O café é a segunda cultura de maior expressão econômica do estado, o quinto maior produtor de café do Brasil e o segundo maior produtor de robusta. Porém a área de parque cafeeiro vem sofrendo redução, cedendo espaços, principalmente para as pastagens. Atualmente conta com participação de 22 mil produtores, a maioria de base familiar. A produção estimada em de 1.709,9 mil sacas de café do grupo Conillon é 15,7% acima da obtida em 2014 (1.477,3 mil sacas), representa um incremento de 232,6 mil sacas. Nesse mesmo período a produtividade passou de 17,18 para 19,51 sc/ha, este aumento está relacionado à retomada de investimentos, maiores empregabilidades de tecnologia, insumos, tratos culturais, mudas clonais e assistência técnica. As novas áreas com o café clonal estão diretamente relacionadas ao aumento de produtividade, esses novos índices são devido à alta produtividade do café clonal quando comparadas às áreas com o café convencional. As potencialidades que a cultura do café apresenta vêm promovendo ações que buscam sustentabilidade frente aos mercados nacionais e internacionais, de forma que a retomada do aumento médio da produtividade contribui com a redução do custo de produção e melhora a competitividade de mercado. Para Samuel Oliveira, pesquisador da Embrapa, ao analisar uma perspectiva de impacto da inserção da BRS Ouro Preto no mercado, calculando uma produtividade média chegando a 35 sacas por hectare (metade do potencial da cultivar) nos 90 mil hectares do grão cultivados em Rondônia, pode-se chegar a mais de 3 milhões de sacas de café –aumento considerável, já que a produção atual é de 1,9 milhão de sacas. Isto é possível considerando o menor custo de produção em relação a outras regiões grandes produtoras, como o Espírito Santo. A cada 10 mil sacas de aumento de produção, são gerados 9 empregos nas torrefadoras, 8 nos demais segmentos da cadeia produtiva do café e mais 70 devido ao efeito renda em outros setores da economia (VEGRO et al.,2005). Os principais desafios da maioria das empresas de torrefação estão vinculados a questões internas, de gestão, mais do que a questões externas, de mercado. A falta de profissionalismo na administração torna difícil pensar em qualquer ação antes de se resolver esta situação. (MDIC, 2015). Como as torrefadoras são na maioria empresas de micro e pequeno porte, poucas se aventuram na exportação (MORICOCHI et al., 2003). O menor porte empresarial dessas torrefadoras pode acentuar tendência de descontinuidade da atividade exportadora, sendo esse um elemento que deve ser relevante na definição de políticas públicas (VEGRO et al., 2005). Na verdade, a grande maioria das pequenas e médias torrefadoras brasileiras, antes de exportar, precisam se tornar capazes de competir de forma rentável no mercado interno brasileiro. As pequenas e médias empresas também têm pouco capital disponível para manutenção de estoque, assim suas aquisições de café verde são sujeitas à volatilidade dos preços. Tampouco estas empresas costumam se utilizar de hedge como mecanismo de proteção à variação do custo da matéria-prima; Há dificuldade em pequenas e médias empresas estabelecerem e manterem a qualidade do blend oferecido ao mercado; A gestão interna da quase totalidade das pequenas empresas é deficiente, necessitando de capacitação continuada; Uma quantidade considerável de pequenas torrefadoras de café no Brasil costuma agir à margem das melhores práticas comerciais; Há necessidade de atuação cooperativa das pequenas e médias torrefadoras, especialmente no formato de arranjos produtivos coordenados.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo pode ser compreendido como as atividades que as pessoas realizam durante viagens e estadas em lugares diferentes do seu entorno habitual, por um período inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outras. A relevância desse segmento para a economia nacional resultou na criação, em 2003, do Ministério do Turismo, embora desde 1966, com a criação da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), já se desenvolvessem ações para fomentar a atividade turística em todo o país. No só no Brasil, mas em todos os continentes, o turismo é um importante setor econômico gerador de renda e empregos. O relatório do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) revela que em 2014 o setor de turismo movimentou US$ 7,6 trilhões, equivalente a 10% de toda a riqueza gerada naquele ano, e gerou 277 milhões de empregos em todo o mundo. Segundo a OMT, entre 2009 e 2013, houve crescimento de 23,2% na chegada de turistas internacionais no mundo, 28% na América do Sul e 20,8% no Brasil. Em 2014, chegaram ao Brasil 6,43 milhões de turistas internacionais, um aumento de 10,6% quando comparado à 2013. Daquele total de chegadas de turistas internacionais, 27,1% eram provenientes da Argentina, 10,2% dos Estados Unidos, 5,2% do Chile, 4,6% do Paraguai, 4,4% da França e 