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Thu May 23 14:29:23 BRT 2019
Organização | PRODUÇÃO
Conheça técnicas de manejo para a produção do mel

Vários fatores influenciam a produção apícola. Conhecê-los é fundamental para entender o funcionamento da atividade e resolver problemas.

· Atualizado em 23/05/2019
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O clima, o lugar, o pasto apícola, a rainha, tudo influencia na produção do apiário. Este texto apresenta informações para entender como funciona a atividade e dicas para solucionar dificuldades comuns relacionadas à apicultura.

  • Clima ideal – o clima ideal para a produção de mel é com estações secas e úmidas bem definidas. Desta forma, há uma maior concentração das floradas logo após o período chuvoso. Também convém que não seja muito frio nem muito quente. O ideal é de 20 a 30 graus.
  • Inverno – no inverno, recomenda-se tirar as melgueiras para guardá-las somente das colmeias que tenham a população muito reduzida, para manter os favos limpos de traças. Nesse caso, elas devem ser armazenadas em local arejado com ampla circulação de ar, empilhadas com folhas de jornal entre elas.
  • O apiário – a quantidade de colmeias por apiário é determinada pela flora apícola da região. As regiões do lavrado suportam em torno de 20 colmeias, já na mata pode-se chegar a 50 colmeias ou mais. O apicultor deve aumentar o número de colmeias até perceber uma redução na produção por colmeia.
  • Abandono de colmeias – a alimentação é uma forma das abelhas não abandonarem as colmeias. As abelhas africanas, principalmente, abandonam a colmeia por falta de alimento.
  • Colmeias fracas – quando as colmeias estão muito fracas na época da baixa florada deve-se uni-las, para que fiquem mais populosas. Desse modo, diminui-se o número de colmeias, mas aumenta-se a população das famílias, o que resulta num maior número de abelhas disponíveis para a coleta do alimento.
  • Enxameação – a melhor forma de evitar a enxameação é mantendo as abelhas rainhas novas na colmeia. Estudos comprovam que a causa mais frequente da enxameação é o esgotamento das rainhas e a consequente diminuição do fenômeno real.
  • Melgueiras – devem ser colocadas na colmeia quantas melgueiras forem necessárias, no mínimo de duas. E sempre acrescentar mais melgueiras quando as antigas estiverem cheias, ou colher o mel imediatamente.
  • Mudança de rainha – se as abelhas de uma colmeia capturada tiverem sua rainha trocada por uma selecionada, elas podem mudar de comportamento. Logo começam a nascer as operárias filhas da rainha introduzida, que herdam a genética de sua mãe, incluindo o comportamento. As rainhas introduzidas deverão provir de criadores idôneos que fazem seleção para produção e resistência às doenças.

A colmeia em produção não deve ser manipulada excessivamente, e a troca de uma rainha por outra pode permitir que as operárias coloquem o mel nos favos de crias, diminuindo o espaço disponível para a postura.

