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"A cultura é um dos motores do crescimento do turismo". A frase é do secretário-geral da  Organização Mundial do Turismo (OMT), Zurab Pololikashvilim, e foi dita durante uma conferência sobre turismo cultural, organizada pela OMT e pela UNESCO. Ainda de acordo com o executivo, o turismo cultural no mundo representa cerca de 37% do total do setor.

Pode-se dizer que, desde que a UNESCO desenvolveu a "Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural", na década de 1970, o turismo cultural passou a ser mais reconhecido e explorado em todo o mundo. As pessoas, então, começaram a despertar um interesse maior em conhecer a história, a arte e a população dos lugares para onde viajavam, mas para além dos museus - nas ruas!

Com isso, a arte começou a ocupar cada vez mais o espaço público nos centros urbanos, pelas praças, becos, vielas, paredes, bancos, entre outros diversos pontos da cidade. Grafites, pinturas, intervenções, artistas de rua, estátuas-vivas, todos os tipos de manifestações artísticas que acontecem no ambiente público passaram, então, a se chamar de Arte Urbana ou "Street Art".

E foi já na década de 1970 que aqui no Brasil começaram a surgir os primeiros sinais de Arte Urbana por nossas cidades, principalmente em São Paulo, com obras de grafites espalhadas por paredes e muros, transformando a maior capital do país numa verdadeira galeria de arte a céu aberto. O movimento, aos poucos, foi promovendo uma ocupação cada vez maior dos centros urbanos, tanto por artistas como pelo público interessado em conferir o que estava sendo produzido.

Longe dos centros urbanos, com a mesma criatividade, a arte de rua também foi se espalhando pelas regiões mais periféricas das cidades. Nesses espaços, a arte passou a ser, de acordo com alguns estudiosos, usada como pacificação, um meio de combate à violência. Uma forma de protestar contra as desigualdades sociais e de valorização da cultura suburbana.

E, é claro, que a partir disso tudo, além da democratização da arte, o movimento também passou a impactar na economia, na geração de empregos e na oportunidade de criação de novos negócios. Hotéis, restaurantes, comércio local e tantos outros tipos de empreendimento começaram a lucrar mais com as visitas dos turistas culturais.  

Nascido num bairro pobre da zona Sul paulistana, o artista Eduardo Kobra tornou-se um dos mais reconhecidos muralistas da atualidade no mundo. Começou a desenvolver a sua arte na década de 1990, fazendo cartazes, pintando cenários de brinquedos e criando imagens decorativas para eventos. Mas, foi a partir dos anos 2000 que o seu trabalho começou a ganhar visibilidade.

Em 2007, chamou a atenção com o projeto Muro das Memórias, em que mergulhou no universo das fotos antigas de São Paulo e passou a reproduzi-las nas ruas em tons de sépia ou em preto e branco. Em 2012, em Nova Iorque, criou uma de suas obras mais famosas: O Beijo (releitura cheia de cores de uma fotografia tirada em 1945, quando o povo saiu às ruas para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial).

Feito para as Olimpíadas do Rio, em 2016, o mural "Etnias" foi reconhecido pelo Guinness Book como o maior grafite do mundo feito por uma equipe. A obra, de 15 metros de altura e 170 metros de largura, retrata indígenas de diferentes etnias pelo mundo. Localizada na Praça Mauá, transformou a região do porto do Rio em ponto de visita obrigatório para turistas. 

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