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Wed Sep 14 22:46:17 BRT 2022
Empreendedorismo | EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
Por que não investimos em uma educação empreendedora?

Ainda que se fale em inovação e criatividade, as instituições de ensino não apresentam o empreendedorismo como um modelo de negócio a ser trabalhado.

· Atualizado em 14/09/2022
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O número de empreendedores brasileiros à frente de um negócio com mais de 3,5 anos voltou a crescer no país. Nos negócios iniciais, cerca de 62% dos empreendedores possuem entre 25 e 44 anos, sendo que 54,4% deles são homens e 47% possuem ensino médio completo.

Mesmo que esses números sejam melhores e mais animadores que os revelados na edição anterior da pesquisa, ainda é preciso investir na capacitação dos empreendedores, uma vez que a concorrência está cada vez mais acirrada e o mercado, mais competitivo.

Existem diversas razões para a falta de capacitação dos empreendedores brasileiros, mas uma é muito evidente: a falta de incentivo para abrir sua própria empresa desde cedo. Já na escola, o possível empreendedor não se vê representado em nada que aprende. 

A seguir, veja o que a sociedade brasileira ganharia se nossas escolas ensinassem os jovens a criarem projetos inovadores.

1. Formaríamos pessoas que são protagonistas e que executam suas ideias

A capacidade de pensar em soluções é essencial para o desenvolvimento da sociedade, mas nada vai acontecer se ela não estiver aliada à competência de executar aquilo que ainda é apenas uma ideia.

Assim, o empreendedor é basicamente forçado a tirar seu grande projeto do papel.

“O empreender é determinado por sua capacidade de mobilizar pessoas e recursos em prol de um objetivo - ou seja, de colocar um negócio de pé. Ele forma pessoas protagonistas que trazem autonomia e liderança”, afirma Paula Sato, gerente de projetos da aceleradora Artemisia. “Essa capacitação, no final, beneficia não só os alunos, mas também a sociedade - afinal, os negócios impactam e a transformam diretamente”, explica.

2. Teríamos pessoas que aprendem com erros

O benefício de começar a empreender já na escola ou na universidade é ter um ambiente seguro para errar, defende André Fleury, professor de Engenharia de Produção da Universidade de São Paulo (USP), que auxilia o Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU), feito por alunos. Ele afirma que o grande desafio de criar um negócio está nas primeiras etapas, que englobam descobrir o cliente e trabalhar seu produto ou serviço. Por isso, é preciso identificar os empreendedores, ajudá-los a desenvolver ideias, achar consumidores, refinar o que a empresa oferece e chegar até a primeira venda.

Marcus Quintella, coordenador do MBA em Empreendedorismo da FGV, diz que é fundamental a criança e o adolescente entenderem o que é risco e aprenderem a conviver com ele. Desse modo, eles entendem que, além de cultivar ideias, é preciso também consolidá-las em um plano e obter a aceitação do mercado.

Fleury complementa e diz que a parte de desenvolvimento de produto ou serviço é mais adequada ao ensino médio. Isso porque o aluno consegue voltar atrás e escolher novos caminhos sem muito risco, por ser um ambiente simulado. Na universidade, os alunos conseguem viabilizar esse empreendimento, inclusive financeiramente, já que terão acesso ao ecossistema empreendedor, com investidores e concorrência, por exemplo.

3. As empresas ganhariam funcionários melhores

Nem todos os que aprendem sobre empreendedorismo na escola terão seu próprio negócio. Mesmo assim, isso não quer dizer que as aulas serão jogadas no lixo: muitos conceitos podem ser aplicados à vida de quem decide atuar como funcionário. Quintella afirma que esse empregado pode nem saber que é um empreendedor, mas acaba aplicando os fundamentos de um negócio aprendidos de forma interna.

No fim, tudo é atividade empreendedora, pois toda escolha envolve planejar e conhecer riscos.

Fleury cita algumas das competências empreendedoras que podem ser aplicadas nas organizações:

  • O pensamento estratégico.
  • O planejamento baseado em uma visão geral do negócio, por meio de ferramentas como o Canvas.
  • A prototipagem de produtos e serviços da própria área onde o funcionário atua, fazendo uma aprendizagem validada.

Tudo isso, claro, só aumenta a qualificação dos funcionários.

4. Veríamos empresas e pessoas mais comprometidas e responsáveis

Uma grande característica do empreendedorismo é trabalhar por um propósito: mesmo diante dos riscos, há uma missão tão importante a ser cumprida que faz os empreendedores largarem tudo pelo negócio - inclusive altos salários e carreiras estáveis.

Ricardo Yogui, coordenador da pós-graduação em Empreendedorismo, Inovação e Negócios do Ibmec/RJ, conta que a consequência de trabalhar com grandes objetivos é criar a responsabilidade, desde cedo, em crianças e adolescentes. Quando você se identifica com o propósito, faz as tarefas não por ser uma obrigação, mas sim pela satisfação futura. Esse modelo diverge do que se aplica no sistema escolar tradicional, no qual se institui a punição ao invés da recompensa.