4,1% Alemanha. O aumento expressivo no número de turistas estrangeiros no país no ano passado foi provocado pelo evento Copa do Mundo (Ministério do Turismo, 2015). Estima-se que o mesmo efeito deve ser observado em 2016 com a realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Segundo a WTTC, o setor de turismo movimentou R$ 182 bilhões ou 3,5% do PIB apenas em atividades diretas, e R$ 482 bilhões ou 9,6% do PIB incluindo atividades diretas, indiretas e induzidas, além de R$ 8,8 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. Esses números colocaram o país como a 10ª maior economia do turismo em 2014, ficando atrás de Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, França, Reino Unido, Itália, México e Espanha. As estimativas para 2015 são de que o turismo no Brasil movimentará R$ 534,6 milhões entre atividades diretas, indiretas e induzidas, e gerará 200 mil novos postos de trabalho. O relatório ainda projeta que o impacto do turismo na economia do Brasil deverá alcançar 10,3% do PIB (R$ 700 bilhões) em 2024, e que também empregue 10,6 milhões de pessoas no Brasil (9,7% do total). Se os números acima revelam a pujança e crescimento do setor turístico no Brasil nos últimos anos, os dados relativos ao turismo doméstico no curto prazo seguem na contramão e são pouco animadores. A pesquisa intitulada “Sondagem do consumidor: intenção de viajar” realizada em outubro de 2015 pelo Ministério do Turismo e Fundação Getúlio Vargas, em grandes cidades brasileiras, referente à perspectiva de intenção de brasileiros de viajar num horizonte de seis meses, revela que 22,4% assinalaram positivamente (8,8 pontos percentuais abaixo de outubro de 2014). Por outro lado, 84,1% daqueles que tem intenção de viajar, desejam fazê-lo para destinos turísticos nacionais (em outubro de 2014 esse percentual foi de 77,6%). A alta do dólar e do Euro deve ser o principal fator que motivou essa variação, aliada ao fortalecimento e aumento da competitividade do turismo interno. Hotéis e pousadas são as opções de meios de hospedagem de 46,8% daqueles que tem intenção de viajar (em outubro de 2014 foi 47%). A opção de uso do automóvel como meio de transporte para que tem intenção de viajar aumentou de 30,3% em outubro de 2014 para 33% no mesmo mês de 2015, enquanto que a opção pelo avião caiu de 54,2% para 49,6%, e pelo ônibus caiu 12,5% para 11,8%. Essas reduções são reflexo do cenário econômico atual ruim no Brasil, que tem estimulado a busca por opções mais baratas. A referida pesquisa revelou também que em outubro de 2015 o Nordeste foi o destino turístico desejado para a maioria daqueles que tinham intenção de viajar dentro do país nos próximos seis meses (37,4%), seguido do Sudeste (28,3%), Sul (24,4%), Norte (6,0%) e Centro-Oeste (3,9%). Quando esses resultados são comparados com o mesmo mês de 2014, percebe-se o desejo como destino turístico reduziu pelas regiões Nordeste (4,2 pontos), Centro-Oeste (0,4 pontos) e Norte (0,1 pontos) e aumentou pelas regiões Sul (3,1) e Sudeste (1,6 pontos). Infere-se desses dados que a intenção de viajar para destinos mais próximos (Sul e Sudeste) aumentou em comparação ao ano passado, provavelmente em função do ambiente econômico desfavorável. O cenário geral do setor de turismo internacional no Brasil e no mundo com boas taxas de crescimento nos últimos anos, combinadas com um cenário de muitas incertezas no campo econômico interno, inclusive no turismo doméstico, tornam um grande desafio para gestores públicos e empresários do ramo, transformar as oportunidades existentes em resultados concretos. Logo, é fundamental que programas e projetos de fomento ao turismo em uma determinada região tenham claramente definido os tipos de atividades turísticas que serão oferecidas e o perfil do público alvo que estará demandando os serviços. Em um mundo globalizado, onde se diferenciar adquire importância a cada dia, os turistas exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às suas necessidades, sua situação pessoal, seus desejos e preferências. Neste sentido, a segmentação é entendida como uma forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão e mercado. Os segmentos turísticos podem ser estabelecidos a partir dos elementos de identidade da oferta e também das características e variáveis da demanda. A segmentação com base na oferta define o tipo de turismo que será oferecido ao visitante. Sob esse ponto de vista, o Ministério do Turismo (2006) adotou os seguintes segmentos do turismo: Turismo Social – aquelas atividades turísticas que promovem a igualdade de oportunidades, a equidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão; Ecoturismo - segmento do turismo que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações; Turismo Cultural - atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura; Turismo de Estudos e Intercâmbio - movimentação turística gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivências