Apesar das dificuldades que enfrentam, pesquisa mostra que as mulheres empreendedoras adotaram mais inovações durante o período da pandemia.
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Não é de hoje que as mulheres empreendedoras enfrentam desafios. Além de se depararem com maiores dificuldades de acesso ao crédito ou de necessitarem “provar” sua qualificação para a sociedade (em média, as mulheres donas de negócios têm um nível de escolaridade 16% superior aos homens), elas precisam administrar a dupla ou tripla jornada (dona de casa, esposa/mãe, empreendedora). Entre as maiores “dores” das empreendedoras, está a falta de capital de giro, relatada por cerca de 44% delas.
É preciso destacar ainda que, com a volta das aulas presenciais, algumas empreendedoras ficaram sem rede de apoio para o cuidado com os filhos, e em muitos casos, por conta do contexto econômico pós-pandemia, foram obrigadas em parte ou na sua totalidade a assumir as despesas familiares. Muitas acabaram abrindo um negócio justamente por terem sido “empurradas” do ambiente corporativo (especialmente as que são mães) para o empreendedorismo. O percentual de mulheres que fazem sozinhas a gestão de seus negócios chega a 63%.
Essa é a realidade do Brasil, o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras: dos cerca de 52 milhões de empreendedores, 30 milhões (48%) são mulheres, conforme aponta a pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor 2020)* realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). O estudo mostrou que 55% das mulheres empreendem por necessidade para gerar renda. Entre as seis atividades que tiveram a maior quantidade de opções adotadas pelas mulheres estão a confecção de peças de vestuário – exceto roupas íntimas –, com 7,3%, e a do comércio de varejo de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, com 4,7%.
Mas, ao mesmo tempo que as mulheres são desafiadas a superar limites que não são encontrados no universo masculino, a competência para inovar e se desafiar faz com que elas possam ter uma retomada mais rápida no contexto de negócios pós-pandemia. Uma pesquisa do Sebrae junto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) considera que as mulheres demonstram maior competência em implantar programas de inovação em seus negócios e que a reabertura das empresas pós-pandemia está sendo realizada mais rapidamente no empreendedorismo feminino. Dados apontam, por exemplo, que a inovação é muito presente, sobretudo no caso de femtechs, startups lideradas por mulheres cujos produtos e serviços contêm soluções adequadas à realidade do público feminino.
A maioria das mulheres (71%), conforme a pesquisa, faz uso das redes sociais, aplicativos ou internet para vender seus produtos, enquanto o percentual de homens que utilizam essas ferramentas é bem menor: 63%. A vantagem das mulheres também foi constatada no uso do delivery e nas mudanças desenvolvidas em produtos e serviços. As donas de negócios também passaram a utilizar mais as vendas on-line do que os homens (34% delas contra 29% dos empreendedores).
Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, esse fenômeno pode ser explicado – em grande parte – pelo nível de escolaridade das mulheres empreendedoras: “As mulheres são mais escolarizadas do que os homens: 63% delas têm nível superior incompleto ou mais, contra 55% dos homens com esses mesmos níveis de escolaridade”, afirma.
Por isso, continuar investindo em capacitação e qualificação é fundamental no universo empreendedor, e o Sebrae é o parceiro certo para isso, oferecendo consultoria, conteúdo e cursos para empreendedores e empreendedoras. Acesse o Portal Sebrae e saiba mais.
*O GEM é considerado atualmente o maior estudo contínuo sobre a dinâmica empreendedora no mundo. Teve início em 1999, com a participação de 10 países, por meio de uma parceria entre a London Business School, da Inglaterra, e o Babson College, dos Estados Unidos. Nesses 20 anos, mais de 80 países participaram do programa, que permanece crescendo ano a ano. Trata-se de uma avaliação anual do nível nacional da atividade empreendedora.
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