O estado foi escolhido para sediar a iniciativa por sua experiência já consolidada, lançada no evento Energia 50+50, integrante das comemorações do cinquentenário
O superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, Zeca Melo: suporte à produção de energias limpas e novas oportunidades de negócios para as MPE (Foto/crédito: Erivelton Viana/Sebrae)
O Rio Grande do Norte passará a ser referência no Brasil no suporte e desenvolvimento do setor de produção de energias limpas do país e no fomento a novas oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas envolvidas nessa cadeia produtiva.
Trata-se do Polo Sebrae de Energias Renováveis, um hub de informações, conexões, capacitação e estratégias será instalado no estado para atender a empreendedores de todo o país e estabelecer ações integradas entre governanças nos estados, grandes corporações, startups, pequenos negócios e demais atores do ecossistema de inovação.
O polo foi lançado em Brasília (DF), durante o Energia 50+50, um seminário promovido dentro das celebração do cinquentenário do Sebrae, realizada ao longo de todo o ano de 2022. O evento discutiu e debateu os cenários e oportunidades da matriz energética brasileira nas perspectivas de gestão da energia e geração de negócios para as pequenas empresas do país.
O Rio Grande do Norte foi escolhido para operacionalizar o polo pela experiência no atendimento aos empreendedores do setor e portfólio de soluções desenvolvidas especialmente para o de energias renováveis, sobretudo o de geração fotovoltaica, que já ocupa a terceira posição na matriz energética do país, com produção de 17,4 MW.
Além disso, o RN é o maior produtor de energia eólica do Brasil, com 6,6 Gigawatts de potência instalada, com 345 empreendimentos (operação, construção e contratados) e 11,2 GW de potência instalada e a ser gerada. Juntamente com Bahia, Ceará e Piauí, respondeu por 84% da energia gerada por essa fonte nos últimos 12 meses, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS).
O estado também apresenta potencial para a geração do hidrogênio verde e já possui um centro de tecnologia que é referência na área para o país, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGás-ER), do sistema Senai, onde o novo polo será instalado, em Natal.
Os dirigentes e equipe técnica do Sebrae no Rio Grande do Norte apresentaram as condições do estado no segmento de energias limpas durante o seminário e lançamento do polo.
Participaram do evento na capital federal o presidente do Conselho Deliberativo Estadual, Itamar Manso Maciel, os diretores Zeca Melo (superintendente), João Hélio Cavalcanti (técnico) e Marcelo Toscano (operações), além da gerente de Competitividade do Sebrae-RN, Lorena Roosevelt, e do diretor do CTGás-ER, Rodrigo Diniz, entre outros representantes de instituições ligadas ao setor de energias que operam em terras potiguares.
A solenidade de lançamento do Polo Sebrae de Energias Renováveis contou com a presença do presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, e do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. “Há vinte anos, era raro se falar em energia fotovoltaica, eólica, renovável. Agora, o Sebrae lança esse Polo representando nossa preocupação em dar condições para geração de negócios relacionados a energia”, destacou Carlos Melles.
O ministro reconheceu a importância do segmento das micro e pequenas empresas para a implantação de soluções energéticas renováveis. “O Brasil superou todas as expectativas relacionadas à produção de energia solar, por exemplo, pois são os pequenos que implantam as placas país afora”, disse.
De acordo com Leite, o governo federal está comprometido em melhorar o ambiente de negócios, promovendo a liberdade econômica, incentivando a inovação e fomentando a ‘economia verde’. “Sem dúvidas, somos um dos grandes fornecedores de energia para o mundo, podemos exportar energia limpa, temos matriz para isso: eólica, hidráulica, offshore, onshore, solar. Somos uma grande potência e vamos aproveitar isso”, anunciou o ministro.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Rio Grande do Norte, Itamar Maciel, reafirmou que o maior objetivo do Polo Sebrae de Energias Renováveis é incluir os micro e pequenos negócios nos circuitos produtivos. “O hub de inovação vai funcionar diuturnamente para fomentar o crescimento de micro e pequenos negócios, tanto na produção de energias renováveis, como no acesso às soluções propostas”, afirmou Itamar.
