Presidente da instituição participou da abertura do evento Transformar Juntos, maior acesso dos pequenos negócios às compras públicas e menos burocracia para o setor
A presidente da Caixa, Daniella Marques, na abertura do evento Transformar Juntos, em Brasília: valorização do empreendedorismo feminino (Foto/crédito - Erivelton Viana/Sebrae)
As contribuições do Sebrae para o desenvolvimento do Brasil em 50 anos de história da instituição foram abordadas pelo presidente da instituição, Carlos Melles, na abertura do evento Transformar Juntos, realizada terça-feira (26/7), em Brasília, com transmissão online para todo o país.
“O Sebrae tem 50 anos. Perto dos 500 anos de história do Brasil ainda somos muito jovens. Quer símbolo maior de esperança do que a juventude? Já fizemos muito e temos muito mais o que fazer para alcançar o nosso desenvolvimento econômico”, ele comentou.
Melles destacou os principais avanços alcançados com a aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que completou 15 anos em dezembro de 2021. Citou também que os mais de 14 milhões de Microempreendedores Individuais (MEI) representam a maior política pública de formalização do mundo.
“No ano passado, infelizmente, chegamos a 14 milhões de desempregados. Neste ano já reduzimos para nove milhões. Enquanto o número de MEI cresce, o desemprego diminui. Geramos empregos, oportunidade e renda”, Melles reforçou, ao destacar a importância de políticas de incentivo ao empreendedorismo. “O Sebrae está aqui para ser a esteira de desenvolvimento que o Brasil precisa”, acrescentou.
O Transformar Juntos é uma iniciativa do Sebrae, que reúne governo e instituições do setor público e privado para o debate sobre simplificação e acesso dos micro e pequenos negócios às compras públicas. Resulta da junção de duas agendas voltadas à melhoria do ambiente de negócios no país: o Fomenta, incluído no calendário oficial das celebrações dos 50 anos do Sebrae, e o Brasil Mais Simples.
Entre os participantes, a presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Daniella Marques, ressaltou que a bandeira do empreendedorismo, principalmente o feminino, é uma das principais pautas de sua gestão.
“Tenho a honra de estar presidente de uma instituição com 161 mil colaboradores empenhados em melhorar a vida dos brasileiros. São 148 milhões de clientes, entre habitação, FGTS, auxílios. Nosso foco é proporcionar melhorias na vida do cidadão, em especial às mulheres empreendedoras”, enfatizou Daniella Marques. “Crédito, capacitação e apoio técnico na jornada são ferramentas capazes de reduzir as desigualdades sociais do país e problemas como a violência contra as mulheres e crianças."
Acesso às compras públicas
À frente da Secretaria de Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio de Vasconcelos apresentou os principais avanços para o setor produtivo. “Aprovamos a nova lei geral das licitações, uma legislação mais moderna que abarca novos dispositivos e estamos em fase de regulamentação para atender às necessidades da população. Além disso, o aplicativo do Compras.gov.br é uma verdadeira revolução para as compras públicas”, afirmou, lembrando que agora é possível se cadastrar como fornecedor de produtos e fazer propostas pelo celular.
Segundo o ministro da Educação, Victor Godoy, somente por meio de investimentos na educação, em todos os níveis, será possível recuperar a economia brasileira. Na avaliação de Godoy, apesar do cenário ser “preocupante” em todo o mundo, com questões como inflação e guerra, o Brasil tem se saído bem. “Nós estabelecemos o auxílio emergencial com celeridade. Em todo mundo, a fome aumentou 40% durante a pandemia, no Brasil foi 14%. A inflação está controlada, se compararmos com países como México e Alemanha, por exemplo”, observou.
Simplificação
A simplificação das obrigações acessórias e tributárias para as MPE foi tema do painel mediado pelo gerente de Políticas Públicas do Sebrae, Silas Santiago. Na ocasião, o analista de Finanças Municipais na Confederação Nacional de Municípios (CNM), Alex Hudson, e o auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará, Eduardo Iketani, conversaram sobre como a melhoria do ambiente de negócios está intimamente ligada à legislação.
“Nosso principal objetivo é que, no futuro, a nota fiscal eletrônica seja a única obrigação acessória tributária do contribuinte. Dessa forma, todo o resto será feito pelo Fisco com base nisso”, afirmou Silas, ao falar sobre a desburocratização e facilitação dos compromissos tributários dos pequenos negócios.
Sobre o Sebrae 50+50
As atividades que marcam a celebração dos 50 anos do Sebrae giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história” e procuram mostrar a conexão da instituição com o Brasil. Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza as ações atuais nos três pilares da instituição: aprimorar a gestão empresarial, desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios e promover a cultura empreendedora. Mostra também a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar para o futuro, ao mesmo tempo, voltado para os novos desafios do empreendedorismo no país.
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Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.