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Criando um negócio viável

À primeira vista, o início de um novo negócio sempre parece uma grande ideia.

Afinal, quando estamos no campo da imaginação, tudo é possível e sai conforme o esperado.

Mas, quando colocamos o pé no chão e analisamos de fato se um negócio é viável, enxergamos a realidade que nos cerca.

Essa atitude pode definir o sucesso ou o fracasso de uma nova empresa antes mesmo de ela abrir as portas!

Por isso, neste artigo, vamos ajudar você e entender de forma clara o que observar para saber se o seu negócio é viável.

Antes da explicação dos principais indicadores de viabilidade de um negócio é preciso entender o cenário macro em que sua ideia está inserida. Isso significa analisar, primeiro, o mercado do qual ela fará parte. 

Com este estudo preliminar, você terá mais segurança em investir e certeza de que caminho seguir.

Ainda com a ideia em mente, para saber se o negócio é viável, lembre-se de:

• Pesquisar sobre a real demanda do produto ou do serviço que você pretende oferecer;
• Identificar de forma clara quem é o público consumidor em todos os detalhes (idade, preferências, poder de compra, etc.);
• Analisar a concorrência e entender a forma de trabalho das empresas que já atuam no segmento;
• Listar gaps (lacunas) de mercado que sua empresa pode cobrir;
• Definir quais diferenciais você entregará ao consumidor;
• Estudar a legislação geral e do setor em que deseja atuar;
• Ter ciência das suas condições financeiras para o “pontapé inicial” da empresa.

Pode ter certeza: com essa primeira análise, você já terá uma boa visão se a sua ideia é estrategicamente viável. A partir daí, chegará a hora de entender se ela é financeiramente viável.

Principais indicadores de viabilidade

Para entender se um negócio é viável do ponto de vista financeiro, existem quatro indicadores-chave. São eles:

• Ponto de equilíbrio;
• Lucratividade;
• Rentabilidade;
• Prazo de retorno do investimento.

Vamos entender, juntos, cada um deles de forma simples?

Ponto de equilíbrio 

O ponto de equilíbrio é um indicador essencial na vida de um novo empreendedor.

Basicamente, ele mostra a você o quanto é preciso vender para que as suas receitas se equiparem aos custos. Ou seja, esse é um indicador que vai mostrar o momento, a partir da projeção de vendas, que você sairá do “zero a zero”, como dizem por aí. 

Isso significa que, ao atingir o ponto de equilíbrio, o seu negócio irá se pagar e, só a partir daí, gerar lucro. Nesse caso, você precisa saber:

Despesas e custos fixos –

Os gastos que você tem que independem do seu volume de produção. São exemplos: aluguel, impostos, salários, etc. 

Despesas e custos variáveis –

Os gastos que variam conforme o seu volume de produção/demanda. São exemplos: matéria-prima, mão de obra extra, comissões, etc. 

Receitas totais –

O quanto a sua empresa vende/recebe.

A ideia é simples: você deve conseguir igualar receitas totais aos gastos acima mencionados para atingir o ponto de equilíbrio.

Mas, lembre-se, isso só significa que você não terá prejuízo! 

O lucro acontece quando as suas receitas totais superam as despesas e custos fixos e variáveis.

Do ponto de vista financeiro, essa quantia que sobra – o lucro – leva o nome de margem de contribuição. 

Lucratividade

A lucratividade apresenta a relação entre o lucro e o faturamento de uma empresa.

Ou seja, o quanto o seu negócio realmente ganhou em relação a tudo o que recebeu.

É a famosa margem de lucro líquida. A fórmula de cálculo é simples:

Lucratividade (%) = (lucro líquido/faturamento) x 100

Aqui, vale dizer que, quanto maior é a lucratividade, mais competitivo o seu negócio será.

Porque, de forma prática, sobrará mais dinheiro para você reinvestir para seguir alcançando o sucesso.

Rentabilidade 

O terceiro indicador que deve ser acompanhado para você saber se tem um negócio viável em mãos é a rentabilidade.

Ele está relacionado ao investimento inicial e a quanto de retorno ele consegue proporcionar. 

Para chegar ao percentual de rentabilidade da sua empresa, faça a seguinte conta: divida o lucro da empresa em um determinado período pelo valor do investimento inicial.

Para facilitar:

Rentabilidade = Lucro da empresa em período determinado/valor do investimento inicial.

Nestas contas, fique sempre atento: o percentual de rentabilidade é ligado ao período correspondente usado como base de cálculo.