para fins de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e profissional; Turismo de Esportes - atividades turísticas decorrentes da prática, envolvimento ou observação de modalidades esportivas; ? Turismo de Pesca - atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora; Turismo Náutico - atividades que se utilizam de embarcações náuticas como finalidade da movimentação turística; Turismo de Aventura - movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo; Turismo de Sol e Praia - atividades turísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descanso em praias, em função da presença conjunta de água, sol e calor; Turismo de Negócios e Eventos - conjunto de atividades turísticas decorrentes dos encontros de interesse profissional, associativo, institucional, de caráter comercial, promocional, técnico, científico e social; Turismo Rural - atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade; Turismo de Saúde - atividades turísticas decorrentes da utilização de meios e serviços para fins médicos, terapêuticos e estéticos; Por outro lado, definir o perfil dos turistas que já visitam ou que pretendem visitar uma localidade ajuda no planejamento da oferta e diversificação dos produtos e serviços. Ajuda também a atender as expectativas dos visitantes e conseguir que retornem, ou que fiquem com uma imagem positiva da experiência que tiveram. Para isso, é importante entender o comportamento de compra e as motivações que fizeram os visitantes irem até outra cidade, região ou país. Os consumidores podem ser categorizados de acordo com várias dimensões, como as questões geográficas, demografia (os aspectos objetivos de uma população, tais como idade e gênero), o uso que fazem do produto, e psicografia (características psicológicas e de estilo de vida). Para se definir o perfil do turista que se pretende atrair é necessário responder a algumas perguntas, tais como: De onde vêm os turistas que hoje visitam minha região (público atual)? De que outras regiões eu desejo atrair turistas (público potencial)? De que outras regiões eu teria capacidade de atrair turistas? Como posso atingir esses novos turistas? Qual o clima da região de origem dos turistas (atual e potencial)? O meu público é composto mais de homens ou mulheres? O meu público é mais solteiro, casais ou famílias? Qual a idade média dos turistas que desejo atrair? Qual a renda média dos turistas que desejo atrair? Qual o nível de educação dos turistas? Quais as motivações de viagem dos turistas atuais e potenciais (descanso, conhecimento, praia, cultura, preço, interação entre a família)? Eles estão dispostos a testar novos produtos ou querem algo já definido? Eles viajam com frequência ou apenas de forma esporádica? Que outras regiões eles já visitaram e podem comparar com o meu destino? Que tipo de experiência (tipos de turismo) que este perfil de turista está interessado? Cada segmento de consumidor pode buscar diferentes tipos de turismo, dependendo da idade, da renda ou da motivação de viagem. É importante que as respostas às perguntas estejam também condizentes com a capacidade de atendimento da localidade e/ou empresa. Pouco adiantaria a definição, por exemplo, de captar turistas de um determinado país do qual não existem voos regulares e disponíveis ao cliente para chegar à sua localidade. Apesar de pouco expressivo economicamente, o setor de turismo do estado de Rondônia está fortemente presente nos pequenos negócios. De acordo com o Cadastro Sebrae de Empresas (2015) são 6.785 pequenos negócios formalizados no setor de turismo no Estado, dos quais 71% (4.812) são Microempreendedores Individuais, 25% são microempresas e 4% são empresas de pequeno porte. Os pequenos negócios de turismo em Rondônia estão representados por atividades de transporte de passageiros, alojamento, alimentação, atividades fotográficas, locação de automóveis, instalação e aluguel de estandes, objetos e equipamentos, agenciamento de viagem, organização de eventos, atividades artísticas, esportivas, de recreação e de lazer, e correspondem a 29,7% do total de empresas de serviços no Estado. Os serviços de alimentação respondem por 63,4% (4.299) dos pequenos negócios ligados ao turismo, de transporte de passageiros por 12% (808) e de alojamento por 6,3% (429). Rondônia tem um potencial a ser explorado por ser formado por ter uma diversidade única, proporcionando aos viajantes com cenários encantadores, tais como floresta tropical, cerrado, campos naturais, serras, planícies e pantanais, além de rios com belas cachoeiras, corredeiras e praias. De acordo com a Superintendência Estadual de Turismo- SETUR/RO, destacam-se em nosso Estado o Turismo Cultural e de Negócios na Capital Porto Velho, atraindo turistas interessados em conhecer a rica história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a arquitetura clássica do Mercado cultural e os passeios em barcos turísticos