Entenda como pequenos negócios e cooperativas sustentáveis encontram nos cosméticos orgânicos uma oportunidade para se destacar e sobreviver no setor.

Você é do time que, se for orgânico, se for sustentável, muito melhor? Pois tenha a certeza de que não está sozinho. Cada vez mais opções de serviços e de produtos mais saudáveis - ou que agridem menos o ambiente - são preferidas, e é por isso que o mercado vai se transformando para acompanhar essa tendência.
Esse é um negócio em expansão, que está alinhado com as demandas da sociedade por um mundo mais sustentável.
No ramo da beleza, o consumo de cosméticos ecológicos veio para ficar. Neste conteúdo, falaremos sobre essa realidade como uma possibilidade de negócio para você.
Pesquisas revelam que os consumidores estão cada vez mais atentos a temas sobre a conservação das espécies, conhecimentos tradicionais associados à natureza e ao comércio justo entre empresas e comunidades. Eles tendem, também, a rejeitar as marcas que não respeitam os aspectos éticos relacionados à cadeia de fornecimento de ingredientes naturais, incluindo os direitos das comunidades.
A cada dia aumenta mais nas prateleiras dos salões de beleza o estoque de produtos que sejam menos agressivos - tanto para os consumidores finais quanto para os profissionais que os manipulam diariamente. Essa combinação é o que faz toda a diferença nessa história.
Mas é preciso ter muito cuidado:
De acordo com o estudo Cosméticos à base de produtos naturais, realizado pelo Sebrae em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a existência de um ingrediente natural na fórmula não caracteriza o cosmético como um produto natural.
Para que os cosméticos sejam considerados naturais, devem seguir rígidos padrões no seu processo de formulação. Não podem conter qualquer ingrediente químico entre seus componentes: o uso de conservantes nos produtos é proibido.
É exatamente o não uso de conservantes que, ao encurtar o tempo de validade dos cosméticos, distancia as indústrias convencionais do mercado de produtos ecológicos. Assim, empreendimentos voltados para o desenvolvimento de cooperativas sustentáveis podem se fortalecer nesse ambiente de negócios. Afinal de contas, esse é um negócio em expansão, já que está alinhado com as demandas da sociedade por um mundo mais sustentável e economicamente justo.
Para auxiliar empreendedores (futuros ou atuais) dessa linha específica de negócio, o Sebrae realizou um diagnóstico de cosméticos ecológicos baseado em informações obtidas em estudos científicos sobre o tema.
O estudo revelou que são três os principais fatores que devem ser foco de atenção durante o processo produtivo, especialmente aqueles à base de produtos naturais em sua composição.
1. Contaminação bacteriana dos cosméticos
Esse tem sido um dos problemas mais importantes da indústria cosmética. É que esses produtos são como substratos para a sobrevivência e desenvolvimento de uma ampla variedade de microrganismos; e possuem alguns elementos que facilitam o crescimento deles, como: lipídeos, polissacarídeos, álcool, proteínas, aminoácidos, glucosídeos, esteróides, peptídeos e vitaminas. Por isso, as condições adequadas de oxigenação, pH, temperatura, grau osmótico, atividade superficial, perfume e óleos essenciais presentes nos cosméticos favorecem a multiplicação microbiana.
2. Matéria prima natural utilizada com altas cargas microbianas
Geralmente empregadas na fabricação de cosméticos, as matérias-primas são constituídas de pós-sintéticos, com baixa carga microbiana, porém as de origem natural podem conter elevadas cargas microbianas.
3. Necessidade de água pura para a fabricação de cosméticos
Para a produção de cosméticos naturais, a necessidade de água pura em pequena ou grande quantidade é um dos maiores problemas da indústria cosmética. É preciso, constantemente, recorrer a processos para produzir água pura, por meio de destilação e deionização (desmineralização por troca iônica), uma vez que grande parte da água no meio ambiente encontra-se em condições não potáveis, pelos padrões da legislação brasileira. Água não potável é aquela que, em 100 ml de amostra, acusa a presença de bactérias coliformes.
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