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É comum haver uma certa confusão entre “energia renovável” e “energia sustentável”. Será que elas são a mesma coisa? Uma rápida análise mostra que não, que elas estão relacionadas mas não são iguais.

Mas, antes, vamos começar esclarecendo alguns conceitos. “efeito estufa” e “aquecimento global” geralmente aparecem associados, mas eles não são exatamente a mesma coisa. O efeito estufa é um fenômeno natural que é responsável pela manutenção das temperaturas médias globais por meio da retenção parcial da radiação solar por meio de gases presentes na atmosfera. 

Já o aquecimento global é o aumento da temperatura média da atmosfera terrestre e dos oceanos em razão da emissão desenfreada de gases de efeito estufa (GEEs), como dióxido de carbono, gás metano e óxido nitroso. Esses gases são emitidos por fontes de energia não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão mineral. Ou seja, é resultado da ação humana.       

É por essa razão que, há já algumas décadas, governos e organizações internacionais vêm incentivando o uso de fontes de energia renováveis. São aquelas que não se esgotam com sua utilização, como as energias hidráulica, solar, eólica, geotérmica, nuclear e carvão vegetal, além das derivadas da cana-de-açúcar, como o álcool.

Energia renovável e energia sustentável

Uma fonte de energia pode ser renovável, mas não sustentável. Um exemplo interessante é a energia hidrelétrica – fonte renovável –, cuja construção pode não ser sustentável. E isso por diversos fatores: o deslocamento de comunidades ribeirinhas e de várias espécies de animais de seu habitat natural pelo alagamento de grandes áreas; a alteração do microclima no entorno da barragem; e a erosão no solo costeiro do lago e da barragem, ampliando os danos à vegetação do local.

Para que esse impacto seja minimizado e possa ser produzida energia realmente sustentável, é necessária a preservação da mata ao redor da hidrelétrica, assim como os mananciais e o fluxo de água, sem que o rio perca o seu volume, o que é perfeitamente possível.

Outro exemplo típico de energia renovável e não sustentável é a energia nuclear. É sabido que este tipo de energia, em si, é uma das mais limpas produzidas pela humanidade, pois ela não emite dióxido de carbono na atmosfera. Mas, as usinas nucleares produzem uma elevada quantidade de “lixo atômico”, rejeitos radioativos que incluem o próprio urânio utilizado nos reatores, além de isótopos radioativos extremamente tóxicos como césio, plutônio, iodo, estrôncio e criptônio, entre outros. Todos esses rejeitos precisam ser acondicionados em recipientes especiais de concreto, devendo ficar confinados por um período que varia entre 50 e 300 anos.  

Exemplos claros de energias sustentáveis são as energias eólica e solar, as fontes que mais têm crescido nos últimos anos, inclusive no Brasil. Atualmente, a energia eólica representa 11% da demanda energética do país, enquanto que a energia solar representa 8,1%. As hidrelétricas, por exemplo, respondem por 53,9%. 

Além dessas, existem algumas fontes menos conhecidas, mas de grande potencial, como as energias de biomassa, geotérmica e maremotriz. A energia de biomassa é aquela proveniente de resíduos de origem vegetal ou animal, como vegetais lenhosos, cultivo agrícola e resíduos urbanos e industriais. Dentre os produtos derivados da biomassa estão os biocombustíveis, os óleos vegetais e o biogás.

A energia geotérmica é obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra por meio de grandes perfurações no solo. Já a energia maremotriz é a eletricidade gerada por meio do desnível da água do mar provocado pelo fenômeno das marés.  

Em 2022, segundo o Balanço Energético Nacional (BEN), a oferta interna de energia renovável no Brasil era de 44,7% e a de energia não renovável, de 55,3%. Por comparação, no mesmo período, essa oferta de energia renovável era de 11% em todo o mundo e 14% na OCDE.

Portanto, existem no Brasil boas alternativas para buscarmos um melhor equilíbrio entre homem e meio ambiente por meio do uso cada vez maior de energia sustentável. Precisamos quebrar algumas barreiras e aproveitar todo esse potencial energético que essas fontes nos proporcionam.

Os incentivos no setor precisam ser ampliados para que os negócios tornem-se mais atrativos para empresas e organizações que buscam investir nessa área. Já está provado que o retorno financeiro que elas podem obter, aliado ao benefício para a sociedade que a prática da sustentabilidade pode trazer, formam uma combinação perfeita em que todos saem ganhando.

Saiba mais sobre o tema consultando textos do Sebrae: Como funciona a energia solar por assinatura?, Linhas de créditos financiam gestão de energia em pequenos negócios.

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