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Tue Apr 18 19:24:57 BRT 2023
Inovação | INOVAÇÃO
Como será o emprego com a indústria 4.0?

A indústria 4.0, com base na inteligência artificial, deve eliminar milhões de postos de trabalho e criar milhões de novos empregos, com outras características.

· Atualizado em 18/04/2023
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Estamos vivendo em plena Quarta Revolução Industrial, caracterizada pelo avanço da Inteligência Artificial (IA) – robôs que pensam e tomam decisões – em todas as áreas. E, com ela, avança o medo do desaparecimento de milhões e milhões de empregos, que serão substituídos pela IA. 

De fato, muitos empregos deverão desaparecer, como aconteceu nas três revoluções industriais anteriores. E outros tantos serão criados, embora não nas mesmas áreas, nem com as mesmas características. 

Assim, a Primeira Revolução Industrial acabou com inúmeros postos de trabalho braçais na Inglaterra do século XVIII. Mas assentou as bases para a criação de milhões de novos empregos nas fábricas nascentes.  

Já a Segunda Revolução Industrial, que acelerou a mecanização da agricultura, em meados do século XIX, tirou o trabalho de milhões de camponeses. Muitos desses trabalhadores italianos, alemães, poloneses e japoneses foram para os Estados Unidos, a Argentina ou o Brasil, onde constituíram a base da classe operária. 

A Terceira Revolução Industrial, nas últimas décadas do século XX, teve como eixo a informática, que desempregou milhões de operários e funcionários administrativos em todo o mundo. Mas gerou uma enorme gama de oportunidades para trabalhadores e empreendedores. 

É o que tende a acontecer com a Quarta Revolução. Ela deve eliminar muitos postos de trabalho de operadores de máquinas, atendentes de call centers, operadores de caixa, cobradores de ônibus, frentistas de postos de gasolinam etc.

Mas novas tecnologias como a internet das coisas, Big Data, computação na nuvem, drones, inteligência artificial, impressão 3D, realidade aumentada, entre muitas outras, também vão abrir imensas oportunidades para trabalhadores e também para quem quer abrir seu próprio negócio. 

A questão é que as novas vagas abertas provavelmente demandarão trabalhadores muito diferentes daqueles que perderão o emprego com a Indústria 4.0. 

Qual será o futuro do trabalho? 

O novo contexto deve ser caracterizado pelo desemprego tecnológico, a exemplo do que aconteceu na terceira revolução industrial, com o avanço da informática. Isso quer dizer: 

  • Substituição de mão de obra por máquinas ou sistemas de inteligência artificial; 
  • Substituição de trabalho intelectual por sistemas de inteligência artificial; 
  • Dispensa de trabalhadores por novos modelos de gestão. 

Em outras palavras, o maior risco de desaparecimento ficará com as funções e postos de trabalho menos especializadas. Na mão oposta, ganham força as atividades associadas às novas tecnologias. O assunto “profissões que tendem a desaparecer” foi exposto no Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2016. 

Profissões que exijam criação, abstração, desenvolvimento, que tenham que lidar com situações novas e serviços de qualidade a serem prestados para pessoas tendem a ter demanda crescente.

São as engenharias, ciências de dados, computação, matemática, gestão estratégica e vendas. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima que 60% das crianças atualmente em idade escolar terão ofícios que sequer existem hoje em dia. 

É importante observar, também, que a Indústria 4.0 traz consigo maior consciência social, ambiental e sobre ética nos negócios. Então, deve crescer também a demanda por funções e iniciativas ligadas à ESG (Environment, Sustainability, Governance - em português, meio-ambiente, sustentabilidade e governança). 

E os desempregados tecnológicos? 

De acordo com um estudo da Accenture, países que adotam tecnologias de ponta podem incrementar seu PIB em 0,9 ponto percentual até o ano de 2035. Ou seja, a nova revolução industrial pode funcionar como mola propulsora de toda a economia, gerando oportunidades no comércio e na prestação de serviços, em condições de absorver parte significativa do desemprego tecnológico.  

Outra parcela desses trabalhadores, no entanto, deverá passar por requalificação para fazer frente às demandas de um mercado em constante transformação.

Um estudo realizado recentemente pelo Senai para redefinir sua grade de cursos apontou a necessidade de qualificar, nos próximos quatro anos, 10,5 milhões de trabalhadores em ocupações de base industrial.

A resposta à questão apresentada acima, portanto, aponta para a necessidade de um amplo esforço nacional de capacitação da força do trabalho, unindo o Poder Público, a iniciativa privada, sindicatos e associações. O Sebrae já está engajado. Veja, por exemplo, este material que colocamos à sua disposição sobre o tema. 

A quarta revolução industrial e o futuro do trabalho - Sebrae

A indústria 4.0 e o admirável mundo da automação

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