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A entrada do biodiesel na matriz energética brasileira representa um avanço de ordem ambiental, social e econômica, ao mesmo tempo em que confirma uma tendência do país de investimentos em energias mais limpas, como o álcool e as hidrelétricas.

Do ponto de vista ambiental, o biocombustível reduz de forma significativa a emissão de gases poluentes, contribuindo com benefícios imediatos, principalmente nos grandes centros urbanos. Estudos científicos realizados pela União Europeia indicam que o uso de 1 kg de biodiesel colabora para a redução de 3 kg de CO2, um dos gases causadores do efeito estufa.

Quanto aos benefícios sociais e econômicos, o biodiesel possibilita melhor aproveitamento da agricultura, com aumento da renda do agronegócio tanto para os produtores de pequeno porte e agricultores familiares quanto para os grandes empreendimentos industriais. Além disso, promove grande economia de divisas para o país.

Outro aspecto importante sobre essa nova modalidade de energia diz respeito a sua regionalização, capaz de promover o desenvolvimento socioeconômico pela oferta de empregos com aumento da renda local, principalmente no Nordeste. As condições favoráveis de clima e solo permitem o cultivo de grande variedade de oleaginosas, fontes de matérias-primas para o biodiesel.

Do potencial para geração de emprego e renda, a produção do biocombustível abre oportunidades ao longo da cadeia de fornecimento, tanto para o campo quanto para o complexo industrial. 

Os reflexos positivos são sentidos em setores de bens e serviços para o complexo agroindustrial, tais como:

• fabricação de implementos agrícolas;
• adubos;
• sementes e produtos para adequação do solo;
• manutenção de equipamentos agrícolas;
• serviços de software para controle de produção e gestão;
• serviços técnicos de assistência agrícola.

No aspecto de projetos e empreendimentos rurais e industriais é essencial avaliar:

• viabilidade econômica, considerando o volume mínimo de produção;
• assistência técnica;
• fornecedores de equipamentos e serviços;
• distâncias da produção agrícola em relação às respectivas unidades de processamento (usinas);
• viabilidade logística e custos correspondentes;
• disponibilidade de recursos financeiros para os investimentos fixos e capital de giro;
• limitantes tecnológicos;
• condições de clima e solo;
• adaptação das espécies no caso de cultivo de oleaginosas.

O zoneamento agrícola merece atenção, visto que indica os locais mais adequados para o cultivo e favorece a obtenção de financiamentos da área agrícola.

No rastro da tendência mundial, os números mostram as perspectivas de crescente investimento no Brasil para produção de biodiesel. Desse modo, alguns fatores ganham importância. Entre eles:

• disponibilidade de recursos para investimentos fixos e custeio da produção agrícola;
• assistência técnica contínua que assegure produtividade e regularidade da produção;
• desenvolvimento de pesquisas de novas oleaginosas e de processos tecnológicos que minimizem custos de produção.

O crescimento do setor depende da manutenção e adoção de políticas de estímulo ao uso e à produção do biodiesel.