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Empreendedorismo | EMPREENDEDOR
Sem idade para empreender

Um caso de empreendedorismo que surpreende pela iniciativa e determinação de uma criança em busca do seu sonho.

· 02/05/2023 · Atualizado em 01/06/2023
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A sociedade ocidental de tradição patriarcal nos induz a relacionar empreendedorismo como uma ação que surge naturalmente dos homens e que predomina entre eles. Porém, já há alguns anos, cada vez mais o empreendedorismo feminino tem conquistado espaço, e as mulheres estão se destacando como empreendedoras nos mais diferentes segmentos de negócio.

Entre esses empreendedores, há uma categoria que é bem menos comum e cujas histórias dificilmente são conhecidas: são os pequenos empreendedores. Crianças que são estimuladas pelos pais, pela escola através de uma disciplina voltada à educação empreendedora ou motivadas por um sonho também podem ser propositoras de empreendimentos de sucesso.

A educação empreendedora é uma disciplina importante na educação básica das crianças, pois pode impactar a sociedade como um todo, estimulando o pensamento empreendedor e preparando cidadãos para conceber o futuro que desejam e transformá-lo em realidade.  

A educação empreendedora das crianças é tão importante para redesenhar o futuro de uma nação e ampliar suas possibilidades de sucesso, formando pessoas cada mais aptas a terem nas suas próprias mãos seu destino profissional, produzindo cada vez mais uma vida próspera e riqueza para o país, que o Sebrae, por meio de seu Centro de Referência em Educação Empreendedora (CER), desenvolveu uma metodologia para ensinar empreendedorismo para crianças.

Como a escrita e a leitura, habilidades essenciais para o desenvolvimento humano, relacionadas ao processo de alfabetização, a habilidade empreendedora deve ser desenvolvida desde a infância por meio de uma disciplina como outra qualquer, integrando a grade curricular das escolas. Em um cenário como este não só a proatividade das crianças é desenvolvida e aguçada, como também talentos natos, como no caso da pequena Manuela, uma empreendedora de sete anos de idade, que encontrou na própria escola um ambiente favorável à concretização do seu sonho. A escola pode ser o primeiro e principal parceiro para abrir as portas de oportunidades para as crianças empreenderem. 

Uma paixão, levou Manuela Toledo a empreender para realizar seu sonho. Apaixonada por fusca, a ponto de até identificar o cheiro de um fusca, desejava ter um mini fusca motorizado. Porém, o valor do brinquedo estava muito acima do que os pais poderiam dispor para presenteá-la. Foi aí que aflorou o espírito empreendedor de Manuela em transformar seu desejo em realidade.

Manuela montou uma loja de bijuterias, que começou, a partir das vendas, na escola, de pulseiras que ela mesma confeccionava. Esta etapa inicial foi fundamental para ela perceber o potencial do negócio. Foi uma fase de teste da aceitação do produto, assim como da percepção de poder investir na criação de outras linhas de produtos, pois teria mercado para isso.

No início, levava dez pulseiras para a escola todos os dias para vender e voltava sem nenhuma peça para casa. A capacidade produtiva logo atingiu o limite, pois somente ela confeccionava as peças. Um determinado dia ela foi questionada pela mãe sobre o montante de dinheiro que trouxe para casa, uma vez que ultrapassava o valor das mercadorias que ela havia levado naquele dia para a escola. Foi aí que a mãe se deu conta do potencial do negócio, pois Manuela, tendo percebido que a demanda estava maior do que a capacidade produtiva, colocou para vender inclusive as pulseiras que eram dela e que havia ganhado de presente dos pais. Ou seja, a pequena empreendedora diante da limitação de ter mercadorias suficientes para a demanda de mercado que estava conquistando, criou uma estratégia para não deixar seus clientes desatendidos.

Um exemplo para muitos empreendedores de como uma solução rápida diante de um obstáculo identificado no negócio pode fazer toda diferença. Com isto, além dela não ter deixado de atender seus clientes, despertou a atenção dos pais para o potencial do negócio e a consciência de que eles poderiam ajudá-la na produção.

Desta maneira, Manuela ganhou mais quatro colaboradores: a mãe, o pai, a avó e a irmã de quatro anos. Os finais de semana na casa da família Toledo eram dedicados à criação e confecção de produtos. Criaram vários produtos que foram sucesso de venda, como os produtos personalizados, os chaveiros e os terços, que possibilitaram arrecadar, em apenas dois meses, um terço do valor do fusca que custa R$25.000,00. A meta estabelecida pelo planejamento feito por Manuela com a ajuda dos pais era de que levaria de dois a três anos para obter este montante. Porém, a determinação da pequena empreendedora e de sua equipe, motivada pelo seu sonho e por sua capacidade criativa, fez com que, em menos de um ano, ela conseguisse comprar o fusca.

Uma curiosidade em relação ao negócio de Manuela e que aponta para o "faro" de um empreendedor que já dá sinais mesmo na infância. Foi a visão dela sobre o nome a ser dado para seu negócio quando decidiram criar uma página no Instagram para divulgação das peças e, com isto, ampliar a carteira de clientes. Algumas sugestões traziam a palavra Kids no nome do negócio. Manuela se opôs, argumentando que isto poderia limitar o entendimento que os clientes teriam de seus produtos, e acharem que sua loja só venderia produtos para o público infantil. E, na verdade, sua loja teria produtos não somente para as crianças, como também para os adultos. Foi assim que criou a marca “Manuela Faz Arte” e que se consolidou como um negócio com potencial para além da realização do sonho inicial que motivou a criação do empreendimento.

Outro aspecto de destaque do negócio de Manuela é a maneira como ela prepara os produtos para enviar para seus clientes. Ela é a diretora criativa da marca e também cuida pessoalmente da embalagem de cada produto. Junto com o produto ela manda uma cartinha escrita por ela à mão, balinhas e adesivos que demonstram o cuidado e o carinho da marca criada por uma garota empreendedora.

A contribuição de Manuela com sua iniciativa e determinação também serve de inspiração e modelo para muitas pessoas que, impactadas negativa, psicológica e emocionalmente com a perda de emprego ou com a decadência dos negócios em função da pandemia de Covid-19, viram na história dela um estímulo positivo para se recolocar no mercado e para irem em busca de novas perspectivas para suas vidas. Manuela passou a inspirar a reconstrução de vidas, trazendo esperança para muitos adultos a partir da sua história.

A jornada do empreendedor é feita não só de desafios, mas também de oportunidades que aparecem em função da dedicação diária ao negócio. No caso da pequena Manuela, que hoje tem apenas 8 anos de idade e um grande caminho pela frente, uma das possibilidades que já se analisa é de que ela transforme sua experiência em palestras motivacionais. Afinal, não só é uma grande história para motivar adultos a empreenderem, mas também uma prova concreta da necessidade de garantir, através da educação formal para todas as crianças, o desenvolvimento das suas habilidades empreendedoras.

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