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Você já ouviu falar em meliponicultura? Esse é o nome designado para a atividade de criar abelhas sem ferrão. A meliponicultura é uma tradição no semiárido do Rio Grande do Norte, em especial nas regiões do Mato Grande e no oeste do estado. 

Essa atividade é sustentável e auxilia na preservação das espécies vegetais e no equilíbrio biológico dos diferentes biomas brasileiros. A Caatinga do semiárido brasileiro, por exemplo, é o berço de várias espécies de abelhas nativas e sem ferrão.

As questões históricas e culturais fazem com que o mel dessas abelhas desenvolva características terapêuticas e medicinais, que cooperam no tratamento de gripes, resfriados, inflamações na garganta, otite e doenças oftalmológicas. 

História das abelhas sem ferrão

No Rio Grande do Norte, há uma cidade chamada Jandaíra, ela carrega o mesmo nome da abelha e é um importante polo de produção de mel por abelhas nativas sem ferrão. Cerca de 20 famílias trabalham nesse ramo e possuem parceria com o Sebrae.

Francisco Melo, meliponicultor e morador de Jandaíra, relata que a meliponicultura é uma atividade secular e que o nome da cidade tem profunda relação do povo com a espécie de abelhas. “Desde criança que eu escuto muito o povo falar da tal abelha mansa, a abelha sem ferrão, e sempre fiquei impressionado com essas histórias. Ao mesmo passo que me preocupava ouvir também que elas estavam desaparecendo, isso me motivou a resgatar essa atividade da abelha Jandaíra”, lembra o meliponicultor. 

Apoio do Sebrae na produção

Com o apoio do Sebrae, Francisco explica que a cadeia da meliponicultura tem tomado uma nova proporção, pois novas técnicas de produção e manejo sustentável têm sido desenvolvidas. No passado, a atividade era desenvolvida de forma muito rudimentar, o que limitava o alcance do produto no mercado. 

Hoje, o trabalho com os meliponicultores é desenvolvido desde a parte produtiva, o acesso a mercados e a comercialização. Eles recebem consultorias para aprimorarem o manejo de produção e o manejo sanitário.

Destaque da meliponicultura no Brasil

O analista do Sebrae Nacional, Luiz Rebelatto, explica que o segmento apícola brasileiro, em especial a meliponicultura, é capaz de gerar produtos e riquezas, além de promover o aumento da atividade apícola, ao mesmo passo que mantém a biodiversidade nacional. Isso ocorre devido à capacidade que as abelhas nativas têm de polinização, que permite o aumento da disponibilidade de frutos e sementes e a manutenção de ecossistemas. 

Para Luiz, a cidade de Jandaíra-RN, pode ser considerado o berço genético dessa espécie de abelhas. “A abelha escolheu essa região para se desenvolver, por conta das condições adequadas, que geram uma produção própria com características particulares do mel, como cor, sabor, acidez e outras”, pontua o analista.

Produção de mel

Cada colmeia de abelhas produz cerca de dois litros de mel e, em tempos mais chuvosos, a produção pode chegar a três litros por colmeia. O período de produtividade costuma variar dos meses de maio a agosto, a depender das mudanças climáticas, podendo postergar-se até setembro.

A chuva favorece a produção de mel porque com a ela vem a florada, e a abelha precisa da florada para produzir o mel. Em tempos de escassez, a produção de flores diminui, o que afeta a produção de mel.

Se você quer conhecer mais sobre a meliponicultura e as tecnologias desenvolvidas nesse setor em parceria com o Sebrae, assista na íntegra o programa Prospera Agro | Meliponicultura – Agromais.

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