this is an h1

Reduzir a emissão dos gases de efeito estufa é um dos desafios de sustentabilidade da cadeia da construção civil.

Uma tecnologia que chegou para revolucionar o mercado é o cimento sem carbono, cuja produção retira dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Além de evitar o lançamento de gases poluentes, a tecnologia utiliza microalgas que capturam estes gases, contribuindo para combater o aquecimento global.

O cimento sem carbono pode colaborar para diminuir uma estatística negativa da construção civil sobre o aquecimento global. Hoje, apenas o cimento tradicional é responsável por 7% das emissões anuais globais de gases do efeito estufa. A nova tecnologia, ao contrário, tem capacidade para retirar gases da atmosfera.

O investimento em materiais de construção sustentáveis abre oportunidades para os empreendedores do setor, que podem agregar valor ao serviço com a oferta de soluções ambientalmente corretas aos clientes.

Cimento sem carbono reduz as emissões de CO2

O cimento sem carbono é resultado de uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia em parceria com a Universidade da Carolina do Norte. Em busca de alternativas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, pesquisadores criaram um novo produto, que torna essa indústria neutra e até mesmo negativa em carbono.

O segredo da tecnologia está na retirada do CO2 do ar com a ajuda de microalgas.

Com apenas luz solar, água do mar e dióxido de carbono dissolvido, os cocolitóforos - microalgas brancas turvas, que sequestram e armazenam dióxido de carbono na forma mineral por meio da fotossíntese - produzem as maiores quantidades de carbonato de cálcio do planeta.

No modelo mais usado atualmente, o concreto é feito com uma mistura de água e cimento Portland. À pasta que se forma, são adicionados materiais como areia, cascalho ou brita. Ela une os agregados e a composição endurece em forma de concreto.

O problema é que, para fazer o cimento Portland, o calcário é extraído de grandes pedreiras e queimado a altas temperaturas, liberando grandes quantidades de dióxido de carbono.

A pesquisa descobriu que a substituição desse material por um tipo de calcário cultivado biologicamente consegue neutralizar o carbono. Isto é possível graças a um processo natural que algumas espécies de microalgas calcárias executam por meio da fotossíntese (assim como o cultivo de recifes de coral). Como resultado, o CO2 liberado na atmosfera equivale ao que a microalga já capturou.

O calcário moído também é frequentemente usado como material de enchimento no cimento Portland, geralmente substituindo 15% da mistura. Ao usar calcário biogênico em vez do extraído nessa função, o produto pode se tornar não apenas neutro, mas também negativo em carbono, retirando CO2 da atmosfera e o armazenando permanentemente no concreto.

Vantagens do cimento sem carbono

Com os acordos mundiais para redução da emissão dos gases de efeito estufa que provocam o aquecimento global, a cadeia da construção também está envolvida na responsabilidade de reduzir os índices. E o setor tem grande poder de contribuição.

De acordo com a pesquisa da Universidade da Califórnia, se todas as construções à base de cimento ao redor do planeta fossem substituídas por cimento de calcário biogênico, a cada ano, 2 gigatoneladas de dióxido de carbono não seriam mais bombeadas para a atmosfera e mais de 250 milhões de toneladas adicionais seriam retiradas e armazenados nesses materiais.

A pesquisa é uma grande aliada do desenvolvimento econômico. As soluções sustentáveis, como o cimento sem carbono, favorecem todos os elos da cadeia da construção civil, contribuindo para a preservação dos recursos naturais e consequentemente, a preservação do planeta.

Participe das comunidades temáticas Sebrae no Telegram.