Móveis sustentáveis
A cultura do descarte não é sustentável para o meio ambiente, para as pessoas e nem mesmo para negócios. Pensando em um novo sistema capaz de erradicar o desperdício e minimizar os impactos à natureza surge a economia circular.
A economia circular é uma abordagem que considera os impactos ambientais ao mesmo tempo em que busca atender às necessidades sociais e econômicas. No centro da economia circular está o design – uma ferramenta para desenhar e redesenhar produtos, processos, serviços e materiais.
De acordo com uma pesquisa da Ellen MacArthur Foundation, as escolhas realizadas durante a fase de projetação dos produtos são responsáveis por 80% do impacto gerado. Por isso, é fundamental que designers, que desejam trabalhar com economia circular, considerem esses impactos ainda na fase de concepção de seus projetos. Veja e seguir, 6 estratégias de design circular para o design de móveis:
1. Projetar para ciclos fechados
Há dois tipos de materiais: os materiais biológicos também chamados de biomateriais, e os materiais técnicos. Os biomateriais são biodegradáveis e podem retornar com segurança à natureza, como algas e restos de alimentos orgânicos, por exemplo. Já os materiais técnicos como metais, plásticos e produtos químicos sintéticos não podem retornar ao meio ambiente de maneira segura e limpa, mas podem ser reaproveitados. Quando falamos em projetar para fechar ciclos, o objetivo é reintroduzir materiais e componentes de volta ao ciclo biológico ou técnico para reduzir o desperdício e a poluição.
2. Transformar produtos em serviços
Muitas vezes, a demanda dos clientes é apenas o acesso, ou seja, a oportunidade de usar um produto por um curto período. Com o surgimento da economia compartilhada, muitas empresas deixam de vender produtos para ofertar o serviço de locação, assinatura ou compartilhamento.
3. Prolongar o ciclo de vida dos produtos
Diferente da economia linear, em que móveis tem a obsolescência planejada, nas economia circular os móveis e seus componentes devem ser projetados para uma vida longínqua e, portanto, pensados para serem reutilizados e reparados.
4. Escolher materiais seguros & circulares
Alguns materiais, como aditivos utilizados para melhorar o desempenho - flexibilidade ou durabilidade -, contêm produtos químicos prejudiciais aos seres humanos ou ao meio ambiente. É crucial pensar em materiais alternativos para eliminar essas toxinas. Na economia circular, os designers devem optar por processos de manufatura com algas, proteínas, cogumelos (micélio), bactérias, restos de comida, entre outros materiais que têm surgido como impulsionadores da inovação em produtos e design de interiores, bem como na arquitetura.
5. Projetando com menos
Com a abordagem design with less o foco é oferecer produtos ou serviços com a menor quantidade possível de recursos e matéria física.
6. Design modular
Design modular significa dividir um sistema em partes menores chamadas módulos. Cada módulo pode ser criado de forma independente, modificado, substituído ou trocado por outros módulos dentro do mesmo ou de um sistema diferente. Os móveis modulares apresentam duas vantagens: a primeira, é a facilidade de se consertar, remanufaturar e/ou atualizar apenas uma parte de um produto, e a segunda é a facilidade para personalizar e adaptar às necessidades dos usuários, garantindo que sejam mantidos em uso pelo maior tempo possível.
Essas estratégias nos mostram como o desperdício e a poluição são realmente uma falha do design e que um futuro circular é muito mais palpável e realizável do que imaginamos.
Leia mais em: Gazeta do Povo
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