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Empresa criada por Rafaela Viana em 2018 abre caminho para atuação feminina na construção civil, com serviços nos quais predominam os homens, tradicionalmente
Desde pequena, a sergipana Rafaela Viana trocava qualquer brincadeira por atividades relacionadas à manutenção da casa modesta, em que vivia com a família, em Maruim (SE). Ela cresceu entre reparos, trocas de lâmpadas e construção de móveis de alvenaria. O passatempo se tornou profissão e, mais tarde, deu origem à empresa Mulheres de Obra, criada em 2018, com o propósito de ampliar e fortalecer a presença feminina na construção civil.
Em menos de quatro anos, os números do negócio já impressionam. Rafaela conta que seu primeiro contrato teve uma remuneração de R$ 300, para mais de 10 dias de trabalho. "Eu e minha irmã comíamos pão de manhã e no almoço, porque o dinheiro não dava pra marmita. Eu não sabia colocar preço, não tinha segurança", conta. Hoje, a empresa tem 12 colaboradoras registrados e contabiliza, como clientes já atendidos, 576 imóveis e 8 obras de médio e grande porte, a exemplo de um novo terminal rodoviário, no centro de Aracaju.
A Mulheres de Obra é especializada em serviços de acabamento, principalmente pintura. Para a empresária, o negócio quebra padrões em um setor predominantemente masculino. "Quando eu trabalhava em construtora, era a única mulher em obras com mais de 140 homens. Tinha muita vontade de mudar essa realidade e esse foi um dos motivos que me levaram a criar a empresa. Muitas vezes, a gente é desacreditada e sofre preconceitos por sermos mulheres pintoras. Pra romper a barreira do machismo, a gente oferece um serviço de excelência, que agrega valor pra quem nos contrata. É assim que conquistamos cada vez mais espaço no mercado", afirma ela, que, para aprimorar sua atuação, está cursando o oitavo período de Engenharia Civil.
De servente a empresária
Rafaela começou a trabalhar em uma construtora aos 19 anos, fazendo o rejunte e a limpeza das obras. Percebeu que, para crescer, precisava se capacitar. Fez cursos profissionalizantes de pintura, mestre de obras e pedreira. Depois de fazer o curso de edificações, trabalhou como técnica em outra construtora por cinco anos. Até que, depois da participação em um evento, tudo começou a mudar.
"Fui a uma palestra sobre finanças, e a ideia de criar um negócio começou a ganhar força. Foi aí que o Sebrae se transformou na minha segunda casa, todos os dias eu ia lá, pra aprender e me preparar, antes de empreender. Participei de muitos eventos, recebi orientações sobre marketing, formalização. A participação no Sebrae Delas foi fundamental pra mim e pro meu negócio", lembrou.
Quando a empreendedora se sentiu preparada para iniciar o negócio, ela decidiu sair da construtora e investir o dinheiro da rescisão na abertura da Mulheres de Obra. Com a dificuldade de encontrar mão de obra especializada, Rafaela decidiu capacitar as profissionais e, aos poucos, foi formando sua própria equipe.
Em 2020, a empresa fechou um grande contrato, mas sofreu um revés, por conta de questões administrativas e ações trabalhistas. A empreendedora ficou tão desanimada, que resolveu demitir toda a equipe e encerrar as atividades. No ano passado, porém, surgiu o convite para trabalhar em uma grande obra e ela decidiu retomar seu sonho, de empreender entre mulheres e em família. Além de Rafaela, as irmãs Grazi e Daniela e sua mãe Alaíde também trabalham na Mulheres a Obra.
"Eu durmo e acordo pensando em como melhorar. Para o futuro, eu quero expandir meu negócio e sonho em ver uma franquia da Mulheres de Obra em cada estado do Brasil", finaliza Rafaela Viana.
Números da Mulheres de Obra
Dicas da Rafaela “Como o Sebrae me apoiou”
Rafaela Viana (à frente), com funcionárias da Mulheres de Obras: serviços de acabamento e pintura em mais de 570 imóveis e obras de grande porte (Foto/crédito - Jouis Fotografia)
O que é a Expedição 50+50
A história da empreendedora Rafaela Viana faz parte da Expedição Sebrae 50+50, que está percorrendo o Brasil para mostrar empreendedores e empreendedoras que criam o futuro e fazem história, no contexto do aniversário de 50 anos da instituição.
Sobre o Sebrae 50+50
Em 2022, o Sebrae celebra 50 anos de existência, com atividades em torno do tema "Construir o futuro é fazer história". Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias
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Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.