Em caso de dúvidas ou se precisar de apoio para fazer as contas, conte sempre com a nossa ajuda!

Prazo de retorno do investimento

O nosso último indicador para entender se o seu negócio é viável é o prazo de retorno do investimento. Ele nada mais é do que o tempo que irá demorar para que você recupere o valor investido! 

Neste caso, o cálculo que você precisa fazer é mais simples.

Basta fazer a divisão do investimento total pelo valor que se espera ganhar em um determinado período.

Vamos exemplificar para ficar mais claro:

Se você investiu R$ 60 mil no seu negócio, e ele lhe dá um retorno de R$ 5 mil ao mês, significa que você precisará de 12 meses para que o resultado pague o valor do investimento.

Simples, não é? Mas calma! Aqui, vale um aviso importante:

Embora esse indicador seja essencial para a análise de viabilidade, ele não pode ser o seu único balizador de negócios. Isso porque, principalmente, o valor de lucro estimado é apenas uma projeção, que pode se diferenciar dos resultados reais quando a operação se iniciar. Entenda outras limitações desse indicador clicando aqui.

Fazendo seu Modelo de Negócios

Antes de colocar uma ideia de negócio em prática e investir tempo e dinheiro nessa ideia, o mais recomendado é construir um modelo de negócios e avaliar todas as estratégias antes de iniciar.

E a forma mais prática e fácil de fazer isso é usando o Business Model Canvas, ou só Canvas, como é mais conhecido. 

De acordo com artigo publicado pelo Sebrae, o Canvas é estruturado em 09 blocos:

• Proposta de valor: o que sua empresa vai oferecer para o mercado que realmente terá valor para os clientes.
• Segmento de clientes: quais segmentos de clientes serão foco da sua empresa.
• Os canais: como o cliente compra e recebe seu produto e serviço.
• Relacionamento com clientes: como a sua empresa se relacionará com cada segmento de cliente.
• Atividade-chave: quais são as atividades essenciais para ser possível entregar a Proposta de Valor.
• Recursos principais: são os recursos necessários para realizar as atividades-chave.
• Parcerias principais: são as atividades-chave realizadas de maneira terceirizada e os recursos principais adquiridos fora da empresa;
• Fontes de receita: são as formas de obter receita por meio de propostas de valor.
• Estrutura de custos: São os custos relevantes necessários para que a estrutura proposta possa funcionar.

Ao pensar as estratégicas e estruturas da empresa envolvidas em cada um desses nove blocos, você desenhará o modelo de negócio que deseja para sua ideia.

Poderá refletir e analisar os diferenciais competitivos de sua empresa, o perfil do seu público-alvo, como ser relevante para esse público, como se relacionar e se comunicar com seus clientes. 

Além disso, vai poder pensar sobre as possibilidades de parcerias estratégicas que você pode contar, as atividades que você vai precisar desenvolver para entregar seus diferenciais ao mercado, a estrutura material e humana que será necessária, todos os gastos que você terá para iniciar esse negócio e, mensalmente, para realizar as atividades propostas e, por fim, as formas que sua empresa tem de obter lucro, os preços que você vai praticar, como você vai vender seus produtos e serviços e por quanto. 

Essa é mais uma forma de você analisar se seu negócio tem possibilidade de ser viável ou não para você. O Canvas é uma ferramenta versátil, simples, visual e muito útil! Para usar uma versão digital dessa ferramenta, é só clicar aqui e começar!

Para que saber se seu negócio é viável?

Agora que você conhece os principais indicadores para saber se o seu negócio é viável, pode estar se perguntando quando usá-los. Pois saiba que a funcionalidade deles vai muito além da abertura de uma nova empresa.

Um indicador de viabilidade deve entrar em jogo sempre que você precisar tomar decisões estratégicas que impactem a saúde financeira de seu negócio.

Alguns exemplos são:

• Planejamento de expansão de suas operações;
• Abertura de novas sedes e/ou filiais;
• Estruturação de investimentos, por exemplo, em equipamentos ou novas tecnologias;
• Implementação de novas estratégias;
• Escolha entre dois projetos;
• E muito mais!

Tenha sempre em mente que a análise desses indicadores e o seu acompanhamento permitem que você diminua riscos. Assim, é possível tomar decisões mais assertivas que, consequentemente, trarão melhores resultados. 

Para chegar até indicadores confiáveis, seja para abrir uma nova empresa ou para fortalecer um negócio já em funcionamento, conte sempre com o apoio do Sebrae !