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Em sua terceira edição, o evento do Sebrae vai reunir donos de MPE e de grandes e médias empresas, durante dois dias em São Paulo, integrante do Projeto Sebrae 50+50
Interior de loja da marca Renner: encadeamento produtivo no centro de debate sobre ESG, a ser realizado em São Paulo (Foto/crédito: Divulgação)
Nos próximos dias 17 e 18 de agosto, o Sebrae promove em São Paulo a terceira edição do Fórum Encadear, com o objetivo de contribuir para melhorar a competitividade, a sustentabilidade, a inovação entre os pequenos negócios inseridos ou com potencial de inserção nas cadeias de valor de grandes empresas. Serão dois dias de ampla programação com palestras, apresentação de painéis, cases, ambiente para geração de negócios, apresentação de soluções inovadoras e realização de rodada de negócios.
O evento faz parte do Projeto Sebrae 50+50, de celebração do cinquentenário da instituição. Será realizado presencialmente no Hotel Transamérica São Paulo, com transmissão on-line. Confira detalhes e inscrições no endereço eletrônico: https://forumencadear.com.br/
Será uma oportunidade para donos de pequenos negócios e de grandes e médias empresas discutirem os benefícios de iniciativas de encadeamento produtivo que contribuem para a diferenciação das cadeias de valor e resultados positivos no mercado.
Neste ano, o tema será a agenda ESG (sigla, em inglês, para Sustentabilidade, Social e Governança). A analista de Competitividade do Sebrae Nacional Adriana Menegaz explica que a aplicação do conceito de ESG exige bastante tempo e energia das empresas, assim como compromisso com o aprendizado e a melhoria contínua. Segundo ela, o Sebrae tem atuado com ESG em projetos corporativos, como é o caso do Programa de Encadeamento Produtivo em parceria com as Lojas Renner.
“Quando as grandes empresas trabalham com os pequenos negócios da sua cadeia para que melhorem o seu desempenho é uma ação ESG. As coisas estão mudando e as boas práticas empresariais também se alteram com o tempo”, comenta.
A analista também ressalta o alcance das práticas ESG para as empresas. “Dada a sua amplitude, os benefícios do ESG também são vários. Muitas partes interessadas no negócio (como investidores, empregados, clientes e a comunidade) podem sentir os efeitos positivos das boas políticas e das práticas de governança, social e ambiental. Desde a melhoria da imagem institucional até a construção de relações ganha-ganha com quem está fora da companhia, passando pelo aperfeiçoamento da tomada de decisão”, destaca.
Experiências na cadeia produtiva da moda
Um exemplo disso é a parceria entre o Sebrae e as Lojas Renner, que, desde 2017, tem empenhado esforços para apoiar a cadeia têxtil, formada predominantemente por pequenos negócios, principalmente de microempreendedores individuais (MEI) que enfrentam desafios de qualificação e nível de profissionalização no mercado.
Em Balneário Gaivota (SC), o ex-motorista de carreta Max Alexandre e a esposa, Franciele, são donos da M. Alexandre Confecções, que participou do Programa de Encadeamento Produtivo em parceria com a Renner por meio das empresas âncoras Ritmi e Studio 40, fabricantes de roupas para a grande marca. A experiência foi essencial para profissionalizar o pequeno negócio, que começou informalmente em 2013, nos fundos de uma casa. A empresa chegou a ter 52 colaboradores, mas durante a pandemia da Covid-19 teve que reduzir o quadro por causa da instabilidade. Atualmente, conta com 23 pessoas.
“Participar do projeto trouxe mais profissionalismo para a nossa empresa. Passamos a ter um olhar diferente para o financeiro da pessoa jurídica e da pessoa física e aprendemos a produzir de forma mais enxuta, verificar o tempo de produção das peças e registrar, inclusive, a lucratividade de cada produto”, conta Max. O empreendedor avalia que o aprendizado principal foi conhecer melhor o próprio negócio.
“Antes, achava que vendia mão de obra. Hoje, sei que eu vendo tempo. Sabemos o que dá pouco lucro, muito lucro ou até mesmo lucro nenhum”, finaliza.
Divisor de águas
O pequeno negócio Felippi Strass, especializado em acabamentos, também participou do programa de Encadeamento Produtivo com as Lojas Renner. A empresa, que fica em Indaial (SC), nasceu do espírito empreendedor de outro casal, Valéria de Cassia e Andromar Felippi, e contou com apoio da família dele. Com muita dedicação, a empreendedora sempre buscou se capacitar e correu atrás de conseguir o selo Abvetex para a empresa. Em 2020, participaram do programa que tinha a Declaus como empresa âncora que presta serviços para a Renner.
“Melhoramos o relacionamento com os colaboradores, descobrimos talentos e reduzimos a rotatividade na empresa. Eu aprendi a delegar e a confiar na equipe”, relata Valéria. Na época, a empreendedora estava grávida do segundo filho e precisou se afastar por dois meses. Para a surpresa dela, o trabalho da equipe foi fantástico. O resultado foi o aumento de 63% no faturamento e de 42% na produtividade.
Agora, com a empresa no ciclo 2 do programa, os empreendedores já descobriram onde havia retrabalho da equipe, buscaram soluções com o cliente, bem como aprenderam a organizar a gestão com o auxílio de planilhas que trazem impacto positivo na produtividade, com metas e tempo de serviço. A experiência é considerada um divisor de águas para a empresa. “Eu tinha muitas ideias. Faltavam as ferramentas certas e o direcionamento de grandes profissionais especialistas em diversas áreas”, conclui a empresária.
Sobre o Sebrae 50+50
As atividades que marcam a celebração dos 50 anos do Sebrae giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história” e procuram mostrar a conexão da instituição com o Brasil. Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza as ações atuais nos três pilares da instituição: aprimorar a gestão empresarial, desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios e promover a cultura empreendedora. Mostra também a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar para o futuro, ao mesmo tempo, voltado para os novos desafios do empreendedorismo no país.
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Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.