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Empreendedorismo | ATITUDE EMPREENDEDORA
Miniaturas arquitetônicas

A história de uma empreendedora que transformou uma habilidade estimulada pelo pai em um negócio de sucesso

· 19/04/2023 · Atualizado em 04/09/2023
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A arquitetura é a arte de criar espaços que se utilizam de diferentes técnicas de representação para dar forma à ideia que sai da cabeça do arquiteto. Uma das maneiras de expressar e dar vida ao projeto é por meio de desenhos chamados estudos preliminares que, se aprovados, evoluem para o projeto final composto por inúmeros desenhos técnicos que possibilitam executar o espaço idealizado. Este é, de forma sintética, o roteiro do processo de trabalho de um escritório de arquitetura.  

Porém, nem todas as pessoas têm facilidade de entender a proposta de um espaço, a priori, que se apresenta somente no plano das ideias, por meio de um desenho. A maioria das pessoas que não tem um olhar treinado, como os profissionais da área, necessita estar diante de formas e linguagens que representem de maneira mais concreta o espaço idealizado. Assim, os arquitetos usam a seu favor para dar forma a uma construção futura, as maquetes que são representações realistas de edificações, cenários e espaços urbanos.

As maquetes são feitas em uma escala reduzida e possibilitam dar materialidade a um espaço que surge do imaginário, de um sonho e até mesmo de uma inspiração. Faz parte do currículo do curso de arquitetura, o desenvolvimento da habilidade de produção de maquetes. Com o advento dos computadores e aprimoramento de softwares, as maquetes eletrônicas em 3D têm sido muito utilizadas para simular os espaços que ainda não foram construídos. Porém, as maquetes feitas de forma artesanal, utilizando papelão ou madeira balsa ainda continuam tendo sua importância pelo realismo que passam e pela relação afetiva que produzem por serem o primeiro objeto concreto que dá materialidade à ideia do arquiteto e ao sonho do cliente.

Rosana Piló, arquiteta e empreendedora, graças à influência de uma história vivenciada na infância com seu pai, e que sempre permaneceu na sua memória, fez desta competência aprimorada ao longo da sua formação como arquiteta um caminho para construir um negócio personificado. Segundo Rosana, seu pai sempre estimulou o seu interesse por trabalhos manuais, pois era um artista de alma. Um dos presentes que o pai lhe deu foi uma escultura produzida por ele, composta por vilas imaginárias esculpidas em madeira. Este presente instigou o desejo de Rosana de perpetuar esta arte do pai e assim, ela começou a criar esculturas, que são representação de casarios, em miniatura, produzidos em papelão reciclado, distribuídos sobre uma base que faz uso de troncos de madeira descartados das podas urbanas.  Sendo assim, o produto criado por Rosana já surge sustentável, pois é 100% produzido com matérias-primas reaproveitadas.

Esculturas que nascem do imaginário e ganham vida tendo como pano de fundo toda a fundamentação técnica da arquiteta, que dá forma à sua arte com proporção, com conceito estético aprimorado, com noção formal sobre aglomerados urbanos ou sobre pequenos vilarejos rurais.

A motivação encontrada por Rosana para fazer da sua arte um negócio, foi dada por uma amiga que fez a primeira encomenda. Rosana, a princípio, pretendia replicar a intenção do pai que era produzir estas esculturas somente para presentear as pessoas. Mas, quando quis repetir este gesto com a amiga, ela se recusou a receber a escultura como presente, o que, em um primeiro momento, causou uma certa frustração em Rosana. Porém, posteriormente ela percebeu que foi uma grande contribuição da amiga rumo à concretização do seu sonho. O negócio então se transformou em realidade e hoje, além de atuar como arquiteta, Rosana tira parte da sua renda das esculturas.

Depois deste estímulo, a empreendedora participou de uma feira de arte e artesanato onde apresentou seu produto para o público. Tinha como objetivo apenas dar visibilidade à sua arte, mas não esperava que houvesse pessoas interessadas em comprar suas peças. Tanto que foi para uma feira de negócios sem sequer ter uma tabela de preços. Quando foi surpreendida por clientes interessados em adquirir suas esculturas, percebeu, não só que tinha um potencial nas mãos, como também foi em busca de capacitações e consultoria junto ao Sebrae para profissionalizar o seu negócio e transformá-lo num empreendimento.

Toda a produção depende exclusivamente de Rosana, e por isto, uma das características do seu negócio é ter um volume de produção mensal limitado. Além disso, não há precisão na estimativa de prazo de produção das peças, uma vez que o processo criativo depende da inspiração da artesã e da complexidade das peças. Isto pode levar a uma variação de prazo de produção de 2 a 30 dias. Esses dois fatores requerem um planejamento e uma adaptação específica do modelo de negócio, pois o fluxo de caixa da empresa tem que absorver esta variabilidade. 

Por se tratar de um negócio bastante específico, para dar lucro e ser viável, os principais gargalos são definir corretamente o preço dos produtos e identificar o público de consumidores que valorizam este tipo de produto que agrega valor pelo design, pela técnica, pela exclusividade, pela assinatura e também há um forte componente afetivo, pois tem a propriedade de despertar no inconsciente das pessoas uma memória, uma lembrança de um lugar.

Além da criatividade como componente para inovar na proposição de um negócio, o empreendedor tem que estudar com bastante rigor todas as variáveis relacionadas ao seu negócio, pois cada empreendimento tem suas características específicas. Conhecer e entender estas características é fundamental para não negligenciar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas ao negócio.

No caso da empresa de Rosana, provavelmente ela teve um grande desafio para equacionar a limitação relacionada ao pequeno número de peças produzidas mensalmente, com a dificuldade de definir um tempo médio de produção para as peças, uma vez que cada peça é única, e fazer com que, mesmo assim, a empresa seja rentável e tenha que responder a uma expectativa de faturamento mensal. Esta equação não é fácil de ser solucionada se o empreendedor não buscar ajuda especializada e se não se dedicar a estudar o negócio para construir um Plano de Negócio bem consolidado. O Sebrae tem um papel fundamental para subsidiar com informações o empreendedor, inclusive, em negócios com este nível de desafio.

Certamente Rosana chegou à solução que possibilitou continuar investindo na produção das miniaturas arquitetônicas, pois relata que 30% da sua renda vem da venda de seu artesanato e, o restante, do exercício da profissão de arquiteta. A empreendedora também já projeta o crescimento da empresa, investindo na prospecção de parcerias com pessoas que tenham interesse em aprender a técnica de confecção das casinhas e, assim, perpetuar o legado do pai. Faz parte da sua estratégia de ampliação do negócio adquirir um espaço para expor e vender as peças, assim como, produzir um livro contando o percurso da arquiteta-artesã, que transformou uma história de amor entre pai e filha em um negócio de sucesso.

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