que levam a monumental Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Porto Velho tem, ainda, vários memoriais e museus, dentre os principais: Museu Internacional do Presépio ( Comunidade São Thiago Maior) , Museu da Geologia ( Palácio Presidente Vargas) , Memorial Jorge Teixeira, Ladeira Comendador Centeno e Prédio do Relógio. As festas mais tradicionais da cidade refletem bem cultura local, são elas: “Arraial Flor do Maracujá” e o Carnaval de Porto Velho com a tradicional “Banda do Vai Quem Quer”. A cidade também dispõe de toda a infraestrutura, com aeroporto internacional e acesso rodoviário através da BR-364 o que possibilita fácil acesso. Rondônia também se destaca com vocação para o turismo ecológico e histórico na cidade de Guajará-Mirim, conhecida como Peróla do Mamoré, dispõe de uma área de conservação que engloba mais de 93% de seu território, oferecendo aos seus visitantes: gastronomia regional, artesanato, ecoturismo, folclore turismo histórico além do famoso Duelo da Fronteira, disputa dos “bois” Malhadinho e Flor do Campo, cheios de simbolismos, ritmos e adereços que emocionam o público. Outra cidade que vem despontando como “Estância Turística”, a cidade de Ouro Preto d’Oeste conta com uma excelente infraestrutura hoteleira e atrativos como o Morro Chico Mendes aonde são realizados saltos de Parapente e Voo-livre e a prática deTrike drift. Outra experiência que se pode encontrar na cidade é o Turismo Agroambiental no Vale das Cachoeiras na tríplice-fronteira ( Ouro Preto, Teixeiropólis e Nova União). Para os adeptos do Turismo ecológico, o Santuário do Vale do Guaporé apresenta as condições ideais para os turistas em busca de paz e sossego, ou até mesmo o turismo de aventura e pesca esportiva na região que vai de Vilhena, passando por Costa Marques e Porto Rolim, região esta com uma curiosidade interessante é a única do estado com três Biomas: Pantanal, Amazônia e Cerrado. Na cidade de Costa Marques ainde se pode encontrar uma das maiores relíquias do Brasil: O Real Forte Príncipe da Beira, sendo a maior edificação de Portugal feita fora do território português e foi construído em 1776, para marcar os limites entre o Brasil e a Bolívia. Por fim, percebe-se que, mesmo com um cenário econômico com perspectivas ruins no curto prazo no Brasil, o setor de turismo possui bom potencial de crescimento, especialmente o turismo internacional. Para tanto, a promoção do turismo do Estado de Rondônia deve ser construído estrategicamente sabendo o quê ofertar, para quem ofertar e como ofertar, para poder aproveitar as oportunidades que o setor turístico oferece aos pequenos negócios.
A pecuária leiteira está presente em quase todos os municípios brasileiros. Dos 5.570 municípios existentes no País, apenas 67 não produzem leite (IBGE, 2012). De 1980 a 2013, a produção brasileira de leite quase triplicou. O crescimento não foi homogêneo em todo o País, e as razões foram variadas. Entre a década de 80 e o ano 2000, Rondônia aumentou a produção de leite, principalmente por conta do maior número de propriedades leiteiras e de animais, sendo um dos destaques em nível regional e nacional. O setor agropecuário é um dos mais importantes da economia do Estado de Rondônia, e a pecuária rondoniense representa, em termos da atividade econômica, a 9° maior do país e a 3° maior da Região Norte. A pecuária leiteira, por sua vez, é um dos segmentos com grande importância, principalmente por ser exercida no âmbito da agricultura familiar, e "é praticada em 1/3 das propriedades rurais" (Embrapa, 2013). A produção de leite em Rondônia, ainda quando território do Brasil, foi iniciada de forma comercial no final da década de 70. Em 1983, por iniciativa do governo estadual, foi instalada uma usina de leite denominada Ouro Branco, em Porto Velho. Na época, os produtores rurais com fazendas próximas da capital forneciam leite diariamente para a indústria. Poucos anos depois, a indústria foi transferida para Ouro Preto do Oeste, região com maior produção. Pouco a pouco foram sendo instaladas novas indústrias, e os produtores de leite hoje são mais de 38 mil em todo o Estado. No estado de Rondônia, no período de 2002 a 2013, a fonte de crescimento da produção foi o aumento do número de vacas ordenhadas, visto que a produtividade não cresceu no período. Esse resultado difere do que aconteceu no país no mesmo período, cuja principal fonte de crescimento da produção foi a produtividade. Em 2014, segundo o levantamento do IBGE, o parque industrial lácteo rondoniense era composto por: 37 laticínios ativos cadastrados no SIF que processavam 99,32% do leite inspecionado; 17 laticínios cadastrados no SIE que processavam 0,6% do volume de leite industrializado e 18 laticínios com o SIM, que processavam 0,08%, aproximadamente, do volume de leite industrializado. Nos últimos anos, o parque industrial de Rondônia diversificou em variedade de produtos lácteos. A