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Mon Feb 13 03:08:25 BRT 2023
Inovação | INICIATIVA SUSTENTÁVEL
Brasil é um dos mais competitivos na produção de hidrogênio verde

Hidrogênio verde permitirá a descarbonização de setores como a siderurgia e a produção de fertilizantes, contribuindo para a queda nas emissões de CO2.

· Atualizado em 13/02/2023
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O Brasil pode tornar-se um dos países mais competitivos na produção de hidrogênio verde no mundo. Tudo graças ao seu abundante potencial eólico e solar, sistemas integrados de energia de baixo carbono e localização favorável para a Europa e a costa leste da América do Norte, combinados a uma indústria doméstica associada.

As mudanças climáticas, principalmente o aquecimento global, estão se tornando cada vez mais visíveis em nosso cotidiano e demonstram a necessidade de mudanças profundas na matriz energética que move nossas economias.

O hidrogênio foi proposto como uma possível solução desde a primeira grande crise do petróleo na década de 1970. Como combustível, tem muitas vantagens: é abundante na natureza, não é tóxico para o meio ambiente, dissipa-se facilmente e pode ser armazenado para transportar energia renovável por longas distâncias e pelos oceanos.

A maior parte da produção atual de hidrogênio é feita por meio de um processo que utiliza o gás natural como matéria-prima e produz tanto hidrogênio quanto dióxido de carbono. Outra opção é produzir hidrogênio por meio da eletrólise da água: quando a eletricidade renovável é usada para separar o hidrogênio do oxigênio, dando origem ao hidrogênio verde. O hidrogênio também pode ser produzido a partir de biomassa e é chamado de hidrogênio musgo.

Agente de descarbonização

Até hoje, a aplicação do hidrogênio tem focos bem específicos, como refino de petróleo ou produção de amônia. Mas, a partir de agora, as perspectivas serão outras: investimentos crescentes em energia renovável, principalmente eólica e solar, que têm um custo cada vez menor, e a evolução tecnológica e industrial dos eletrolisadores têm gerado uma grande queda no custo de produção do hidrogênio verde.

Além disso, para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris, será necessário cortar em 60% as emissões de dióxido de carbono até 2050, por isso, somente o hidrogênio verde permitirá a descarbonização de alguns setores, como a siderurgia e a produção de fertilizantes.

Como o Brasil possui uma matriz energética composta por 85% de energia renovável, principalmente hidrelétrica, mas com presença crescente de energia eólica, solar e de biomassa, os investimentos para uma produção de hidrogênio verde nacional poderiam beneficiar-se da rede elétrica existente, afinal, 70% do custo de produção do hidrogênio é o custo de energia.

O maior desafio para o hidrogênio verde continua sendo seu transporte. Isso pode ser feito de três maneiras principais: como gás (geralmente comprimido), liquefeito ou por meio de outro produto químico (transportador), como amônia ou metanol.

Competitividade gera oportunidade

No Brasil, há projetos em pauta em diferentes regiões. No Ceará, em Pernambuco, na Bahia, no norte de Minas Gerais e no interior de São Paulo, que poderiam estar conectados (on-grid) ou desconectados (off-grid) da rede elétrica.

O custo nivelado do hidrogênio verde brasileiro ficaria ao redor de US$ 1,50/kg de H2 em 2030, o que está alinhado às melhores localizações dos EUA, Austrália, Espanha e Arábia Saudita, e US$ 1,25/kg de H2 em 2040.

A oportunidade total é de US$ 1,5 bilhão a US$ 20 bilhões até 2040, com a maior parte do potencial, de US$ 1 bi a US$ 12 bi, atendendo aos mercados domésticos, principalmente caminhões, aço e outros usos industriais de energia.

Outros US$ 4 bi a US$ 6 bi devem vir da exportação de derivados de hidrogênio verde para a Europa e os EUA, já que nossos custos de produção nessas regiões serão competitivos em relação aos produtos de outros países.

Para viabilizar esse cenário de ritmo acelerado, o hidrogênio verde exigiria investimentos de US$ 200 bilhões, incluindo 180 GW de capacidade adicional de geração de energia renovável, mais do que a atual capacidade instalada de geração do país.

O Sebrae preocupa-se com a descarbonização do planeta, que deve beneficiar todos os segmentos e impactar a matriz energética e o bolso do consumidor. Por isso, produziu alguns artigos sobre o tema, entre eles: Hidrogênio verde: uma aposta em energia e Produzir petróleo de baixo carbono é o caminho para o setor. Acesse o conteúdo para ficar bem-informado e aprender a trabalhar de maneira mais sustentável.

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