O empreendedorismo não só desenvolve pessoas mais comprometidas na hora de executar tarefas, mas também as faz pensar como agentes transformadores na sociedade. Yogui ainda afirma que o empreendedorismo, além de criar o conceito de empoderamento e de moldar as consciências ambiental, econômica e social como uma coisa só, não tem apenas a recompensa financeira como objetivo - o que é essencial para a formação do cidadão.

Ademais, a ação empreendedora pode resolver gargalos no país ao se pensar especialmente nos que mais são prejudicados pela ineficiência: os mais pobres.

Fleury diz que a sociedade está precisando de inovação e que isso pode sair principalmente das startups. Enquanto precisa-se de melhores serviços e processos, tais empresas podem suprir parte dessas demandas.

5. Pensaríamos mais na coletividade 

Outro conceito trabalhado no empreendedorismo e que pode ser usado para toda a vida profissional é o senso de coletividade. Este institui que todos são responsáveis pelo bem geral da organização (ou de um país), ainda que sejam especialistas em apenas uma área. Yogui afirma que, no ambiente escolar e até na graduação, costumamos trabalhar em grupo e não em equipe, ou seja, cada um executa uma tarefa, sem muito critério. Já quando você empreende, é realmente preciso pensar sobre aproveitar as melhores habilidades de cada um, com um olhar mais crítico.

Atuar coletivamente desde cedo tem um desdobramento: ao conhecer diversas áreas, o aluno trabalha com a interdisciplinaridade e pode adquirir diversas experiências ao longo da vida escolar.

6. Os empreendimentos brasileiros iriam sobreviver por mais tempo

A consequência de ter empreendedores e funcionários mais capacitados e responsáveis é óbvia: os negócios conseguem ficar mais tempo operando, resolvendo o problema apresentado no começo desta matéria.

Quintella, da FGV, diz que ensinar o empreendedorismo melhora o nível das empresas, porque orienta a criação de negócios sustentáveis e com uma baixa taxa de mortalidade. Ele ainda afirma que, com a educação empreendedora, são grandes as chances de que se formem empreendedores apaixonados, com foco em planejamento, estudo de mercado e avaliação de risco. Cria-se, assim, uma cultura empreendedora com fundamento.

Como incentivar o ensino do empreendedorismo, então?

Alguns especialistas ressaltam que, embora vejam atividades empreendedoras nas escolas brasileiras, elas são poucas e bastante concentradas nas escolas particulares. Para eles, ainda falta um planejamento sistêmico para incentivar o pensamento inovador. A inclusão de uma matéria de empreendedorismo no currículo escolar, por exemplo, tanto em instituições privadas quanto em públicas, seria uma ótima ação. Infelizmente, isso provavelmente irá demorar para acontecer.

Quintella defende uma escola que prepare o sujeito para a sociedade, isto é, para situações cotidianas. O empreendedorismo deveria ser uma matéria complementar formalizada no currículo, como artes e música. As melhores escolas no Brasil já incentivam isso por meio de algumas atividades, como a simulação de abertura de uma empresa.

Uma sugestão de Yogui para contornar a demora legislativa é estabelecer mais pontes entre o ensino superior e a educação básica. Segundo ele, as universidades poderiam interagir mais com os ensinos fundamental e médio para compartilhar conhecimento. Segundo o professor do Ibmec/RJ, essa medida traria benefícios para os dois lados e não haveria tanta dependência de legislações e normas. Nesse sentido, os alunos aprenderiam e as universidades poderiam cooptar estudantes qualificados no futuro próximo. 

O Massachusetts Institute of Technology (MIT) já atua dessa forma: o instituto oferece cursos de verão sobre os fundamentos do empreendedorismo para estudantes do ensino médio, em uma iniciativa chamada MIT Launch

Outra ação que as escolas poderiam adotar seria levar estudantes para conhecerem não só universidades, mas também aceleradoras e espaços de coworking. Assim, os alunos entrariam em contato com a rotina prática de um empreendedor em estágio inicial.

A educação empreendedora ainda não é uma realidade no Brasil, mas seus benefícios são nítidos.

Educação empreendedora

A sociedade contemporânea vem cada vez mais exigindo pessoas empreendedoras, autônomas, com competências múltiplas, que saibam trabalhar em equipe, que enfrentem novos desafios, que promovam transformações e que tenham capacidade de aprender e adaptar-se a situações novas e complexas.

Por causa dessa realidade, a educação empreendedora passou a ocupar uma posição estratégica nos campos econômico e social no cenário brasileiro. É fundamental, portanto, aprender sobre empreendedorismo.

Por meio da educação empreendedora, é possível ajudar os alunos a desenvolver determinadas habilidades, tais como:

  • Otimismo.
  • Disposição para correr riscos.
  • Sabedoria para lidar com imprevistos.
  • Capacidade de tirar ideias do papel.
  • Busca por oportunidades.
  • Resolução de problemas.
  • Liderança.
  • Flexibilidade.
  • Determinação.

Diante desse cenário, o Programa Nacional de Educação Empreendedora do Sebrae tem o objetivo de ampliar, promover, disseminar e consolidar a educação empreendedora nas instituições de ensino por meio da oferta de conteúdos de empreendedorismo nos currículos.

Conteúdo feito em parceria com a Endeavor Brasil.


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