A moda é uma das indústrias mais poluentes do mundo, respondendo por 8% a 10% das emissões globais de CO2, segundo dados publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Há ainda o impacto ambiental gerado pela lavagem de roupas, que demanda muita água e energia, além de eliminar cerca de 500.000 toneladas de microfibras plásticas nos oceanos a cada ano, de acordo com a Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Um grande problema que a reciclagem e revenda de roupas não consegue resolver, mas que pode encontrar uma solução na introdução de novos materiais de origem vegetal totalmente biodegradáveis. Roupas biodegradáveis, feitas de materiais à base de plantas, podem ser uma alternativa para ajudar a combater a poluição plástica e as montanhas de resíduos têxteis que estão se acumulando em todo o mundo.
Este é o nicho escolhido pela Unless Collective, uma marca de streetwear com sede nos Estados Unidos, que optou por trocar materiais poluentes por materiais de origem vegetal capazes de se decompor no final de sua vida. A iniciativa é liderada por Eric Liedtke e Paul Gaudio, dois ex-funcionários da Adidas, que decidiram acabar com o plástico na produção de moda. "Como todos os produtos acabam no solo um dia, decidimos usar materiais que pudessem se decompor com segurança".
Todas as roupas oferecidas pela marca podem ser compostadas pelos consumidores, embora esse não seja o objetivo principal. "Isso não significa que a gente queira que você jogue seus produtos da Unless Collective fora quando não quiser mais usa-los. Nós queremos eles de volta para podermos consertá-los e revendê-los, reciclá-los ou compostá-los adequadamente".
Algodão reciclado, fibra de coco e cânhamo estão entre os materiais utilizados nestas roupas de desperdício zero, enquanto os botões são feitos de noz corozo, também conhecida como marfim vegetal.