muçarela, principal produto, outros queijos, iogurte e manteiga são alguns dos produtos fabricados há vários anos. Atualmente, existem mais três fábricas que processam leite em pó e soro em pó, uma de soro em pó, duas de leite condensado, entre outros produtos. A capacidade industrial instalada em Rondônia é suficiente para receber o leite produzido e, inclusive, atender satisfatoriamente aos picos de produção. Atualmente, os laticínios recebem diariamente a média de 1,9 a 2,3 milhões de litros de leite, conforme o período do ano. Entre as empresas com SIF, duas possuem 10 indústrias de laticínios e processam 60% do leite, aproximadamente. O restante do leite é dividido entre as 27 demais empresas. No quesito sanidade animal, a partir do ano 2000, com o início da estruturação da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastorial do Estado de Rondônia (IDARON), contando com o apoio de várias entidades parceiras (SEAGRI-RO, EMATER, CEPLAC, FEFA-RO, EMBRAPA), Rondônia iniciou campanhas sistemáticas de vacina contra aftosa do rebanho bovino, que culminou, em Maio de 2003, na Declaração Internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de aftosa com vacinação. O acompanhamento da cobertura vacinal para febre aftosa e brucelose é realizado pela Agência IDARON através de suas coordenações de programas, além de ser monitorada pelo MAPA. Este, por sua vez, tem também acompanhado os índices de vacinação contra brucelose dos estados brasileiros, no qual Rondônia se destaca por ter índice médio de 85,68%. É inegável que a nova situação de zona livre de febre aftosa com vacinação estimulou a crescente produção do rebanho bovino estadual, pois os produtos rondonienses assumiram um novo patamar de competitividade nacional e internacional. A IDARON e os proprietários de bovinos têm a grande responsabilidade de manter o status livre da aftosa para Rondônia. A Agência faz a vigilância, a orientação e a fiscalização, e o proprietário deve cumprir com seus deveres, destacando-se, dentre outros, vacinar o rebanho, transitar animais apenas com a Guia de Trânsito Animal (GTA), bem como notificar a existência de animais doentes. Entre os anos de 2011 e 2012, uma investigação foi realizada por pesquisadores da EMBRAPA em 236 rebanhos bovinos de Rondônia para aferir a qualidade do leite, de acordo com a Instrução Normativa nº 62/2011 do MAPA. Dos rebanhos avaliados, 107 rebanhos (45,1%) apresentaram resultados da CCS>200.000 CS/ml e 166 rebanhos (70,3%) apresentaram CTB>100.000 UFC/ml (EMBRAPA, 2013). O rebanho rondoniense apresenta maior dificuldade para se adequar aos índices da CBT, mas ainda precisa melhorar também o índice para CCS. Para atingir tais metas, boas práticas no manejo da ordenha e a granelização do leite são pontos essenciais. A maior mudança ocorrida para a melhoria da qualidade do leite em Rondônia foi a adoção do tanque de expansão para resfriamento do leite. Em 2002, apenas 5,25% utilizavam esse equipamento, passando a 82,50% em 2013. Atualmente, somente 17,50% dos produtores entrevistados não têm acesso ao resfriamento de leite. Esse resultado mostra uma evolução expressiva no sistema de coleta do leite, resultando em melhoria na qualidade do leite entregue nos laticínios.
O agronegócio tem grande importância econômica e social no estado de Rondônia. Do total de exportações estaduais em 2014, 87% foram oriundas da carne e lavouras permanentes, enquanto que 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 estava relacionado ao agronegócio, proveniente de 115,4 mil propriedades rurais (Governo do Estado de Rondônia, 2014; SEPOG, 2014; SEPOG, 2015). A agricultura familiar contribui significativamente para a geração de emprego e renda no Estado. Em 2014 havia mais de 75 mil agricultores familiares, e foram contratados mais de 715 milhões de reais em contratos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) em Rondônia (Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2015). Em uma pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (SEAGRI) em 2015 junto com as agroindústrias familiares no estado de Rondônia, foram coletados dados de 505 estabelecimentos, dos quais 25,9% (136) elaboravam produtos derivados do leite, 15,6% (82) elaboravam polpas de frutas, 12,2% (64) produziam pães, biscoitos e massas, 10,9% (57) trabalhavam com derivados da mandioca (farinha, fécula), 8,6% (45) beneficiavam frangos de corte e 6,7% (35) produziram doces e compotas. Outras agroindústrias também produziram mel de abelha, derivados da cana de açúcar, embutidos e defumados, conservas e marinados, pescado, ovos, carne suína, legumes e verduras, café torrado e moído, condimentos, derivados de trigo, milho e babaçu, entre outros. A mesma pesquisa revelou ainda que 23,4% (123) estabelecimentos agroindustriais estavam instalados nos municípios do território Madeira Mamoré, 22,5% (118) estavam na região do Cone Sul, 20,7% (109) estavam nos