  • Água – é necessário dispor de água nas proximidades do apiário. Deve haver água num raio de 500 metros das colmeias. Em caso de distância maior do que a indicada, é necessário improvisar bebedouros.
  • Néctar – a frutose e glicose são os principais tipos de açúcar do néctar. Mas também há um pouco de sacarose e outros açúcares. Boa parte do néctar colhido na época das floradas é consumida na alimentação das larvas e das próprias abelhas adultas. Somente 30% são transformados em mel. Na época de poucas flores, o néctar pode ser utilizado totalmente na alimentação das abelhas, o que pode ocasionar um déficit.
  • Flores que produzem néctar – flores de eucalipto, relógio, malva, acácia-nativa, acácia-mangium, mata-pasto, copaíba e casca-grossa são alguns exemplos de flores que produzem néctar.
  • Própolis – a própolis é produzida a partir da raspagem das partes da colmeia onde ele é depositado, ou então, em artefatos especialmente desenvolvidos para este fim.
  • Época do caju – na época do caju as abelhas produzem mel preto, porque o mel de caju não é extraído das flores, mas sim das frutas. Esse néctar pode ficar exposto ao ar e sofrer algumas alterações físicas e químicas. Ele tem um teor de sacarose bem maior do que o mel floral.
  • Cera alveolada – é a cera de abelhas estampada com o início dos alvéolos. Com isso, as abelhas operárias são orientadas a construírem os favos dentro dos caixilhos, facilitando a sua reutilização.
  • Abelha rainha – a rainha africana põe até três mil ovos por dia, enquanto as rainhas de raças europeias chegam a dois mil ovos. Para que as rainhas possam exercer o máximo de sua capacidade de postura, é necessária uma boa florada, com abundância de pólen.
  • Rainha velha – a principal característica de uma abelha rainha velha é a diminuição do feromônio real e da postura. Ela também fica mais lenta, com poucos pelos e com asas danificadas.
  • Separação de rainhas – quando as colmeias são unidas, deve-se separar as rainhas, pois assim, deixarão a rainha mais nova e mais vigorosa. No caso de rainhas semelhantes, não há necessidade de separação. Elas brigarão e a mais forte sobreviverá.
  • Excesso de voo – o excesso de voo das operárias (em campo) pode provocar danos às asas. Quanto mais as abelhas trabalham, maior o desgaste e menor o tempo de vida. As asas com o tempo começam a ficar danificadas, principalmente nas pontas. Normalmente as abelhas operárias podem voar num raio de 3 km, mas podem ir até 6 km quando a oferta de alimento for abundante, principalmente para coleta de néctar.
  • Abelha italiana e abelha africana – as africanas são muito agressivas e enxameadoras, as italianas são muito mansas e pouco enxameadoras.
  • Alimento das abelhas – na época de poucas flores, as abelhas passam fome, e o alimento artificial serve como substituto do néctar e do pólen das flores. Também é importante para evitar que a família abandone a colmeia. Para alimentar as abelhas usa-se xarope com 50% de açúcar ou mais, na falta de néctar, e farinha de soja na falta de pólen. O xarope deve ter a dosagem de 50% de água e 50% de açúcar comum, na proporção de 1/1. O mel sujo pode ser misturado com água e devolvido para as abelhas em forma de xarope.
  • Superpopulação de abelhas – a superpopulação de abelhas para produção de mel pode provocar a migração, por aquecimento da colmeia. No entanto, normalmente as colmeias superpopulosas enxameiam antes de migrarem. A migração é mais comum quando há uma falta extrema de alimento.
  • Rapadura – não é recomendado colocar rapadura dentro das colmeias. Por ser extremamente seca e dura, a rapadura leva muito tempo para ser consumida, atraindo inimigos, como formigas e abelhas de outras colmeias.
  • A produção do mel – o mel é o processamento completo do néctar para que seja armazenado para utilização futura, nas épocas de falta de flores. O mel pode fermentar no favo, se tiver um conteúdo alto de água, acima de 20%, em épocas úmidas.

Vários fatores podem influenciar na produção de mel, como a temperatura, as chuvas, o vento, altitude, o espaço disponível, a qualidade genética e o próprio manejo das colmeias.

As abelhas não produzem mel na época em que estão alimentando. Na época da alimentação as abelhas ficam muito debilitadas. Somente as melgueiras devem ser manipuladas na época de produção. Deve-se abrir o ninho de crias somente para confirmar a presença de rainha por meio de sua postura.

  • Mel fino – quando se colhe um mel fino (com excesso de água), deve ser consumido imediatamente, pois fermentará muito rápido. Outra solução é misturá-lo com outro mel mais concentrado.
  • Mel claro e mel escuro – a cor do mel depende da origem floral e do tempo de armazenamento. Em geral, os méis de melato, como é chamado o mel de acácia, são mais escuros. Os méis florais normalmente são mais claros. O mel escuro não se mistura como o mel claro, por causa da densidade de cada um. Méis com mesma densidade são misturados facilmente.
  • Enzimas do mel – são substâncias que aceleram em muito as reações bioquímicas. Por exemplo, a amilase transforma o amido em glicose, a sacarose transforma o açúcar de cana em glicose, a peroxidade gera água oxigenada, que ajuda a evitar a fermentação do mel.

A época de colheita de mel varia conforme o modelo de negócio, clima, região, localização e plantas próximas ao apiário. Há locais onde se realizam apenas uma colheita de mel por ano, e locais onde há três ou quatro floradas de importância apícola no ano. Há ainda a possibilidade de montar apiários migratórios, que aproveitam mais ainda as floradas, colhendo mel de acordo com uma rota preestabelecida.

O ideal, é que você procure a associação ou cooperativa de apicultores da sua região para saber qual o padrão de floradas da região onde pretende montar o apiário.


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