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‘Líderes em Movimento’ discute formação de novas gerações de líderes
No último dia do evento, o pesquisador americano Scott Taylor e o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, participaram de painel

O evento online ‘Líderes em Movimento’ apresentou, nesta quinta-feira (30), o painel “Repensando o que entendemos sobre Liderança” com a presença do americano Scott Taylor, professor no The Blank School em Babson College, e do diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Eduardo Diogo. Os dois apresentaram estudos internacionais sobre a liderança e discutiram a formação de novas gerações de líderes. A conversa foi mediada pela coordenadora nacional do Polo de Lideranças Sebrae, Rosangela Angonese.

Mestre em Liderança pela Universidade de Georgetown (EUA), o diretor Eduardo Diogo apresentou novas abordagens para aperfeiçoar a relação entre líderes e liderados/seguidores. Sua apresentação teve como referência os seus estudos nos Estados Unidos onde, com base nas eleições americanas de 2016, ele examinou o papel dos seguidores na seleção e desenvolvimento de líderes.

Eduardo defendeu a premissa que liderados/seguidores influenciam seus líderes e também refletiu como esses seguidores podem fomentar a formação de novas lideranças. “Meu estudo reconhece não apenas o fato de seguidores influenciam líderes, mas também que eles têm precedência aos líderes”, explicou. Para ele, líderes e seguidores estão envolvidos em um processo permanente de troca que depende de uma interação bem-sucedida. “Os bons líderes compreendem que uma das tarefas mais importantes de qualquer governo, instituição ou organização relacionado ao tópico atual é fomentar uma nova geração de líderes com base em princípios e que geram transformação”, ressaltou.

O diretor do Sebrae criou, em sua tese de mestrado, o conceito do “líder regenerativo”, que seria identificado por um conjunto de 11 atributos. Entre essas característica estão: desapego do poder em si, a capacidade de adaptabilidade, a valorização de seguidores que decidem, entre outros. “Esses líderes sabem que a liderança depende da condição dos seguidores, ou seja, os seguidores são tão bons como a qualidade dos seus líderes que eles escolhem para representá-los”, pontuou.

Por outro lado, o especialista americano Scott Taylor, em sua apresentação, fez provocações aos participantes do evento para refletirem sobre como o papel dos líderes em suas vidas e como enfrentar os novos desafios da liderança. Ele apresentou estudos recentes da neurociência em que são avaliados diferentes perfis de líderes, a partir do uso de redes neurais. Segundo ele, o líder excelente consegue lidar com as duas redes do cérebro, tanto a rede analítica de resolução de problemas, quanto a empática que tem como foco os outros.

Ele defendeu ainda que os líderes que são vistos como destaque e com capacidade transformadora são aqueles que estimulam o que há de melhor em seus liderados. “Em entrevistas realizadas com executivos ao redor do mundo encontramos respostas padrões que nos permitem concluir que as pessoas que nos ajudaram a ser o que somos hoje não começaram com foco, principalmente nos aspectos negativos. Então, em nossa liderança, precisamos ajudar as pessoas a enxergarem o que elas querem ser e no que elas são boas”, declarou.

Ao final do painel, o professor também falou sobre como encorajar os jovens a se envolverem mais em questões de liderança, e fez ainda considerações sobre como estimular a liderança entre as mulheres. “As pesquisas em todo mundo mostram que tanto homens quanto mulheres acreditam que são capazes de liderar. No entanto no caso delas, há uma diferença, pois, as mulheres ainda têm dificuldade para avaliar positivamente o que os outros pensam sobre suas próprias capacidades. Por isso precisamos apoiá-las nessa questão”, observou.

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