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Mon Sep 04 15:18:44 BRT 2023
Empreendedorismo | OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO
O brilho das pedras da Torre

Ester Cotrim nasceu em Silvânia, pequena cidade no interior de Goiás. No início dos anos 70 seus pais a trouxeram para Brasília junto com os quatro irmãos.

· Atualizado em 04/09/2023
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Era um momento especial. A cidade estava completando dez anos. E a família viu na Nova Capital a chance de mudar de vida.

Eram tempos difíceis e os pais da Ester decidiram ganhar a vida produzindo artesanato. Eles fazem parte da leva dos primeiros a conseguir um lugar para vender os seus produtos na feira que se instalará aos pés da Torre de TV.  Há quem desconheça a história do monumento que, por muitos anos, abrigou os equipamentos de transmissão das emissoras  de TVs e rádios com sede em Brasília. Por isso, não custa nada relembrar.

A Torre de TV é um dos poucos projetos na Capital Federal que não têm a assinatura de Oscar Niemeyer. Foi desenhada e erguida pelo seu companheiro de aventura na construção da cidade, Lúcio Costa, que nunca escondeu de ninguém ter-se inspirado na Torre Eiffel,  para  fazê-la.

Bastou ser inaugurada, sete anos depois da fundação de Brasília, para virar ponto turístico. De onde quer que se estivesse, era possível enxergar a Torre de TV, com seus 224 metros de altura. No mirante, que fica a setenta e cinco metros do solo, o visitante tem uma visão, em 360 graus, de toda a área central da cidade. Inclusive, o Lago Paranoá com toda a sua exuberância pode ser visto de lá.

Quando os pais da Ester chegaram em Brasília, a Torre já era um ponto turístico consagrado. E se transformará também num ponto de encontro da população que costumava prestigiar atrações esportivas e culturais promovidas para preencher os dias de descanso dos candangos, como são conhecidos os pioneiros na construção da cidade.

Orlando Brito, um dos maiores fotojornalistas que a cidade já teve, falecido pouco tempo atrás, produziu e colecionou imagens magníficas dessa época. Em uma página no Facebook, chamada “Memórias de Brasília”,  organizada por outro grande jornalista e historiador brasiliense, Silvestre Gorgulho, é possível encontrar fotos desses eventos. Era tamanha a diversidade que até provas de Hipismo foram realizadas na área junto à Torre de TV.   

Virou, portanto, tradição para os brasilienses e para os turistas, frequentar a Torre, seja para apreciar o “footing”, seja para desfrutar da vasta alternativa de comida, com temperos e sabores de todas as regiões do Brasil. E isso foi importante para a consolidação da chamada Feira da Torre. O público circulante sempre foi enorme. Nos dias de hoje, estima-se que aproximadamente 15 mil pessoas passem por lá nos fins de semana.

Quando fala desse tempo, Ester se emociona e valoriza a coragem dos seus pais. Hoje, depois de se aposentar, ela e o marido assumiram a missão de seguir produzindo artesanato. Mas há uma grande diferença entre a atividade, no passado, e o que eles fazem agora. Lá atrás, no passado, as escolhas do artesanato a produzir eram fruto da intuição dos seus pais. Sua mãe fazia peças em macramê e corda trançada. O pai, se especializou em esculpir artesanato usando pedra sabão como matéria-prima. Mas não havia quem os orientasse sobre um modelo de gestão do negócio. Ainda assim, o fruto do trabalho que os pais de Ester conseguiram na Feira da Torre permitiu que ela e os irmãos fossem criados com dignidade  e nunca lhes faltou nada em casa.

Hoje, Ester divide as tarefas e o planejamento da empresa com o marido. Ela fez cursos no Sebrae para se capacitar e dar novo impulso à pequena empresa. Ouviu palestra de outros empreendedores, usou o conhecimento para reduzir a margem de erro e aumentar os níveis de acerto nos investimentos. Virou MEI – Micro Empreendedor Individual. Hoje, cuida pessoalmente da compra de matéria-prima, da produção das peças e da venda. Deixa por conta do marido a gestão do negócio, o plano de investimento e os trâmites legais e burocráticos da atividade.

Há cinco anos, ela decidiu concentrar os esforços na produção do artesanato feito com pedra sabão. E incluiu no rol de produtos também as peças trabalhadas  a partir de pedras semipreciosas.

O exemplo de Ester serve para demonstrar a força das mulheres no ramo do artesanato. Dados do Sicab – Sistema de Informações  Cadastrais do Artesanato Brasileiro, assegura que existam hoje 8,5 milhões de artesãos em atividade no Brasil. A maioria, mulheres. Com garra e determinação, Ester vem escrevendo a sua história de sucesso, cuidando com zelo e obstinação da preciosa herança que recebeu dos pais. 

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