Veja como as MPEs de base tecnológica podem inserir produtos e serviços nas cadeias produtivas de empresas âncoras.

O Brasil destaca-se no cenário econômico como produtor de matérias-primas e commodities, o que leva a uma dependência externa de produtos industrializados. A indústria representa 20,4% do PIB do país, e sua participação na produção mundial é 2,1%.
A industrialização do país, no entanto, é considerada tardia. Isso porque esse processo teve início, somente, na segunda fase da Revolução Industrial de outros países. No início, a indústria brasileira cresceu por conta da exportação cafeeira.
A Companhia Siderúrgica Nacional foi uma das primeiras indústrias brasileiras, criada em 1941. Outras indústrias de base também surgiram nesse momento, como Vale do Rio Doce e Petrobras. Já na década de 1950, capitais estrangeiros chegam ao país para incrementar a indústria de bens de consumo, em especial, o setor de automóvel e o de eletrodomésticos.
Com o passar dos anos, foi ocorrendo uma interiorização da indústria, com o desenvolvimento de polos como a Zona Franca de Manaus. O Brasil passou a ter um parque industrial diverso, com empresas nacionais e multinacionais, como Johnson & Johnson, IBM e Nestlé.
A indústria alimentícia e de cosméticos ganharam destaque na cadeia da indústria brasileira. A participação de pequenas indústrias de base tecnológica nas cadeias produtivas de multinacionais como Coca-Cola e Nestlé foram relevantes para o crescimento das empresas IBTs.
Intercâmbio entre MPE e empresas âncoras
Em um mundo globalizado, o intercâmbio entre as empresas é fundamental, tanto para fornecer quanto comprar produtos e serviços umas das outras. A participação em eventos corporativos e de networking permitem às MPE de base tecnológica identificarem demandas das empresas âncoras, por exemplo. E, dessa maneira, a MPE pode gerar produtos e serviços que permitiriam sua inserção na cadeia produtiva dessas grandes empresas.
O mercado de produtos inovadores e dos insumos químicos está sendo terceirizado pelas grandes empresas de alimentos e cosméticos. Um fator relevante é a capacidade de desenvolvimento de novas essências e substâncias, que passam a ser incorporadas aos produtos cosméticos. Assim, grandes empresas internacionais mantêm parcerias com pequenos fornecedores de produtos químicos para o desenvolvimento de cosméticos, por exemplo.
Outros exemplos de produtos e insumos que podem ser produzidos por pequenas indústrias de base tecnológica para atender demandas de grandes empresas são:
- Insumos: óleos essenciais, extratos hidroalcoólicos de plantas medicinais, extratos glicólicos, ceras naturais e purificadas por destilação, álcoois de vinhos, extratos secos, pós de plantas (folhas, flores, casca, raiz)
- Produtos semi-elaborados: extratos líquidos e extratos em pó, oleatos, águas aromatizadas, xaropes, alcoolatos.
Algumas pequenas indústrias de base tecnológica já conseguiram inserir seus produtos na cadeia produtiva de gigantes do mercado. É o caso das MPEs de Presidente Figueiredo, no Amazonas, que produzem extrato de guaraná para a produção de refrigerante da empresa Coca-Cola.
A empresa Nova Amazonas também começou como uma pequena indústria, fornecendo cacau em pó para grandes empresas como a Nestlé. Hoje, ela é a maior fornecedora de cacau em pó do Brasil e exporta para cadeias produtivas de vários países.
O mais importante para encontrar oportunidades de colaboração para atender a demanda de empresas de grande porte, as âncoras, é estar informado sobre as necessidades de cada setor industrial, seja de cosméticos, alimentos, farmacêutica, madeiras, materiais, maquinaria ou química. Por meio da participação em eventos, a colaboração do networking e a investigação dos mercados, é possível identificar oportunidades e parcerias.
Para saber mais, confira o conteúdo a seguir:
Associativismo e cooperativismo: a união faz a força - Sebrae
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