Alternativas ao couro feitas de abacaxi. Tecidos de celulose desenvolvidos a partir do subproduto do suco de laranja. Carbono capturado da atmosfera e transformado em têxteis. Os materiais estão desempenhando um papel de liderança no esforço da indústria da moda para reduzir suas emissões pela metade até 2030. A Future Fabrics Expo, em Londres, oferece um vislumbre de muitos dos inovadores mais influentes.
Cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa da moda derivam de atividades como produção e processamento de materiais, de acordo com o relatório Fashion on Climate, da McKinsey and Global Fashion Agenda.
No entanto, escolher materiais melhores não é apenas reduzir o carbono, diz Nina Marenzi, fundadora e diretora da The Sustainable Angle, que organiza a Future Fabrics Expo. O processo também ajuda as marcas a incorporar um impacto social positivo em suas cadeias de forecimento e a gerar soluções criativas para questões como perda de biodiversidade, resíduos e bem-estar animal.
Temas-chave do evento foram a diversificação de fibras, a agricultura regenerativa, a moda sem plástico e a reformulação de materiais inovadores por meio de lentes sociais e políticas mais amplas. Entre os materiais mais promissores deste ano, destacam-se:
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As alternativas ao couro animal: como peles não animais, incluindo opções com pouco ou nenhum plástico e outras feitas de resíduos agrícolas ou biomaterial feito a partir do colágeno.
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Corantes naturais: com novas opções para substituir os corantes sintéticos convencionais e introduzindo alternativas alimentadas por algas ou bactérias.
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Fibras esquecidas: incluindo cânhamo, urtiga, abacá (usado para fazer Bananatex), linho e partículas contaminantes de águas residuais transformadas em lantejoulas biodegradáveis.
- Carbono: potencial da família PHA de materiais de captura de carbono e metano, destinados a fazer uma contribuição radical para o problema das emissões industriais.
A evolução no pensamento sobre o que representa um material sustentável também é digna de nota, diz Nina Marenzi, uma das organizadoras do evento. “As pessoas costumavam pensar que teríamos viscose feita de árvores para sempre, mas agora as pessoas estão questionando se deveríamos usar árvores como matéria-prima para tecidos ou se poderíamos fazê-lo com palha ou resíduos agrícolas.”
Fonte: https://vogue.globo.com/um-so-planeta/noticia/2022/12/inside-future-fabrics-expo-inovacao-de-materiais-em-overdrive.ghtml