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Dos 51 anos, mais da metade (35) do empresário Sidney Yoza foram dedicados ao restaurante familiar localizado na Feira Central de Campo Grande.

Descendente de imigrantes, ele conta que os avós vieram no primeiro navio vindo do Japão para o Brasil e ao chegar aqui tiveram muitas dificuldades. 

“Eles vieram para trabalhar na agricultura, mas com uma ideia errada de achar que aqui teriam terra à vontade e que seriam proprietários. Mas, não existia terra. Eles foram contratados para substituir a mão de obra braçal que substituiu o trabalho escravo na época”, relata.

Um recomeço difícil e sem estrutura, eles tiveram de iniciar como pequenos agricultores. “Depois o negócio foi passado aos meus pais, que perceberam que a melhor forma de comercializar era por meio de feira. Então surgiu a nossa primeira barraca na Feira Central com a venda de verduras”, detalha.

Criado nesse ambiente, ainda no antigo endereço na Rua Abraão Júlio Rahe, o empresário explica que, em meados de 1985, a família partiu para o ramo da alimentação. 

“Somos a segunda geração, trabalhamos por 20 anos na feira antiga. A venda era intensa e com um público direcionado, um comércio de comida popular”, recorda.

Mudança de endereço e de paradigma

A mudança do local da antiga feira para o atual, conforme Sidney relembra, foi traumático, contudo, transformador.

“Não tínhamos visão de empresários, mas de feirantes e o Sebrae foi fundamental nesse processo porque trouxe diversos cursos sobre manipulação de alimento, treinamento de funcionários e busca de equipamentos adequados. O Sebrae é um portal do empreendedor, para quem quer vender, quem quer fazer melhor”, afirma.

Outro divisor de águas para ele e vários outros empreendedores da Feira Central foi a introdução do peixe no cardápio dos restaurantes. 

“Foi algo marcante, porque 90% das barracas não trabalhavam com peixe, não sabiam manipular, preparar, vender, servir, o que acompanhar no prato e o Sebrae trouxe para todos nós um chefe especialista em peixe que nos ensinou coletivamente a procurar o que queríamos vender, que tipo de peixe escolher, se ia ser frito, ensopado. Hoje, a procura é tanta que virou prato obrigatório no nosso cardápio”, destaca.

As inovações na carta de produtos são constantes. Embora o sobá seja o carro chefe do restaurante, o empresário mantém o planejamento de testar novos pratos e acompanhamentos. 

“O sobá original é com carne suína, mas passou a ser feito com frango, carne bovina e até dobradinha para atender o público diversificado. Fazemos o macarrão caseiro toda semana, nós que manipulamos, não tem nenhum produto químico, é sem conservante, sempre fresco para o consumo da semana. E isso nos rende, aproximadamente, 600 quilos de macarrão por mês”, contabiliza.

Disciplinado, Sidney pontua que está sempre pensando sobre os investimentos futuros, em como almeja crescer, para onde quer expandir, qual público quer atender. 

Os filhos já trabalham na empresa da família ao lado do pai, mas a sucessão é algo que ainda amadurecem. “Se eles vão querem seguir a tradição, manter o negócio é algo que o tempo irá nos mostrar”. 

Sobre a satisfação da trajetória da família e da sua própria jornada, o empresário observa: “Quando estamos em um ambiente onde encontramos as pessoas e a satisfação delas em serem atendidas por você, saber que elas apreciaram o que você faz, que você faz da forma correta e elas voltam toda semana, isso é felicidade”. 

Acompanhe a série pelo Canal Sebrae/MS