municípios do Vale do Jamari, 9,5% (50) estavam no território do Rio Machado e 7,4% (39) estavam em municípios da Zona da Mata e Vale do Guaporé. Esses dados evidenciam que as agroindústrias estão bem distribuídas de norte a sul de Rondônia, especialmente ao longo dos municípios com acesso direto pela rodovia BR 364. As agroindústrias familiares compõem parte dos estabelecimentos pesquisados, porém não foi possível determinar o quanto elas representam do total. Segundo Mior (2005), a agroindústria familiar rural é uma forma de organização em que a família rural produz, processa e/ou transforma parte de sua produção agrícola e/ou pecuária, visando, sobretudo, à produção de valor de troca que se realiza na comercialização. Para Pelegrini e Gazolla (2008), entende-se a agroindústria familiar como uma atividade de produção de produtos agropecuários com consequente transformação destes em derivados alimentares de diversos tipos, ocorrendo, nesse processo, a agregação de valor ao produto final. Os autores ainda ressaltam que nesses empreendimentos há grande relevância do trabalho e da gestão por parte do próprio núcleo familiar, que empresta sentidos, significados e as estratégias que serão adotadas nessa atividade. Salienta-se que as agroindústrias familiares devem se formalizar enquadrando-se em uma das nas atividades econômicas pertencentes às seções ”Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados” e “Indústria de Transformação” da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Quando a unidade de produção agropecuária processa matéria-prima própria, ou seja, quando for oriunda da propriedade rural do agricultor, ela é considerada como atividade agropecuária, enquadrando-se na seção ”Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados” da CNAE, e os produtos derivados dessa produção seguem regramento tributário igual ao dos produtos agropecuários. Portanto, o agricultor familiar (pessoa física) pode explorar a atividade de processamento agropecuário, desde que ele utilize matéria-prima própria. Nesse caso, deverá inscrever-se em cadastro próprio juntamente com a Secretaria de Finanças do Estado, obtendo o seu registro de Produtor Rural. Caso os estabelecimentos agroindustriais processem matéria-prima de terceiros, então o empreendimento deve ser formalizado enquadrando-se na seção “Indústria de Transformação” da CNAE. Sendo assim, há duas opções ao empreendedor: ou que se constitua em uma empresa, passando o empreendedor a ser Empresário e não mais agricultor; ou que, juntamente com outros agricultores, constitua uma cooperativa. Em ambos os casos será necessário que seja efetuado o registro do empreendimento na Junta Comercial do Estado e no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Além disso, é necessário que a agroindústria realize seu registro em outros órgãos: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Caixa Econômica Federal (CEF), Prefeitura Municipal e que obtenha autorizações de funcionamento e licenças emitidas por órgãos de controle sanitário e ambiental, tais como: em âmbito federal, no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e na Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA); em âmbito estadual, na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia (SEDAM) e na Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (IDARON); e em âmbito municipal, na Vigilância Sanitária Municipal e na Secretaria Municipal de Meio Ambiente ou órgão equivalente. Dependendo da atividade econômica e do porte do empreendimento, registros em outros órgãos de controle poderão ser exigidos. Ressalta-se a característica de heterogeneidade do setor agroindustrial, que além de possuir uma diversidade de produtos com diferentes finalidades (alimentar, energética, cosmética, fitoterápica, artesanal), também utiliza matérias-primas com diferentes origens (animal ou vegetal, de cultivo ou extrativismo, in natura ou processada, própria ou de terceiros), e possui variados graus de tecnificação, escalas de produção, utilização de mão de obra familiar, capacidade de armazenamento e estratégias de mercado. Os projetos de incentivo ao setor agroindustrial do Sebrae devem estar atentos às características explicitadas, de modo a fortalecer segmentos enfraquecidos e manter o crescimento de segmentos já consolidados. Alia-se a isso a necessidade de atentar-se aos programas e projetos de apoio a agroindustrialização implementados por instituições parceiras. Exemplo disso foram as doações de equipamentos para processamento e armazenamento de produtos para implantação ou ampliação de agroindústrias familiares organizadas em associações ou cooperativas, realizadas nos últimos três anos pela SEAGRI. Além disso, a criação do Programa de Verticalização da Pequena Produção Agropecuária do Estado de Rondônia (PROVE-RO), por meio da Lei nº 2.412 de 18 de Fevereiro de 2011, regulamentado por meio do Decreto nº 18.686 de 