Claudio Mendonça
Presidente da Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (Abase)
No ano em que chegamos ao cinquentenário do Sistema Sebrae, a data memorável é um convite a revivermos o trabalho fundamental que todos os elos ligados a essa instituição vêm desempenhando ao redor do Brasil. A Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais (Abase) faz parte desse legado, contribuindo para a sustentabilidade dos pequenos negócios e para o desenvolvimento do país.
Desde a sua fundação, em 1985, a Abase nasceu com a missão de promover a união e cooperar para o desenvolvimento do Sistema Sebrae, dando suporte às pequenas e microempresas e consolidando-se como parceira essencial e interlocutora em questões ligadas ao segmento. Essa missão, que sempre norteou os trabalhos, garantiu que a associação estivesse presente em momentos decisivos da economia brasileira.
Entendemos que esse trabalho de promover a integração do Sistema Sebrae – respeitando a particularidade de cada região do Brasil –, nas lutas em defesa da instituição, fortalece, por consequência, os pequenos negócios, que hoje respondem por 99% das empresas brasileiras, mais de 54% dos empregos formais e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Durante esse período de 37 anos de existência, a história da associação se funde às cinco décadas do Sistema Sebrae, compartilhando várias conquistas. Destacamos a melhoria progressiva do ambiente de negócios, facilitando o caminho para quem quer empreender. Construímos, com o poder público, uma legislação avançada de estímulo ao setor, em particular com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e seus sucessivos desdobramentos.
Olhando para o desempenho da atual gestão da Abase, eleita em abril do ano passado para conduzir o triênio 2021-2023, foi possível dar continuidade às ações em prol do Sistema Sebrae e dos pequenos negócios. Uma de nossas prioridades é a atuação mais próxima e integrada à diretoria do Sebrae Nacional, o que tem sido fundamental para os bons resultados alcançados.
Considerando o ano de 2021, realizamos cerca de 70 reuniões, que resultaram em diversas articulações. Já no mês de abril do ano passado, por exemplo, com a presença do diretor-presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, entidades representantes das pequenas e microempresas e membros do Senado Federal, apoiamos a aprovação do Projeto de Lei 5.575/2020, que disciplina o uso do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), garantindo crédito para os pequenos negócios.
Em 2022, a associação segue comprometida com sua missão institucional. Neste ano, já aprovamos a atualização do Estatuto Social da Abase e, além disso, contabilizamos outros êxitos, como a liberação de recursos aos estados no mês de janeiro – o que antes era disponibilizado em meados de maio em diante.
Ainda neste ano, tivemos a aprovação, no Conselho Deliberativo Nacional (CDN) do Sebrae, do aumento do percentual nas Unidades Federativas para as ações de comunicação, de 3,5% para 5,5%, igualando ao do Sebrae Nacional. Com a verba maior, os estados poderão planejar com mais fôlego suas ações institucionais de divulgação, considerando o aniversário de 50 anos do Sistema Sebrae.
Hoje, a Abase é formada por 81 diretores, presentes em todas as regiões do país. Nossas ações avançam sempre na direção de consolidar cada vez mais a união entre os Sebrae nos estados e resultam em progressos relevantes para todos no Sistema. Celebrar os 37 anos da associação, com o cinquentenário do Sistema Sebrae, é reconhecer sua maturidade, capacidade de articulação e o fortalecimento do nosso potencial para integrar e seguir para novas conquistas.
A todos que contribuíram para que pudéssemos atingir esses resultados, nossos sinceros agradecimentos. Seguiremos empenhados na missão de fortalecer os Sebrae nos estados e promover o desenvolvimento do Sistema Sebrae como um todo, apoiando as pequenas e microempresas do Brasil. Afinal, seguindo o mote da campanha Sebrae 50+50, “Criar o futuro é fazer história”.
Artigo publicado no livro "Sebrae 50 Anos: Criar o Futuro é Fazer História"
Sobre o Sebrae 50+50
As atividades que marcam os 50 anos de existência giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história”. Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.
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Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.