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Empreendedorismo | EMPREENDEDOR
Costurando o destino

A importância do empreendedor entender o contexto e aceitar as mudanças necessárias para manter seu negócio “vivo”

· 19/04/2023 · Atualizado em 04/09/2023
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A técnica de costura consiste na forma artesanal ou manufaturada de juntar partes de tecido, couro ou qualquer outro material maleável. Os primeiros registros de peças costuradas datam de mais de 30.000 anos e foram feitas com agulhas confeccionadas de ossos e chifres de animais, sendo que as de ferro apareceram apenas por volta do século XV.

O primeiro equipamento de costura mecânica foi desenvolvido em 1755. Em 1790 foi patenteada uma máquina para costura de peças em couro e, somente em 1807, surge a primeira máquina de costura funcional patenteada por um alfaiate francês. Em 1841 este invento suscitou uma revolta dos artesãos e alfaiates da época, que apavorados com a ideia de perderem seus empregos devido ao ganho de eficiência produtiva com o uso das máquinas, se revoltaram e colocaram fogo em todas as máquinas de costura, assim como, nas oficinas de costura.

Cinco anos após esta revolta na França, apareceu nos EUA a primeira máquina de costura com pedal desenvolvida por Isaac Singer, marca até hoje famosa e conhecida de máquina de costura.

A costura como técnica isolada não constitui artesanato, mas sim é um processo complementar e acessório à confecção de produtos que utilizam técnicas consideradas artesanais, como por exemplo, a costura à máquina usada para produzir roupas, acessórios ou artigos para cama, mesa e banho que fazem uso de bordados ou rendas artesanais.

Quando a costura é parte do processo de confecção de um produto artesanal, arraigado na tradição de um povo e que carrega uma carga cultural, aí sim ela pode ser considerada artesanato. Um caso que exemplifica muito bem esta condição é a costura utilizada pelo Mestre Artesão Espedito Seleiro do Ceará, costurando peças em couro referenciadas no arquétipo do vaqueiro.

Maria Carolina Câmara, formada em moda, resolveu empreender abrindo um ateliê para ensinar cursos de costura. Criou dois tipos de cursos, que definem o portfólio de produtos que decidiu ofertar ao mercado: um curso de costura chamado por ela de criativo, que habilita os alunos a produzirem peças para uso próprio ou para presentear, como jogos americanos, guardanapos, etc.; e um curso de corte e costura de roupa, nível iniciante, no qual ela ensina modelagem, corte e costura com duração de 3 a 6 meses.

O objetivo dos cursos propostos pela empreendedora não é formar profissionais para atuarem no setor da moda, mas sim ser uma opção voltada àquelas pessoas que estão em busca de aprender uma atividade que possa servir como hobbie e até como terapia, um dos intuitos possíveis de serem alcançados com a aprendizagem de uma atividade manual.

A inspiração de Maria Carolina ao decidir cursar moda, baseou-se na sua própria história. Ela relata que era uma jovem sem vaidade, que não se arrumava e bastante tímida. Destoava das colegas do colégio. Daí imaginou que entre as habilidades e conhecimentos adquiridos ao longo do curso de moda, uma delas poderia ser aprender sobre estilo e passar a ter seu próprio estilo, tornando-se uma pessoa mais fashion

Este fato revela um aspecto interessante sobre o perfil empreendedor de Maria Carolina. Não só por meio de uma habilidade que o lado empreendedor de uma pessoa pode ser estimulado, mas também pela falta de uma habilidade que, supostamente, pode trazer um incômodo ou uma vontade de superação. A falta também pode se traduzir como um estímulo positivo e um desafio a ser superado.

O nome da empresa de Maria Carolina, “Costura e Aconchegos” expressa a identidade e a intenção da empreendedora com o seu negócio. Sua principal motivação é a satisfação, o prazer e a alegria das alunas quando dominam o processo e são capazes de confeccionar suas peças. Isto define inclusive a escala do empreendimento determinada por ela. Até o momento, ela não projeta um crescimento, aumentando o número de unidades, quer seja abrindo filiais ou por meio de franquias, porque ainda não conseguiu associar crescimento com manutenção da qualidade do serviço que presta. Atributos afetivos e o fato das alunas associarem o espaço do ateliê e o conhecimento passado por Maria Carolina com aconchego e acolhimento, além de qualidade, é o que a empreendedora vê como valor no seu negócio.

Sem dúvida, neste caso, aquilo que caracteriza e dá identidade a esta empresa, também se apresenta como um desafio à expansão e aumento do faturamento do negócio. A questão é avaliar o que é mais importante para cada momento da vida da empreendedora e analisar se seria possível chegar a um modelo de negócio que atendesse a todos estes fatores simultaneamente.

Maria Carolina alega que tem medo de crescer, pois pode perder a qualidade e com isto, perder o negócio que idealizou e construiu. Na verdade, cabe ao empreendedor, principalmente o pequeno empreendedor que cuida e zela por cada parte do processo, exercitar-se diariamente em relação aos fatores que são determinantes e vitais para o negócio e aqueles que devem ser transformados ou abandonados, pois podem deixar de fazer sentido ao longo das fase evolutivas do empreendimento. O empreendedor deve treinar sua competência em olhar para o negócio de maneira analítica e realista e implementar as mudanças que se fazem necessárias.

A máxima tão disseminada atualmente de que devemos treinar o desapego, serve também para os empreendedores. Artesãos que empreendem a partir de uma habilidade, pessoas que transformam um conhecimento como Maria Carolina em um negócio, em geral, são muito apegadas ao que criam. Porém, mais importante do que se apegar de maneira instransponível a um conceito relacionado ao negócio que pode não fazer mais sentido, o empreendedor tem que ser flexível, dinâmico e acompanhar as inovações que permitem manter vivo e próspero seu negócio.

O Sebrae oferece cursos e uma rede de consultores que auxiliam o empreendedor em cada passo de crescimento da empresa. Através do Sebraetec, o empreendedor pode contar com uma consultoria de inovação especializada e customizada para seu negócio, dispondo de uma rede de parceiros. O Sebrae arca com até 70% do valor da consultoria voltada e acompanha todas as fases do processo para assegurar os resultados e dar segurança ao empreendedor.

No caso da empresa de Maria Carolina esta poderia ser uma sugestão para que ela possa inovar sua linha de produtos e melhorar a produtividade sem perder a qualidade.  E com isto, expandir o negócio e dar conta não só de zerar a fila de espera de pessoas interessadas nos seus cursos, como também aumentar significativamente a capacidade do ateliê para realizar cursos de costura.

Buscar ajuda é um dos principais mecanismos para retirar do caminho as barreiras, muitas vezes fictícias, que imaginamos existir e que podem impedir o negócio florescer. Procurar consultores especializados é uma das estratégias mais efetivas para resolver de forma rápida os limitadores de crescimento e expansão dos empreendimentos e evitar que fracassem.  

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