente explicados por Darwin em 1859.

Alguns organismos começaram a desenvolver estruturas neurais, bem como a capacidade de se comunicar e de criar ferramentas. Desenvolvemos, assim, o design, a arte, a ciência e a tecnologia, com a qual dominamos todas as outras formas de vida. Com a capacidade de criar, aceleramos ainda mais esse processo e ganhamos escala.

Mudamos tudo à nossa volta e criamos um modelo de vida além do que os recursos do planeta seriam capazes de sustentar. Alguém poderia dizer: “É porque somos muitos!”, mas será que é por isso mesmo?

Se compararmos a biomassa humana com a biomassa das formigas, por exemplo, as formigas pesam de três a quatro vezes mais que nós. Seria o equivalente a ter 30 bilhões de pessoas no planeta atualmente.

Alguém também poderia dizer: “É porque não tem dinheiro para todo mundo!”, mas será que é falta de dinheiro? Lembro-me do Ted Turner, criador da CNN, dizer que os trilhões de dólares gastos na Guerra Fria seriam suficientes para todo ser humano viver no paraíso material. Em outras palavras, não é porque somos muitos ou porque não temos dinheiro, mas sim pelo modelo de vida que escolhemos.

Podemos pensar a tecnologia, a comunicação e a competição do mundo atual como partes de um processo similar aos usados na seleção natural.

A tecnologia atua como um mecanismo de mutação e, constantemente, gera novas possibilidades. A comunicação e a conectividade permitem uma combinação de ideias equivalente a um mecanismo de cruzamento. E, por fim, a competição dos mercados atua como um grande processo de seleção, decidindo o que sobrevive e passa para a próxima geração. Essa dinâmica é capaz de nos manter em constante evolução e de criar toda a diversidade de ideias, produtos, serviços e experiências que estamos presenciando.

Darwin nunca disse que era o mais forte ou o mais inteligente que sobrevive. O que ele afirmou foi: “Quem sobrevive é quem está mais preparado para mudanças, ou seja, o mais adaptável”. Em um mundo de extrema competição como o que estamos vivendo, pessoas e organizações precisam aprender a se adaptar cada vez mais rápido.

O que determina o sucesso de uma organização é a capacidade de atrair a atenção dos consumidores para as suas ideias, produtos ou serviços. E, para isso, é preciso se diferenciar.

A essência da inovação é a busca pela diferenciação, a tentativa de deixar o cardume e buscar uma nova alternativa - algo que, até então, não acontecia na tecnologia ou em qualquer outro lugar, mas exclusivamente em nossas mentes.

Há capacidades que não podem ser percebidas por atributos externos. Não importa a idade, a origem, o sexo ou a cor da gravata, elas envolvem a habilidade de lidar com um problema sem se perder, de modelar o todo e as partes, de fazer as perguntas certas nas horas certas, de vencer aparentes contradições, de manter a mente de criança, de arriscar e, assim, de criar e contar uma nova história.

O conhecimento, que é a chave para abrir as portas da inovação, está diretamente ligado à qualidade de nossas fontes e ao treinamento intelectual que fazemos. Desse modo, se procurarmos ideias radicalmente diferentes, nossa perspectiva precisa ser radicalmente diferente.

Richard Feynman, ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1965, costumava dizer que se colocava no lugar de marcianos para se perguntar: “O que eles iriam achar se encontrassem tal problema?”.

Para inovar, uma empresa precisa criar um ambiente certo e uma cultura ideal que inspirem pessoas e potencializem suas mentes para atingir toda a sua capacidade. Nesse sentido, não adianta comprar máquinas, processos e sistemas se o indivíduo não for trabalhado. Trata-se, portanto, da tarefa mais importante para os líderes de hoje. Em inovação não existem fórmulas: antes de criar as inovações, precisamos criar os inovadores.

*Charles Bezerra é diretor-executivo do Gad’Innovation e autor dos livros O designer humilde e A máquina de inovação. Ele também mantém o blog Reflexões sobre inovação

Texto reproduzido do Webinsider.


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