Estilos musicais como frevo, xaxado e manguebeat fomentam Recife, a capital de Pernambuco, como destino turístico.

A brasileira Recife é uma das 246 Cidades Criativas da Unesco, um selo criado para evidenciar localidades onde as manifestações culturais são a marca registrada. No Brasil, apenas doze cidades têm este reconhecimento, um número pequeno perto da vasta diversidade cultural brasileira. Hoje, vamos entender o que colocou a cultura de Recife tão em evidência e como as expressões de seu povo fomentam o turismo por meio da economia criativa.
Fundada em 1537, Recife é uma das cidades mais antigas do Brasil, tem cerca de 1,6 milhão de habitantes e é mundialmente conhecida por sua musicalidade. A semente desta sua vocação deu-se pela influência dos colonizadores portugueses e dos rituais de escravos africanos. Além disso, o ensino de música surgiu na cidade ainda no período colonial.
Com tanta história, não admira a diversidade de estilos musicais ligados à cidade, que passam pelo frevo, baião, maracatu, samba, brega, xote e xaxado, mas a cena punk rock hardcore também está em evidência.
A música e o turismo
Com todas estas manifestações musicais, Recife atrai turistas interessados em festas populares, entre as quais destacam-se o frevo, o Galo da Madrugada e o manguebeat.
Reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco, o frevo está tão ligado à cidade que existe um lugar destinado especificamente para a sua prática. O Paço do Frevo é um equipamento cultural que movimenta a economia da cidade, principalmente no período carnavalesco.
O Galo da Madrugada também tem suas origens neste estilo musical. Criado em 1978 no Bairro São José, a festa é reconhecida pelo Livro Guinness dos Recordes como o maior grupo carnavalesco do mundo. Atualmente, a manifestação popular tornou-se um negócio lucrativo para a cadeia criativa e cultural local, promovendo oportunidades para quem não estava ligado a um calendário de atividades permanentes como o Carnaval.
Artistas são declarados “embaixadores do Galo”, estimulando o intercâmbio cultural e despertando o interesse em outras regiões do Brasil, atraindo ainda mais holofotes e interesse de patrocinadores. O interesse é tanto que já existem blocos inspirados no Galo da Madrugada em países como Alemanha, Canadá e até Japão.
Mais recente, o manguebeat é um movimento que surgiu nos anos 1990 com a proposta de utilizar a música para promover inclusão social. É caracterizado pela junção de diversos ritmos pernambucanos, gerando uma nova modalidade estética e sonora que voltou a atrair olhares para o que era produzido em Recife.
A música e a economia
Embora Recife seja reconhecida por sua diversidade musical, vários setores econômicos são beneficiados por ela. O número de profissionais é extenso, e vai de músicos, professores, compositores e afinadores de instrumentos a arranjadores, bandas e grupos folclóricos, passando até por designers, contadores e advogados, entre várias outras atividades.
Além disso, o aquecimento de todos os setores de turismo fomenta hotéis, bares e restaurantes, por exemplo, além de guias locais para auxiliar os visitantes, assim como investimentos públicos. E o fato de Recife estar entre as Cidades Criativas da Unesco possibilita um grande intercâmbio de experiências no que se refere ao turismo sustentável.
O Sebrae já produziu material evidenciando a vocação musical de Recife e outros municípios de Pernambuco e que ajuda músicos e outros profissionais a aproveitarem esta corrente da economia criativa para empreender. O livro Música Ltda. pode ser acessado neste link.
Você também pode aprender mais com a cartilha Dez Dicas para o Músico de Sucesso, disponibilizada pelo Sebrae aqui.
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