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Quem vê o sucesso da empresária, influenciadora e palestrante paulista Thais Giraldelli, nem imagina o caminho que ela trilhou até chegar onde está atualmente. Após passar cinco anos trabalhando na área jurídica, ela resolveu mudar de carreira e, em meados de 2014, fez um curso de maquiagem e foi em busca de uma vaga em um salão de beleza.

Foi aí que ela começou a se interessar por extensão de cílios, um procedimento ainda muito novo no Brasil. Como naquela época não existiam cursos profissionalizantes com esse foco, ela precisou  ser autodidata para se aventurar em um mercado que ainda estava engatinhando no país.

Em 2015, Thais inaugurou a Lash House no bairro Anália Franco, em São Paulo. Referência em extensão de cílios, o empreendimento se tornou um dos primeiros do segmento de beleza a trabalhar no sistema de coworking - ambiente de coworking ou trabalho colaborativo consiste em oferecer o mesmo espaço com várias empresas ou profissionais liberais. 

Levantamento da International Workplace Group, que gerencia espaços de coworking no mundo todo, aponta que houve um aumento de 93% na busca de locais de trabalho coletivo no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período no ano passado. Segundo o estudo, o Brasil está entre os países em que esse fenômeno foi observado, com uma alta de 97%. 

No caso da Lash House, a empresa tem um espaço que remete a um salão de beleza, mas as profissionais que atendem lá são empresárias e não possuem vínculo empregatício. “Em troca de um valor mensal fixo, elas alugam uma sala, um espaço ou uma mesa e começam a atender a clientela delas. Dessa forma tudo que elas faturam fica para elas. Não existe necessidade de pagar comissão por cada atendimento”, explicou a empresária. 

Além dos serviços de extensão de cílios, que são prestados pela própria Thais, a Lash House disponibiliza outros, como depilação, tratamentos estéticos, manicure, harmonização facial, alongamento de unhas, todos prestados por profissionais no sistema de trabalho colaborativo.

Thais lembra que teve a ideia visionária de apostar as fichas no coworking após a experiência que viveu como funcionária no salão de beleza onde ela atendeu antes de montar o próprio negócio. 

“Por ser baseado na hierarquia, o modelo tradicional de salão de beleza gerava muitas brigas e desentendimentos entre os profissionais. Saí de lá com vontade de buscar uma forma diferente de trabalhar e encontrei isso no coworking”, contou.

“O fato de não existir uma hierarquia, melhora muito o clima no ambiente de trabalho, pois cada uma trabalha para si próprio”, afirmou a empresária, que acredita que em um futuro não muito distante o sistema tradicional de salão de beleza será completamente substituído pelo coworking.

De acordo com Thais, outra vantagem do coworking é que permite que as profissionais lucrem mais. “Como cada uma cuida do próprio negócio, a profissional começa a ficar mais interessada em se desenvolver como empreendedora, consegue ganhar e se sente mais empoderada”, acrescentou.

A empresária lembra que o formato não é muito recomendado para profissionais que estão iniciando no mercado de trabalho. Como a captação de clientes é diferente do modelo de salão de beleza tradicional, o coworking é mais indicado para profissionais que já possuem uma carteira de clientes e buscam um espaço para realizar os atendimentos.

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