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Costurando o destino

Há duas vertentes para contar a história que deu origem ao nome da cidade de “Canhotinho”, no agreste pernambucano. A primeira delas, a mais popular e, portanto, mais difundida, lembra que no início da formação do povoado nasceram dois irmão gêmeos. A confusão era grande toda vez que tinham que saber que era um ou outro, de tão idênticos.

A solução, claro, foi estabelecer a diferença pela característica mais evidente. Os dois eram canhotos, mas um era mais baixo que o outro. Então, entre o povo da cidade um passou a ser chamado de Canhoto. O outro, por óbvio, Canhotinho. Com o passar do tempo, em homenagem aos dois, o Rio que banha o município foi chamado de Canhoto. E o povoado, de Canhotinho.

Numa outra versão, essa com relevância histórica e geográfica, o historiador pernambucano Costa Porto identifica em suas pesquisas a referência a um certo “rio Canhoto”, por volta de 1791. Logo, o povoado que começa a se formar nas proximidades desse rio passa a chamar-se “Povoado da Volta (do rio) e mais tarde “Volta do Canhoto”. Por último, já no fim do Século XIX, a cidade vira, então, “Canhotinho”.  

Nessa época do ano, entre o final de janeiro e início de fevereiro, Canhotinho se transforma e se enfeita para celebrar São Sebastião. O santo não é o padroeiro oficial da cidade, mas foi a ele que os moradores recorreram e prometeram fazer dez dias de festa todo ano, caso um milagre pudesse conter uma peste que matou muita gente. Quando a peste foi controlada, o pessoal pediu licença a Nossa Senhora da Conceição – essa, sim, a padroeira oficial – e passou a devotar e festejar também o poder de São Sebastião. 

Com aproximadamente 25 mil habitantes e uma economia pautada pela criação de aves e rebanhos bovinos, o que varia daí reforça uma pequena produção agrícola. Manga, Banana, castanha de caju, batata-doce, melancia formam o conjunto variado e saboroso que abastece as mesas de quem vive ali e, também, em outras regiões próximas.

Mas o trabalho do Sebrae em conjunto com a Agência de Desenvolvimento de Pernambuco identificou uma parcela importante da comunidade vivendo em condições vulneráveis. Em sua maioria, mulheres. E, por isso, planejou e implementou um projeto chamado “Mulheres Costurando o Futuro”.

O projeto, que também teve o apoio da Prefeitura local, acolheu 150 mulheres. Ajudou as que já tinha alguma prática com a máquina de costura a aperfeiçoar os conhecimentos nessa área. A outras, foi preciso ensinar os passos básicos da profissão de costureira. E a todas, foi franqueado o conhecimento necessário para que adquirissem mais confiança em si mesmas e pudessem tirar do seu próprio esforço o sustento da família. Durante o tempo que participaram do projeto receberam noções de gestão financeira, planejamento de etapas e cálculo de preço dos produtos.

Nessa etapa da formação, elas também aprenderam a produzir bichos de pelúcia em vários modelos e tamanhos. O resultado dessa produção já foi comercializado com sucesso em feiras regionais, o que deu a elas a perspectiva de que estão no caminho certo para conquistar seus sonhos.

Foi a forma encontrada para mostrar que, com dedicação, persistência e oportunidade, é possível enfrentar e vencer a pobreza e transformar a realidade de muitos brasileiros que vivem hoje sem grandes expectativas no amanhã.

O projeto “Mulheres Costurando o Futuro” começou em setembro de 2021. E foi concluído em Novembro de 2022, com a formação de 150 novas empreendedoras locais. Entre as metas estabelecidas por elas estão: A construção de uma associação que abrigue as novas empreendedoras; a capacitação pessoal e profissional de todas que se unirem ao projeto e o desenvolvimento, lançamento e comercialização de novos produtos.

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