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Finanças | INADIMPLÊNCIA
Conjuntura econômica do Brasil

Entenda como interpretar os indicadores que apontam para a estabilização do volume de concessão de crédito.

· 17/11/2017 · Atualizado em 08/09/2022
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A economia brasileira apresentou muitos sinais ruins no período de 2014 a 2017, sendo o principal deles, do ponto de vista social, sem dúvida, o aumento do número de desempregados, que chegou a cerca de 12 milhões de pessoas.

Uma característica interessante desses momentos do ciclo econômico é que os indicadores analisados não apresentam uma tendência bem definida, isto é, alguns deles apontam para uma recuperação da economia, e outros, em sentido contrário.

Um dos principais motivos para a grande crise que atingiu a economia nos últimos anos foi a situação do desequilíbrio das contas públicas, questão que continuou presente por um tempo antes de ser estabilizada.

Então, como um país nessa situação pôde apresentar sinais positivos como a alta dos indicadores do mercado financeiro, taxa de câmbio baixo, sem falar na expressiva queda das taxas de juros e da inflação nos últimos meses de 2017?

No âmbito doméstico, as medidas implementadas pelo governo, como o limite ao crescimento das despesas públicas, a reforma trabalhista e algumas outras medidas voltadas à melhoria do ambiente de negócios, permitiram a criação das condições necessárias para que as taxas de juros pudessem ser reduzidas.

A elevada safra agrícola no início do ano ajudou a manter os preços baixos, e a atuação do Banco Central, permitindo a estabilização das expectativas, possibilitou a rápida queda da inflação e, consequentemente, um aumento do consumo das famílias e da confiança dos consumidores e empresários no futuro da economia, e uma redução da taxa de desocupação no mercado de trabalho.

Externamente, o resto do mundo passava por um bom momento, com as principais economias apresentando algum crescimento, mesmo que modesto, baixas taxas de juros e inflação. Esta combinação de fatores resultou em alto nível de liquidez, isto é, há muito dinheiro disponível no mundo, e esses recursos vão sendo deslocados para serem investidos em outros países, como no Brasil.

Mesmo com todos os problemas, sobretudo os relacionados ao cenário político, o Brasil possuía uma das maiores taxas de juros do mundo, o que compensaria o risco dos investidores que traziam seus dólares ou euros. Além disso, houve um aumento da demanda e dos preços por muitos dos produtos brasileiros exportados. Em resumo, o mundo ajudou na recuperação brasileira.

O setor de micro e pequenas empresas

Quando se olha para o setor das micro e pequenas empresas (MPE), alguns indicadores relevantes começavam a apresentar números mais favoráveis.

De fundamental importância para as MPE é o volume de crédito concedido. O gráfico 1 abaixo mostra que nos últimos anos houve uma queda expressiva no volume de crédito tanto para as empresas quanto para as pessoas físicas.

Pode-se ver que, desde 2015, o crédito concedido às empresas foi sendo reduzido continuamente e, somente em meados de maio de 2017, ele parou de cair. Os últimos dados disponíveis na tabela são os de agosto, que apontavam para uma alta em relação aos meses de junho e julho.

A análise não é do valor em si em um determinado mês, mas como se comporta essa variável ao longo do tempo, isto é, a sua tendência. Pode-se verificar que a tendência de queda, representada no gráfico pela linha azul pontilhada, foi interrompida e passou a ficar estável.

Quanto às concessões de crédito para as pessoas físicas, foi verificada que a queda não foi tão forte e voltou a aumentar já em meados de setembro de 2016 e muito mais rapidamente no primeiro semestre de 2017, principalmente ,por causa da liberação do FGTS, que permitiu que muitas famílias pagassem suas dívidas e retornassem ao mercado de crédito.

O gráfico 2 abaixo apresenta os mesmos valores de concessão de crédito, porém, com a segmentação entre créditos livres e créditos direcionados, isto é, valores com alguma finalidade específica, como a aquisição de veículos ou máquinas.

Agora, é possível notar que foi a concessão de crédito livre para empresas, isto é, sem nenhuma destinação pré-estabelecida, o componente responsável pela aparente retomada das concessões, uma vez que o crédito direcionado continuou caindo. Isso se explica, em parte, pela atuação do BNDES, que havia reduzido bastante a liberação de crédito.

Outra variável importante é a taxa de inadimplência da carteira de crédito dos bancos, isto é, o percentual de operações que não foram pagas.

É de se esperar que, em momentos de crise ou recessão econômica, os agentes tenham dificuldades para pagar seus empréstimos, elevando assim o nível de inadimplência.

Portanto, uma redução desse indicador é um importante sinal positivo de “saúde” da economia e também pode sugerir melhores condições para a redução das taxas de juros dos empréstimos no futuro.

O gráfico 3, abaixo, mostra que desde 2015 os índices de inadimplência das carteiras, tanto do crédito livre quanto do crédito direcionado, cresceram continuamente. A inadimplência do crédito livre chegou a 6% em maio de 2017 mas caiu, em agosto estava em torno de 5,5%.

Uma queda mais pronunciada pode ser vista quando é analisada a inadimplência da carteira dos recursos direcionados, que era de 2,2% e atingiu 1,5% em julho de 2017, com pequena alta verificada em agosto. Nas duas séries de dados, pode-se verificar que as tendências apontavam para o fim das altas.

Apesar da melhoria nesses indicadores, os juros cobrados ainda eram muito altos, dificultando investimentos produtivos no Brasil A tabela abaixo mostra a evolução das taxas médias mensais das operações de crédito. Todos os esforços voltados à redução dessas taxas e ao aprimoramento do ambiente de negócios ainda são necessários e requeridos.


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