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Thu Mar 14 16:28:53 BRT 2019
Inovação | DESIGN
Saiba o que é design gráfico ambiental com David Gibson

Confira a atuação do design gráfico ambiental no planejamento de espaços e sinalizações e a entrevista com David Gibson, um especialista no assunto

· Atualizado em 14/03/2019
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Design gráfico ambiental

O design gráfico ambiental apresenta-se como uma área multidisciplinar sem fronteiras nitidamente definidas, formado pela junção de diferentes disciplinas. De acordo com estudiosos, o design gráfico ambiental está no encontro entre design gráfico, arquitetura, design de produto e paisagismo – podendo ser entendido como a conexão visual entre a informação (design gráfico) e a edificação (arquitetura).

David Gibson é um dos designers gráficos ambientais mais conhecidos do mundo. Cofundador e diretor-gerente do escritório Two Twelve, é respeitado internacionalmente por sua abordagem centrada no usuário para o design de sinalização.

Em seu livro, Wayfinding Handbook: Information Design for Public Spaces (Manual de Wayfinding: design de informação para espaços públicos), ele coloca seus insights sobre como encontrar a “lógica oculta” em situações complexas de orientação.

 

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Entrevista

Qual foi a sua primeira introdução a esta “coisa” chamada de design gráfico ambiental (DGA)?

Foi realmente na Universidade de Yale. Estávamos expostos a diferentes disciplinas, nós projetamos um sistema de sinalização para a própria universidade e alguns trabalhos da exposição. Mas provavelmente não foi chamado de design gráfico ambiental naquele ponto. Eu nunca vou esquecer a minha introdução à Sociedade para Design Gráfico Ambiental (SDGA).

Posso me lembrar vividamente de estar sentado àminha mesa na Two Twelve quando recebi um telefonema de Sue Gould (membro da SDGA de longa data). Nós tínhamos acabado um projeto razoavelmente grande de uso misto em Detroit e nos unimos com outra empresa de design para aumentar a nossa experiência em 3D. Sue tinha ouvido falar sobre isso e me ligou para dizer sobre uma reunião regional da SDGA que aconteceria em Nova York. Foi a primeira vez que eu realmente entendi o que era design gráfico ambiental.

Lembro-me de duas apresentações da reunião: uma de Ann Dudrow sobre o seu trabalho em RTKL, e outra de Tracy Turner, que estava trabalhando em um dos primeiros hotéis construídos na China após a Revolução Cultural. Fiquei viciado! Isso resultou em vários anos de envolvimento, que culminou com a presidência da SDGA por dois mandatos (1991-1992).

A grande coisa sobre SDGA, especialmente naquela época, era que nós ainda estávamos escrevendo o roteiro. Nada tinha sido descoberto, nomes e processos. Foi incrível fazer parte disso.

Você ganhou uma reputação internacional por sua abordagem centrada no usuário para design. Ser focado no usuário não significa que você tem que ser um pouco estranho ao processo de design?

Isso significa que você tem que ser compreensivo. Eu sou um clássico filho do meio, sempre me preocupando com o que todo mundo está sentindo. Em todas as reuniões intermináveis, acho que sou bom em sempre trazer o assunto de volta à discussão: “o que as pessoas precisam nesta situação?”. Infelizmente, a nossa formação como designers tende a orientar-nos para projetar para designers.

É verdade que temos de criar coisas de alguma beleza e significado duradouro. Em design para o público em geral, porém, é desafiador criar algo atraente que vai ter uma longa vida útil. Meu foco é sempre: “como as pessoas experimentam isso?”.

De que trabalho você mais se orgulha?

Provavelmente, sistemas de orientação em hospitais. Eu acho que eles são muito inteligentes e proporcionam orientações simples para lugares complexos. Eles são uma ajuda às pessoas em ambientes estressantes. Hospitais são projetos assustadores. Eles parecem ser um grande emaranhado enorme a se descobrir. Mas descobrir a lógica oculta do ambiente leva a uma estratégia que fornece o roteiro para o sistema de sinalização. Essa é a parte que eu amo.

Qual será o seu legado para design?

O meu livro. E mais especificamente, o Capítulo 2.2, onde eu descrevo as minhas quatro estratégias para organizar sistemas de orientação: conector, bairro, marco e ruas. As pessoas me dizem que isso é uma maneira realmente convincente para pensar sobre essas estratégias. Eu faço uma ligação conceitual entre estes conceitos e os modelos ilustrados pela Cidade Proibida (Pequim), da Universidade Cambridge, Roma e Nova York. Bem, você vai ter que ler o livro...

O que sua lápide poderá dizer?

Ele ajudou as pessoas a encontrar seu caminho no mundo.


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