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Mon Sep 04 15:14:49 BRT 2023
Empreendedorismo | ATITUDE EMPREENDEDORA
O imaginário em forma de cimento e traço

O sonho virou realidade a partir de 1960. Brasília saiu do papel e entrou para a eternidade.

· 19/04/2023 · Atualizado em 04/09/2023
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Um dia, Juscelino Kubitschek teve um sonho. Construiria a Capital Federal no coração do Planalto Central do Brasil. Era o início de uma história que envolvia paixão política, determinação, persistência, compromisso com o povo brasileiro e amor pela arte. O desfecho desse roteiro histórico é bastante conhecido. O sonho virou realidade a partir de 1960. Brasília saiu do papel e entrou para a eternidade.

A cidade monumento nasceu e tomou forma a partir dos traços do arquiteto Oscar Niemeyer  e do urbanista Lúcio Costa. A eles, juntou-se o vigor das mãos de milhares de trabalhadores anônimos – que viriam a ser os candangos – brasileiros vindos de todos os cantos do país, dispostos a encarar o desafio de construir a nova Capital Federal do Brasil. Sob a máxima de que deveriam “fazer em cinco anos tudo o que, numa situação normal, levaria cinquenta para acontecer.” A eles também se somou a singularidade de outros gênios, como Roberto Burle Marx, maior nome do paisagismo brasileiro; e Athos Bulcão, artista plástico cuja obra principal são os azulejos, que tornaram singulares algumas daS mais conhecidas fachadas das edificações brasilienses.

O resultado dessa alquimia que reúne força bruta, obstinação, tirocínio político e genialidade modificou a paisagem natural do cerrado e fez surgir do chão vermelho um museu a céu aberto, composto por obras monumentais.

Mistura de concreto em  curvas e retas. Vias amplas como nunca se viu antes por aqui. Vastas áreas verdes ocupadas por árvores frutíferas, que quebram a rigidez do cimento e do asfalto.  Pra arejar a secura, a cidade ganhou um lago artificial, o Paranoá. É dali que sai parte da energia que ilumina Brasília. É também o lugar onde acontecem inúmeras atividades de lazer ao alcance de todos. A soma desse  milagre arquitetônico, tempos depois de sua criação, viria a ser reconhecido como “Patrimônio da Humanidade”. Orgulho de cada um de nós brasileiros, independentemente de cor, raça, credo ou classe social.

Oscar e Lúcio, profissionais visionários, reconhecidos no Brasil e no mundo, serviram de inspiração para muitos jovens, ávidos por também deixar suas marcas  no universo da Arquitetura e do Urbanismo. É, portanto, razoável pensar que a trajetória dessa dupla tenha influído, em alguma medida, na escolha profissional de Ana Laterza, Alessio Gallizio e João Diel Bastos.

Os três frequentaram a UnB, Universidade de Brasília. Fizeram o mesmo curso, Arquitetura. E seguiram suas vidas sem imaginar que tempos depois  iriam outra vez se reunir, agora como profissionais atuantes,  com o propósito de empreender. Antes dessa nova reunião, é preciso dizer que Ana e Alessio se apaixonaram um pelo outro e decidiram caminhar juntos. Em busca dos sonhos, com os pés firmes na realidade. Já o João tentou fazer cinema, fez outros cursos, experimentou a criação de roteiros e a direção de filmes. Mas a Arquitetura se encarregou de trazê-lo novamente para perto de Ana e Alessio.    

O reencontro dos três aconteceu em Brasília. Cada um a seu modo, eles costumavam sugerir aos clientes o uso de ladrilhos hidráulicos em seus projetos. E nem sempre encontravam essas peças com o desenho que gostariam e com a rapidez que precisavam. De uma primeira conversa surgiu a ideia de fabricar os seus próprios materiais. Apenas para abastecer os seus projetos.

Aquela conversa funcionou como semente jogada em terra fértil. A necessidade comum fez brotar o desejo de encontrar soluções em conjunto. Concluíram que, antes de tudo, era preciso conhecer a fundo a história da fabricação de ladrilhos hidráulicos. De onde vinham, como surgiram, de que forma eram feitos, quais os segredos da fabricação e quais os obstáculos enfrentados por aqueles que se aventuraram nesse tipo de atividade. 

Ladrilhos hidráulicos são peças exclusivas, feitas uma a uma. Um processo que exige técnica, apuro  e precisão na composição das cores, na mistura do cimento e da areia... Empreitada que requer dedicação e paciência, muita paciência. Apenas para efeito de informação, o tempo de cura de cada peça de ladrilho hidráulico é de vinte e oito dias.

Por ser um item exclusivo, o ladrilho hidráulico traz consigo um bocado de arte e muita personalidade. Nenhum é igual ao outro. Mesmo que sejam feitos na mesma forma, pela mesma pessoa, no mesmo lote, eles são diferentes. Isso é o que acresce o valor de artesanato a esse tipo de material.

Foram dois anos só de estudo até que se sentissem encorajados a partir para a fabricação. Se surpreenderam com o interesse de outros profissionais da área pelo que informaram que iam começar a produzir. Descobriram que havia um nicho de grande interesse pelo produto sem que houvesse, em contrapartida, respostas rápidas para atender a demanda. Ora, isso  era um bom sinal de que o caminho que escolheram estava correto.

Eles estavam conscientes de que a fase de preparo incluía tempo dedicado à aprendizagem de conhecimentos que até ali, não dispunham. Para saber como se posicionar no ambiente empresarial, recorreram ao SEBRAE. Encontraram uma equipe disposta a compartilhar informações, ensinar boas práticas para alcançar sucesso no  mundo dos negócios  e apontar o caminho mais seguro para quem quer empreender.

  Com a base de conhecimento pronta, partiram para as decisões práticas. Nascia assim a “Ladrilharia”. Uma indústria de ladrilhos hidráulicos erguida num lugar onde nenhuma outra existia. Mais do que isso,  um empreendimento administrado por três jovens profissionais que desejavam produzir peças que, na origem, guardassem alguma sintonia, respeito e identidade com os traços modernistas tão característicos da Nova Capital.

O tempo que separa a criação de Brasília do nascimento da Ladrilharia de Ana, Alessio e João – pouco mais de cinquenta anos – cronológica e historicamente, é nada. Mas é a prova inquestionável de que a terra vermelha do cerrado, que abrigou o sonho de JK, os traços de Niemeyer e a urbanidade conceitual de Lúcio Costa, segue sendo terreno fértil e acolhedor a todos que não veem limites para a criatividade.

Quatro anos depois de começar a produzir, a Ladrilharia já virou referência no mundo da arquitetura brasiliense. Uma conquista obtida à base de sonho, suor, paixão e coragem. Como tudo que marca a história dessa gente e desse lugar.  

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