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Para determinar o preço de venda da mercadoria que produz, cada empresa deve calcular o custo de todas as matérias-primas utilizadas na produção e, para isso, o correto é usar seus valores descritos nas notas fiscais. Se houver expectativa de que os preços aumentem, é recomendável estimar o possível reajuste.

Além das matérias-primas, também devem ser incluídos no preço final das mercadorias todos os outros valores, por exemplo, impostos (se não houver isenção) e frete. Mas os impostos embutidos no preço das matérias-primas devem ser retirados, durante o cálculo.

O valor do frete sobre compras pode ser incluído no cálculo de cada matéria-prima, ou  considerado uma despesa a ser rateada.

É importante manter contato frequente com as pessoas que cuidam da contabilidade da empresa, já que é uma área em constante atualização, pois os governos estaduais e o governo federal mudam bastante a legislação tributária. Isso pode reduzir ou aumentar o preço das matérias-primas e, por consequência, o preço de venda dos produtos.

Cálculo do número médio

Para definir corretamente o preço de venda, no setor coureiro-calçadista, cada empresa precisa analisar a variação da grade de pedidos para encontrar a média do tamanho do calçado mais vendido. Isso porque cada região do Brasil, por exemplo, tem padrões de tamanhos de pés diferentes umas das outras.

Esse cuidado deve ser ainda maior no caso das exportações. Geralmente, os pedidos enviados ao exterior são maiores do que os nacionais.  Caso não haja o devido cuidado, pode haver grandes prejuízos. 

Para determinar o número médio, é necessário saber:

• Grade utilizada no pedido;
• Quantidade de pares do pedido.

Para calcular o material necessário na produção (insumo), deve-se prever o valor a ser gasto para cada número. Assim, evita-se que sobre ou falte matéria-prima.

Percentual de quebras na produção

A estimativa das quebras na produção é indispensável para o cálculo da matéria-prima no setor de couro e calçados.

O percentual de quebras é um indicador de eficiência da produção. Ele indica a relação entre a quantidade mínima de couro necessária para produzir cada peça e a quantidade realmente utilizada. Isso significa que, quanto mais eficiente for o processo produtivo, menos desperdício de couro haverá. O uso da quantidade ótima pode ser monitorado por meio do cálculo do percentual de quebras.

Cada empresa deve conhecer os seus próprios índices de quebras, fazendo levantamento constante. Alguns itens que podem interferir na medição do percentual de quebra são:

• 1.    Metragem incorreta;
• 2.    Diferenciação entre operadores;
• 3.    Classificação do material a ser utilizado;
• 4.    Tipo de acabamento do material (napa, atanado, semicromo);
• 5.    Estilo de produto – sandálias, sapatos ou botas;
• 6.    Nível de exigência de qualidade de cada empresa;
• 7.    Índices de retrabalho (consertos e reposições);
• 8.    Variações dos fatores de classificação utilizados pelos curtumes;
• 9.    Tamanho da pelaria.

Cálculo da quantidade de materiais

Existem vários métodos para calcular a quantidade de materiais necessária na produção de calçados:

• 1.    Calcular separadamente cada uma das peças do modelo, juntando-as para formar um retângulo. Depois de juntar as peças em forma de retângulo, multiplique o comprimento da base pela altura. Assim, encontrará o resultado da área do material em metros quadrados;
• 2.    Tomar as peças em grupos de materiais: todas as peças de couro, todas de sintético, e assim por diante, sempre formando um retângulo;
• 3.    Usar o método de cálculo de insumo pelo paralelogramo: a peça é riscada e são marcados nela os pontos extremos, definindo-se, então, a área ocupada pelo par.

Em resumo:

• Os modelos devem estar identificados, com sua futura utilização no calçado (cabedal, forro etc.) e o número de peças a serem cortadas para cada par;
• Separe as peças por tipo de material: couro, sintético, avesso, couraça etc.;
• Posicione as peças em um papel milimetrado. Coloque as peças da maior para a menor – esse procedimento é o mesmo utilizado pelo cortador, para melhor aproveitamento do material;
• Após a colocação das peças do mesmo material, com todas as peças do par, fazendo o melhor encaixe, trace as linhas de base e altura e depois faça o cálculo de área;
• Lembre-se de que o calçado é formado por um par (lado direto e lado esquerdo). Assim, a cada desenho realizado, a peça deve ter a sua face virada para ser feito o próximo risco;
• Cada empresa deve calcular os próprios índices de quebras da produção;
• De nada adianta calcular o gasto dos materiais com perfeição, se não for possível responder depois se o que foi projetado está se concretizando no dia a dia da empresa.