17 de Março de 2014, facilitou a implantação de pequenas agroindústrias familiares, desburocratizando a regularização sanitária desses estabelecimentos. Dessa forma, o apoio do Sebrae ao desenvolvimento das agroindústrias do estado de Rondônia através de projetos GEOR vai exigir uma gestão muito próxima do público alvo, devido à grande variedade das demandas específicas dos diferentes segmentos de agroindústrias. Pelo mesmo motivo, os resultados dos projetos precisam ser elaborados considerando as peculiaridades de cada segmento, sob pena de se tornarem de difícil mensuração. Por outro lado, esses resultados devem ser aplicáveis a qualquer perfil de agroindústria, independente do segmento em que esta atue, mas que exprima o alcance do objetivo do projeto. Por fim, a gestão também deve estar próxima e atenta às ações dos demais parceiros do projeto, especialmente àqueles que possam contribuir para elevar a competitividade dos pequenos negócios agroindustriais tais como as ações de melhoria de infraestrutura, de capacitação e de regularização sanitária e ambiental.
Diariamente o bombardeio tem sido enorme. É crise política, crise econômica, crise nas vendas e uma nova crise que será noticiada no jornal de amanhã. São tantas crises, que o empresário deve se armar para contra-atacar e reestabelecer seu espaço na trincheira do mercado e do bolso com estratégias com maior impacto. Desta forma, recomenda-se apelar para o marketing de guerrilha. Trata-se de uma estratégia surgida no final dos anos 70 por pequenos negócios objetivando se destacar das grandes empresas. O marketing de guerrilha deu tão certo que hoje as grandes empresas também tem usado este artifício para aprisionar os consumidores. E, se as grandes empresas já utilizam, é fundamental que o empresário de pequeno negócio saiba utilizar e buscar táticas para se destacar ainda mais. Algumas das táticas mais utilizadas são: Arte Urbana: são formas básicas de comunicação que capturam a atenção das pessoas nas ruas, tais como painéis ou pinturas tipo pichação nos muros; Ambush marketing/marketing de emboscada: misturam-se equipes para interagirem nos ambientes onde o público-alvo está; Evento/patrocínio: eventos e patrocínios focados no público-alvo são desenvolvidos ou localizados para a marca ter forte apelo; Marketing Invisível: As pessoas são expostas ou interagem com uma ideia, marca ou produto sem perceber que se trata de uma experiência de comunicação. Pode se dar: (a) on-line: monitoramento e interação em fóruns e comunidades on-line; e (b) off-line: interação casual e fluida com o público-alvo; Performance: por meio de ações de corpo-a-corpo, shows relâmpagos, teatro de rua, instalações e passeatas a mensagem é transmitida. Como exemplo uma ducha tipo uma máquina de refrigerante nas praias, uma projeção com animação em um prédio histórico; Propaganda de Guerrilha: utiliza-se a mídia tradicional de modo inovador ou, ainda, cria-se meios de comunicação novos, tais como moedas adesivadas no verso lançadas no chão de ruas próximas ao negócio com uma mensagem relacionada ao baixo preço; PR Stunt: ativa-se a assessoria de imprensa desde o início do processo potencializando o impacto das ações desenvolvidas;e Web/viral: são ações online fortes ao ponto do internauta passar adiante, tais como hotsites, blogs, podcasts e e-mails virais. Conhecendo agora algumas das técnicas de marketing de guerrilha, lembre-se de buscar utilizar estrategicamente, afinal de contas, você não sabe se o seu concorrente também acabou de ler este texto…
O Setor Agropecuário é um dos mais importantes da economia do Estado de Rondônia e a pecuária representa em termos de atividade econômica a 8º maior do país e a 3° maior da Região Norte. A pecuária leiteira por sua vez é um dos segmentos com grande importância principalmente por ser exercida no âmbito da agricultura familiar, “ é praticada em 1/3 das propriedades rurais” (Embrapa 2013). O Segmento lácteo de Rondônia é um dos únicos a contar com uma política pública de grande relevância para o seu desenvolvimento, materializada por meio do Conselho de Desenvolvimento do Agronegócio Leite de Rondônia – CONDALRON, sendo responsável pela deliberação dos investimentos dos recursos oriundos do Fundo Proleite gerados a partir da renúncia fiscal de percentual do ICMS do leite, o que demostra o compromisso do Governo de Rondônia com o desenvolvimento desse segmento. O presente estudo – Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite, representa um instrumento referencial para investimentos em ações de melhoria visando o fortalecimento desse segmento, a partir do conhecimento de pontos fortes e pontos que apresentam fragilidades, possibilitando um foco mais preciso nas intervenções, além de oferecer maior embasamento aos empreendimentos atuais e novos, à disponibilização de créditos pelas instituições financeiras, permitindo também um maior direcionamento dos recursos públicos. A entrega deste estudo representa também um marco nas relações interinstitucionais entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Rondônia – Sebrae/RO e o Governo do Estado, não sendo este um produto estático, será necessário uma atualização periódica para o monitoramento dos progressos obtidos nessa cadeia produtiva, e o crescente investimento em melhorias com inovação e maior posicionamento de mercado. Clique no link abaixo e acesse o PDF do Diagnóstico do Leite e Derivados do Estado de Rondônia (55 megabites).
