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Mon May 22 01:38:57 BRT 2023
Planejamento | SUSTENTABILIDADE
Brasil tem 10% dos “empregos verdes” do mundo

Potencial de crescimento do setor de energia renovável é enorme no Brasil, trazendo a possibilidade de geração de mais empregos sustentáveis.

· Atualizado em 22/05/2023
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Definem-se como empregos verdes os postos de trabalho que contribuem para reduzir as emissões de carbono na atmosfera ou para melhorar a qualidade ambiental. Dessa forma, as políticas públicas associadas a programas de emprego verde realizam uma transição socialmente justa para uma economia mais sustentável, capaz de gerar trabalho em atividades econômicas consideradas “verdes”, como o manejo florestal sustentável, a reciclagem de resíduos e a produção de energias renováveis. 

No Brasil, o setor de energia lidera a criação de empregos verdes, com cerca de 50% de energia renovável. Nos próximos anos, o desenvolvimento do país poderá ser alavancado pela qualidade da matriz energética e o potencial da economia verde com a criação de empregos sustentáveis. 

Atualmente, o Brasil responde por nada menos que 10% de todos os empregos verdes no mundo, ocupando a 2ª colocação entre os maiores empregadores da indústria de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica. 

O mercado brasileiro de empregos verdes perde apenas para a China, que tem 42% dos 12,7 milhões de postos de trabalho desse tipo existentes no planeta, segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), compilados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

A expectativa é de que, até 2030, as energias renováveis criem 38,2 milhões de empregos em todo o mundo. Os cálculos consideram uma transição energética ambiciosa e a aceleração de novos investimentos para reduzir o aquecimento global do planeta. 

No Brasil, além das energias eólica e solar, há uma aposta no hidrogênio verde, área em que o país pode se tornar líder mundial, e no comércio do crédito de carbono. De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o potencial do trabalho verde no Brasil é enorme, seja pelo tamanho da economia ou pelo fato de o país abrigar os ecossistemas mais relevantes do planeta, rico em recursos naturais e biodiversidade. 

Pelo fato de o potencial de crescimento de fontes renováveis ser muito maior no Brasil, ao contrário de outras partes do mundo, o benefício de tornar mais verde a economia no Brasil será maior do que em qualquer outra parte do planeta.  

No setor eólico, por exemplo, a energia offshore (localizada em alto-mar) ainda é relativamente pouco explorada no país, mas tem potencial de gerar 700 mil MW. Para se ter uma ideia, cada MW de energia offshore gera 17 postos de trabalho ao longo de 25 anos de vida útil de um projeto. 

Já com a energia eólica convencional, são gerados 11,7 empregos por MW instalado. A expectativa é de que, até 2033, o setor acrescente no mínimo três mil novos MW por ano (em 2022, foram cinco mil MW). Isso representa cerca de 35 mil novos postos de trabalho anuais. 

O setor de energia solar é o que mais cresce no Brasil e no mundo. Nele, a geração de empregos em toda cadeia ultrapassou 170 mil postos em 2021 e deve ter superado 200 mil no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). 

Neste setor, 60% dos empregos vêm da instalação de sistemas, ou seja, empregos de nível técnico, com renda média de dois salários-mínimos e carteira assinada. Outros 40% vêm da fabricação de componentes, projetos, engenharia, administração, comercial, vendas e marketing. 

Atualmente, as novas fontes de energia são as que mais aumentam empregos, mas a área de biocombustíveis e as hidrelétricas ainda são as que mais oferecem postos de trabalho no Brasil. De 1,27 milhão de empregos verdes, 68% vêm da indústria de combustíveis sustentáveis e 14%, das usinas hídricas, áreas tradicionais no setor energético brasileiro.  

De acordo com a consultoria Mckinsey, para cada dólar proveniente dos benefícios da ação climática, a comunidade local recebe um retorno socioambiental líquido de US$ 1 a US$ 4 em termos de criação de empregos, desenvolvimento local e serviços de ecossistema. 

Esse impacto gera entre 550 mil e 880 mil empregos líquidos por ano por meio de projetos de restauração, agroflorestas e REDD+ (incentivo para compensar países em desenvolvimento por medidas de redução de emissões. Destes empregos, 57% são diretos e concentrados no local de implementação dos projetos e existe uma alta demanda de profissionais com experiência no mercado de carbono voluntário.

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