Lorena Roosevelt, que está à frente do projeto do Polo, salientou a transversalidade da energia nos diversos setores de geração de negócios. “Está nas relações de consumo, nas realidades digitais, na segurança de dados, na mobilidade, entre tantas outras”, comentou, ao lembrar que o Polo será um espaço de compartilhamento e conectividade de oportunidades de negócio. “É um imã entre os participantes. Nosso público são startups, pequenos negócios e parceiros”, completou.
Investimentos em inovação
Durante o Seminário Energia 50+50, o superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, foi o moderador das discussões junto às entidades, empresas e parceiros convidados a integrar a governança do Polo para Aceleração de Negócios de Energias Renováveis.
O projeto foi detalhado em debate técnico entre os participantes do seminário, mostrando o equipamento como um hub para aceleração de negócios nessa área, de modo a convergir as energias limpas em um ambiente físico e digital. O diretor do CTGás-ER, Rodrigo Diniz, complementou com dados sobre as perspectivas e cenários das energias renováveis para os pequenos negócios no Brasil.
De acordo com Lorena Roosevelt, o projeto de implantação do Polo Sebrae de Energias Renováveis terá investimentos da ordem de R$ 5 milhões incialmente, já que a proposta é tornar o equipamento sustentável após as fases de instalação e operação, viabilizadas em parceria entre o Sistema Sebrae e o Senai via CTGás-ER.
A gerente explicou que essa união das duas instituições é primordial para efetivar o projeto, uma vez que o CTGás-RN já atua na área de capacitação e desenvolvimento tecnológico do setor, sendo o pioneiro nesse tipo de suporte no país, e o Sebrae-RN traz uma experiência de atuação e articulação às empresas que integram as cadeias produtivas de produção de energia.
Somente na área de energia solar, a instituição vem trabalhando nos últimos cinco anos com as integradoras e demais empreendedores, executando um portfólio de soluções para as demandas desse segmento, com trilhas de capacitação, gestão de contratos e estratégias de atendimento e de tecnologias para os elos da cadeia.
A ideia é atender a todo o Brasil fornecendo informações técnicas para tomada rápida de decisão dos investidores. Será elaborado um radar de oportunidades nos setores fotovoltaicos, eólico e biomassa, principalmente no que se refere ao hidrogênio verde. “Vamos criar uma rede de experiência para gerar pontos de conexão capazes de abrir espaço para atuação de pequenos negócios tradicionais e startups nessas cadeias”, estima Lorena Roosevelt.
O projeto está estruturado em três fases, chamadas de ondas. Na 1ª Onda, que inicia agora e vai até o fim do primeiro semestre de 2023, será implantada a estrutura física do Polo e criada uma plataforma de atendimento e informações no meio digital, garantindo engajamento e escalabilidade. Por isso, o Polo está sendo considerado ‘figital’, ao unir operações on e off line. “Isso permitirá acelerar a curva de atendimento do Sebrae e fomentar a inserção de pequenos negócios nesse setor”.
Segunda Onda será trabalhar a parte de inteligência de dados para agregar informações estratégias. Também serão abertos editais de fomento às clean tech’s, que são as empresas de tecnologia que operam com soluções para a geração de energias limpas. Dos R$ 5 milhões previstos para os três primeiros anos do equipamento, cerca de 25% serão aplicados na área de inovação e tecnologia. A expectativa é que o Polo Sebrae de Energias Renováveis esteja consolidado até o terceiro ano do projeto, período chamado da 3ª Onda, quando o equipamento ganha efeito de rede e gera monetização de soluções criadas para se tornar autossustentável.
Sobre o Sebrae 50+50
As atividades que marcam a celebração dos 50 anos do Sebrae giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história” e procuram mostrar a conexão da instituição com o Brasil. Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza as ações atuais nos três pilares da instituição: aprimorar a gestão empresarial, desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios e promover a cultura empreendedora. Mostra também a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar para o futuro, ao mesmo tempo, voltado para os novos desafios do empreendedorismo no país.
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Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.