Produção, torrefação e comercialização de café no Brasil O país tem cerca de 287 mil cafeicultores, predominando micro e pequenos proprietários rurais, com um parque cafeeiro estimado em 2,3 milhões de hectares, espalhados por 1.900 municípios. O tamanho médio da área de lavoura é de 8,1 hectares por agricultor (MAPA, 2014b). A produção agrícola de café está concentrada em Minas Gerais, mas a industrialização do café torrado e moído está espalhada por todo o Brasil. São 1.428 indústrias, de todos os portes, que processam café no país (ABIC, 2015). Cerca de 64% deste total é de microempresas e outros 19% são pequenas empresas. A maior parte delas possui administração familiar e se caracteriza por baixo nível tecnológico e gerencial, associado à falta de recursos para investimentos e reduzidas margens de lucro. As empresas torrefadoras com gestão de perfil familiar não apresentam grande preocupação com planejamento, com a gestão ou com a tecnologia. Normalmente, são de atuação restrita ao município ou, no máximo, às cidades circunvizinhas à sua sede. (MORICOCHI et al., 2003). Em São Paulo existem mais ou menos 300 empresas torrefadoras, das quais cerca de 75% são microempresas e outros 21% são pequenas empresas (ABIC, 2014). A administração é familiar em 36% das torrefadoras de São Paulo (MORICOCHI, 2003). Em Minas Gerais, o setor é ainda mais pulverizado que a média nacional, com 375 indústrias formais que processam café em 183 municípios, destinando a produção essencialmente à sua microrregião. Dessas indústrias, 92% são microempresas e 7% são pequenas empresas. Entre elas há forte competição via preço, com pouco ou nenhum investimento em diferenciação (CHAIN, 2014). A abrangência regional das torrefadoras mineiras é ilustrada pelas vendas: 42% da produção é vendida no próprio município e outros 42% são vendidos dentro do estado de Minas Gerais (ABRANTES et al., 2006). No Espírito Santo, as empresas apresentam uma produção média mensal de 21.400 kg de café torrado e moído, caracterizando seu pequeno porte. As dificuldades principais enfrentadas pelas torrefadoras, na opinião dos proprietários, são: concorrência desleal (35%), tributação (25%). Os principais desafios da maioria das empresas de torrefação estão vinculados a questões internas, de gestão, mais do que a questões externas, de mercado. A falta de profissionalismo na administração torna difícil pensar em qualquer ação antes de se resolver esta situação. As principais demandas por atualização tecnológica dos torrefadores brasileiros são: acondicionamento, design de embalagens, rotulagem, substituição dos moinhos a martelo por sistemas mais avançados, torradores, sistema de arrefecimento, laboratórios de controle de qualidade e outros (VEGRO et al., 2005). Pode-se acrescentar a esta lista a necessidade de possuir na linha de produtos da indústria alguma apresentação que permita participar do promissor mercado das doses individuais de café. A saída para as pequenas e médias empresas é o investimento em segmentação e diferenciação, de forma que consigam escapar dessa armadilha da economia de escala provocada pelas grandes empresas. Diversos produtos derivados do café vêm sendo apresentados ao mercado, como: Drip coffee – kit completo e descartável, composto de copo, coador, café torrado e moído em sachê, açúcar e colher; Café em creme para comer – com proteína, café e cacau; Café com leite – pronto para beber, em embalagens grandes e pequenas; além de café em lata; balas de café e cosméticos (ORMOND; PAULA; FAVERET FILHO, 1999). Assim, o subsetor de torrefação se caracteriza por: grande concentração de mercado em poucas empresas; ausência de barreiras à entrada; baixo nível tecnológico e gerencial das micro e pequenas empresas; grande competição via preço; incidência significativa de sonegação fiscal e desrespeito à legislação trabalhista; utilização de material de baixa qualidade. De um universo de 1.428 torrefadoras, apenas 410 são associadas à ABIC e se submetem ao controle de padrão de pureza. Apesar disso, a ABIC analisa amostras de café de mais de 800 fabricantes para fins de monitoramento da pureza do café no mercado brasileiro. A cada 10 mil sacas de aumento de produção, são gerados 9 empregos nas torrefadoras, 8 nos demais segmentos da cadeia produtiva do café e mais 70 devido ao efeito renda em outros setores da economia (VEGRO et al.,2005).