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Tue Mar 21 21:42:50 BRT 2023
Mercado e Vendas | ANÁLISE DE TENDÊNCIA
Viagens corporativas devem continuar crescendo em 2023

Eventos voltaram com tudo em 2022 e devem seguir a trajetória de expansão em 2023.

· Atualizado em 21/03/2023
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Viagens corporativas eram parte integrante da rotina de várias empresas brasileiras até 2019. A pandemia da covid-19 impactou fortemente o setor de turismo, provocando o cancelamento da maioria desses eventos em 2020 e em grande parte de 2021. 

Mas, essa curva descendente começou a se alterar em dezembro de 2021, quando o faturamento do setor de viagens corporativas atingiu a cifra de R$ 530,3 milhões, ou seja, 125% acima do resultado obtido no mesmo mês de 2020, de acordo com dados levantados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). 

Em todo o ano de 2021, o setor faturou R$ 4,370 bilhões, o que representou apenas 40% do faturamento de 2019 (R$ 11,338 bilhões), último ano antes da pandemia. Mas, em relação aos números de 2020 (R$ 3,705 bilhões), houve um crescimento de 18%.

No ano de 2022, a BCD Travel apontou em seu relatório, Business Travel Trends, a retomada das viagens corporativas, acompanhada de algumas tendências e que devem permanecer durante este ano de 2023:

1) Revisão nos preços das viagens corporativas e agências reajustando seus programas às novas modalidades de trabalho criadas no período pandêmico;

2) As viagens sustentáveis estão cada vez mais na agenda, em linha com as diretrizes da COP-26, de 2021. Instituições como Associação Internacional de Transportes Aéreos - IATA já estão aderindo às regras de sustentabilidade. Cada vez mais, as empresas de turismo corporativo estão se adaptando; 

3) As empresas também estarão se adaptando às novas realidades do trabalho híbrido – remoto e presencial – de seus colaboradores;

4) O trabalho híbrido, por sua vez, está obrigando as empresas a estenderem o duty of care  “dever de cuidar”, mantendo o bem-estar, a segurança e a integridade de seus colaboradores. A gestão de risco dos funcionários agora vai além das viagens corporativas: estes devem sentir-se seguros onde quer que estejam;

5) Um aumento de riscos deverá ser considerado a partir de agora para os travel managers e seus viajantes, tais como eventos climáticos extremos, terrorismo, segurança cibernética e riscos de natureza econômica;

6) Os cuidados com a cybersegurança devem ser redobrados, com os viajantes recebendo treinamento de segurança adequado;

7) Os padrões tradicionais da globalização estão sofrendo uma mudança com os travel managers selecionando fornecedores de viagens com redes globais sustentadas por operações locais;

8) Está havendo uma generalização das soluções baseadas em fintechs, que ajuda a digitalizar, simplificar e automatizar o pagamento e o gerenciamento das viagens corporativas. 

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É importante destacar que as projeções para o setor de viagens corporativas se concretizaram, pois, essas viagens voltaram com tudo no ano de 2022 e a tendência é que continue assim para 2023 e os próximos anos.

De acordo com os dados do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas, o setor atingiu um faturamento de R$ 9,5 bilhões em outubro do ano passado, o que representou um aumento de 45,9% em comparação com o mesmo período de 2021 e de 1,5% em relação a 2019, comprovando que o mercado segue em uma trajetória de expansão.

No acumulado de 2022, de janeiro a outubro, o faturamento registrado chegou a R$ 76,6 bilhões.

Esses dados constatam que as empresas retomaram totalmente as viagens corporativas por todo o Brasil e, também, viagens internacionais.

Com esse cenário, não são apenas os transportes aéreos que são afetados, mas todo o mercado que envolve as viagens corporativas, como a hospedagem, locação de veículos, alimentação etc.

Esse setor é muito importante para o país que só tem a agradecer com essa recuperação. Para ter uma ideia, de acordo com informações da Abracorp, as viagens de negócios, em geral, representam 60% dos bilhetes aéreos emitidos no Brasil.

Porém, um sinal amarelo foi aceso, há uma preocupação com o preço, as passagens e as tarifas de hotéis aumentaram e podem diminuir o ritmo de recuperação.

Uma constatação! As relações entre as empresas e seus clientes durante e pós-pandemia mudaram e algumas mudanças vieram para ficar. Um exemplo é digitalização dos processos relacionados às viagens corporativas junto de hotéis mais inteligentes.

Soma-se a isso uma palavra que já virou moda no setor: “bleisure”, ou seja, a junção de trabalho com o lazer em um mesmo destino, alimentada pela possibilidade do trabalho remoto.

Assim como o conceito de ‘bleisure’, o ‘staycation’ também tem tido uma convergência forte, ou seja, a mistura de estadias longas com possibilidade de trabalho remoto em um destino e ao mesmo tempo que a família está ao lado, de férias.

Tais conceitos vão ao encontro com o dado de que o Brasil é o considerado o melhor destino para trabalho remoto na América do Sul e o Caribe, de acordo com o Índice de Trabalho Remoto divulgado pelo metabuscador Kayak.

O mercado de viagens a negócios cresceu significativamente em 2022 e é fundamental ficar atento a esses dados e tendências importantes para garantir uma gestão eficiente dos seus negócios.

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