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Mercado e Vendas | VENDA VAREJISTA
Mercado de segunda mão: um nicho bilionário da moda

O comércio de roupas usadas cresce vertiginosamente, por isso é preciso entender a importância desse segmento, bem como seus desafios e possibilidades.

· Atualizado em 08/11/2022
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O mercado de segunda mão, também conhecido como second-hand ou resale (revenda), tem crescido exponencialmente nos últimos anos. O segmento da moda tem acompanhado essa tendência, principalmente pelo comportamento de um consumidor mais consciente - especialmente entre o público mais jovem -, que se guia pelo conceito da sustentabilidade na hora de adquirir produtos.

Dados do Sebrae divulgados em 2021 apontam que, entre 2010 e 2015, houve um crescimento de 210% dos brechós e da venda de roupas usadas. E a tendência é que o setor continue em ascensão, tanto que já estão surgindo startups com foco nesse ramo. 

Para se ter uma ideia dos números, o comércio de produtos usados ou de segunda mão cresceu 48,5% de 2020 para 2021, e mais de 2 mil novas empresas desse segmento foram criadas (não apenas limitadas à moda). A revista Carta Capital divulgou, em 2021, que a plataforma Google Trends (usada para rastrear os assuntos mais buscados pela rede) mostrou que, entre 2010 e 2015, o termo “consumo consciente” aumentou 400% (se comparado a períodos anteriores) e que o aplicativo Pinterest apresentou um crescimento de 36% na busca pelo termo “moda de segunda mão”.

Sabe-se que a indústria da moda é uma das maiores poluidoras do meio ambiente, principalmente pela quantidade de lixo que gera. Estudos indicam que uma roupa de segunda mão pode emitir até 82% menos carbono do que um item novo, por isso os chamados produtos da economia circular ganham cada vez mais espaço nos guarda-roupas dos consumidores.  

De olho nessa tendência, algumas empresas já apostam em estratégias que atendam à demanda dos seus consumidores, tais como: geração de crédito ao consumidor que retorna os seus produtos usados; recebimento e conserto de peças usadas para revenda por menor preço no mercado; e prolongamento da vida útil das peças produzidas (garantindo maior qualidade e significado para o consumidor).

Vantagens e desafios

Embora a sustentabilidade seja a razão principal que leva o consumidor consciente a buscar uma peça de segunda mão, muitos outros motivos vantajosos também fomentam esse comportamento, como:

  • A possibilidade de adquirir peças de luxo por um preço acessível. Ainda que sejam mais antigas, há espaço para elas entre os consumidores que apreciam a moda vintage.
  • A construção de um estilo próprio e a busca por um jeito diferente de comprar. Esse público é movido pelo fator surpresa, ou seja, por não saber o que vai encontrar nos brechós.

Por outro lado, alguns desafios se lançam a esse nicho promissor do segmento da moda, como a superação do preconceito que alguns consumidores ainda têm. Como eles pensam que vão comprar peças empoeiradas, de origem e qualidade duvidosas, um dos desafios é educá-los. Para isso, é necessário mostrar que a aquisição de peças de segunda mão não é uma prática comercial voltada a pessoas com dificuldades financeiras ou que não se preocupam com a qualidade dos produtos que adquirem.

Outras questões importantes para o setor referem-se à disponibilidade das peças, à diversidade do que é comercializado e aos tamanhos ofertados. Isso porque, se o consumidor está em busca de um estilo próprio e de peças exclusivas, pode ser mais difícil encontrar roupas e calçados para corpos que não estão dentro do chamado “padrão”. 

Não menos impactante para o consumidor consciente é receber uma peça em embalagens que não atentem para o aspecto da sustentabilidade, portanto é preciso ficar de olho na logística da entrega do produto.

Modelos para o mercado de segunda mão

Você está pensando em empreender neste nicho lucrativo do mercado da moda? Saiba que existem vários formatos e modelos que podem ser colocados em prática para começar o seu negócio ou mesmo para expandi-lo. Na cartilha Melhores práticas para o comércio de brechó, o Sebrae apresenta um passo a passo para quem atua ou quer atuar nesse mercado.

Uma das alternativas é montar um brechó, que se caracteriza pela compra e venda de artigos usados, principalmente de produtos relacionados ao vestuário masculino, feminino e infantil. 

Brechós são uma das mais antigas atividades comerciais, sendo possível relacionar a sua origem aos “mercados de pulgas” europeus, onde se podia comprar e vender praticamente tudo. É válido ressaltar, porém, que o comércio de usados existe há milênios em países como China, Índia e Bangladesh. 

No Brasil, o termo brechó surgiu em virtude de um mascate chamado Belchior, que vendia produtos de segunda mão no Rio de Janeiro. O lugar se popularizou e as pessoas adaptaram o nome Belchior para Brechó. A partir daí, o termo passou a ser usado para denominar os locais que vendiam produtos usados, principalmente roupas, acessórios e calçados.

Os brechós podem funcionar em espaços físicos, que normalmente são bem frequentados pelos moradores dos arredores, mas nada impede que outros formatos sejam adotados pelo empreendedor. 

Oferecer os produtos em redes sociais é um dos meios adotados por alguns lojistas. Outra opção é criar um e-commerce ou disponibilizar os produtos em plataformas de vendas. Inclusive, já existem plataformas exclusivas para o mercado de segunda mão. 

O empreendedor ainda pode oferecer o sistema de bag delivery, em que as roupas são levadas até o cliente. Enfim, o importante é você conhecer o perfil do seu consumidor e estar atento ao que ele busca. 

E não se esqueça: qualidade, bom atendimento, preço justo, durabilidade e higiene das peças são fundamentais para o sucesso neste nicho promissor.

Aproveite o material produzido pelo Sebrae para uma ideia de negócio: Como montar um brechó.

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