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Mercado e Vendas | DEMANDA DE CONSUMO
Tranças nagô ganham destaque e atraem clientes aos salões de beleza

A trança nagô conquista as mulheres em busca de beleza e identificação com sua cultura, por isso salões de beleza afro são uma boa oportunidade de negócio.

· 31/08/2022 · Atualizado em 10/11/2022
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As tranças, penteados usados principalmente pelas mulheres há centenas de anos, carregam, além do fator estético, a identificação de tribos, estados civis, religiões e posições sociais. Em algumas culturas africanas, a trança era usada como uma ferramenta de linguagem, como a trança nagô. No Egito Antigo, quem possuía muitas tranças era sinônimo de pessoa rica; não à toa, Cleópatra sempre esbanjava várias na cabeleira acompanhada de fios de ouro. De acordo com registros, as primeiras tranças foram encontradas há 22 mil anos antes de Cristo nas estátuas de Vênus de Brassempouy e de Willendorf. Mas a técnica de trançar os cabelos foi popularizada há 3.500 anos antes de Cristo na África.

No Brasil, durante o período da escravidão, as tranças eram utilizadas para identificar as tribos de origem dos escravizados e também serviam como mapas e rotas para as fugas planejadas, de acordo com o artigo “Longa História de Penteados com Tranças”, do pesquisador e tricologista Evandro Carvalho.

A trança nagô, uma das mais populares, tem passado por um período de apagamento da sua história, tendo recebido, inclusive, outro nome: mandraka. Para Íldima Lima, artista visual e idealizadora da exposição “Negras Cabeças”, essa ressignificação das tranças gera um certo apagamento da cultura e da estética negra.

“Assumir e incorporar esses símbolos implica numa atitude política e de resistência, pois é a forma como as mulheres negras enviam a mensagem à sociedade de que se reconhecem e afirmam enquanto mulheres negras. Porém os efeitos não são só positivos. Somos estigmatizadas ao fazer uso desses símbolos de uma forma que as mulheres brancas que se apropriam dos mesmos elementos jamais seriam. Logo, para nós, mulheres negras, passa a ser uma luta dentro de um espaço que deveria ser de fortalecimento e aquilombamento”, aponta Íldima.

A trançadeira Diva Green acredita que, para evitar a apropriação e o afastamento da cultura negra, é necessário que a população preta se orgulhe e insira elementos negros em seu cotidiano. Para ela, os trabalhos de formação estética ajudam muito nesse sentido. Mas não só isso: a popularização das tranças nagô em processos de transição capilar tem sido responsável por uma nova geração que se orgulha da sua origem. A nova era é marcada pelos enfrentamentos étnico-raciais e pela resistência, para resgatar a origem, o estilo e, principalmente, aumentar a autoestima das pessoas negras, que passaram a aderir cada vez mais aos penteados afro, como as tranças. 

A cabeleireira Thayza Cardoso explica que, dentre as tranças de origem africana, a mais antiga é a nagô, que consiste numa trança rasteira, rente ao couro cabeludo, muito utilizada por quem está passando pelo período de transição capilar, ou seja, saindo de algum tipo de alisamento ou tratamento químico para voltar a usar as formas naturais dos fios.

Como fazer a trança nagô

A maneira mais segura é ter uma trancista especializada, já que o processo de trançar o cabelo pode causar quebra dos fios devido à força aplicada para garantir que as tranças tenham alta durabilidade. 

A primeira parte do processo de trançamento é marcar as divisões das mechas, da testa até a nuca, sendo que o número de marcações irá variar de acordo com a largura que você deseja cada trança. Depois é só ir trançando cada mecha por vez, deixando-as bem firmes e próximas ao couro cabeludo, como em uma trança embutida. Caso queira usar extensões, as una no cabelo antes de começar cada mecha 

A trança nagô pode ter um longo comprimento, basta seguir o modelo até o meio da cabeça e depois seguir com a altura que deseja. Para inovar ainda mais, aposte em duas tranças soltas na lateral do cabelo. Agora, se você não deseja trançar todo o cabelo, faça apenas na lateral do cabelo. Uma outra opção para quem não abre mão dos cachos é combinar a trança nagô com extensões de cabelo cacheado. Mesmo se você deseja trançar todo o cabelo, não é necessário fazer muitas tranças: com três tranças de cada lado da cabeça já é possível ter um visual elegante e com maior chance de durabilidade, já que as tranças serão feitas com mais cabelo. 

Por isso, se você pensa em investir em um salão de beleza afro, com peso na estética e também na simbologia de resistência para pessoas negras, a oportunidade é de sucesso.

Conhecendo o mercado

Neste artigo do Sebrae, é possível observar que há um mercado promissor a ser dominado, já que ele revela que mais de 70% das brasileiras têm cabelos crespos ou cacheados e que as mulheres negras movimentam R$ 700 bilhões em negócios anuais. No entanto, para ter sucesso e não ficar patinando, abrir um salão de beleza afro requer um exercício inicial de conhecer o propósito do negócio, aprender o real valor do produto para a cliente e entender suas dores e como o salão pode ressignificar a sua vida. Depois disso, é fundamental pensar em um diferencial competitivo para a sua empresa com uma proposta de valor para o negócio. 

O momento é de valorizar a cultura afro e os salões de beleza terão uma excelente oportunidade para conquistar novas clientes.


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