Confira o que o Sebrae do seu Estado tem para você.
Os autores apontam mudanças culturais onde uma mentalidade centrada na hipermasculinidade dá lugar a uma liderança colaborativa, flexível, empática e inovadora
Rosangela Angonese e Ricardo Neves, no lançamento do livro, durante evento Líderes em Movimento, parte do Projeto Sebrae 50+50 (Foto/crédito: SAGA/Sebrae)
O livro "O Fim da Liderança Tóxica nas Organizações” foi lançado em Foz do Iguaçu, em 29 de agosto, com a participação dos autores Rosangela Angonese, coordenadora do Polo de Liderança do Sebrae, baseada em Curitiba, e Ricardo Neves, consultor de estratégia, comunicação e marketing, que mora em Berlim, na Alemanha.
O lançamento se deu durante painel no evento Líderes em Movimento, realizado pelo Sebrae em Foz do Iguaçu, integrante do calendário oficial do cinquentenário da instituição, celebrados ao longo de todo este ano. Publicado pela Editora Neo21, o livro é voltado para profissionais, homens ou mulheres que têm o objetivo de serem protagonistas de transformação no ecossistema organizacional.
Entre os elementos centrais dos argumentos apresentados, os autores apontam os sinais de avanço em direção às mudanças culturais, onde a mentalidade centrada na hipermasculinidade tóxica cede lugar a uma nova mentalidade de liderança em que prevalecem qualidades como cocriação, colaboração, flexibilidade, empatia e abertura para inovação e mudança.
De acordo com Rosangela Angonese, a questão da liderança feminina, do quão desigual ainda é o mundo em relação à participação das mulheres na liderança e o que está impedindo isso são reflexões provocadas na obra.
“Muitas vezes, a competência feminina não é percebida, pois guiamos as nossas decisões de acordo com o aprendizado cultural que tivemos em relação a isso. Quando pensamos em líder, vem a imagem de um homem, um perfil determinado. Precisamos nos desprender desses estereótipos para poder ter uma participação também de mulheres, de pessoas que podem representar outros modelos” explica Rosangela.
Mudanças de mentalidade
Para Ricardo Oliveira Neves, o livro visa oferecer subsídio aos líderes que entendem que o momento atual, bem como o desenrolar futuro, é de progressivo aumento de complexidade e que não existe mais espaço para soluções do tipo mais-do-mesmo e, sobretudo, de manutenção da mentalidade de gestão baseada no modo comando e controle.
“É impossível manter o status quo. O modo que funcionou durante séculos foi o comando e controle, onde os colaboradores apenas devem seguir instruções recebidas e bater metas. Isso não funciona mais. É preciso inspirar e motivar as pessoas a serem proativas, a pensar fora da caixa”, ressalta Ricardo.
Segundo o autor, que também produziu o livro “Sensemaking: Liderança por Propósito – Comunicação Estratégica para um Mundo de Complexidade Exponencial”, lançado em 2021 em edições simultâneas em inglês, espanhol e português, é preciso promover uma mudança de mentalidade tanto do ponto de vista dos gestores quanto de seus colaboradores no que diz respeito à forma com que a liderança é entendida.
“Acabou o tempo da liderança em que manda quem pode, obedece quem tem juízo. O futuro pertence às organizações onde a liderança inspira, motiva e facilita a inovação e a mudança contínua”, conclui.
Sobre o Sebrae 50+50
As atividades que marcam a celebração dos 50 anos do Sebrae giram em torno do tema “Criar o futuro é fazer história” e procuram mostrar a conexão da instituição com o Brasil. Denominada Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza as ações atuais nos três pilares da instituição: aprimorar a gestão empresarial, desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios e promover a cultura empreendedora. Mostra também a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar para o futuro, ao mesmo tempo, voltado para os novos desafios do empreendedorismo no país.
Conheça: www.agenciasebrae.com.br
Disponibilizamos conteúdos para acesso e download, para aprender sobre Educação Empreendedora ou conhecer assuntos específicos de forma rápida e objetiva.
Abrir uma startup dá trabalho e muitos empreendedores não veem a hora de conquistar um aporte para poder expandir seus negócios. Mas, investimentos são baseados em critérios como confiança, retorno sobre o capital e o encaixe entre as estratégias do fundo e da empresa investida. Por isso, um investimento em early-stage (fase inicial) pode demorar mais do que você pensa. Cada investidor tem um timing próprio e um processo de avaliação diferente. No Brasil, existem quatro tipos mais comuns de investidores:1. Angels que atuam individualmente Também conhecidos como “investidores-anjo”, se tiverem boas referências do empreendedor e do projeto, podem levar de 2 a 8 semanas para investirem uma média de R$ 100 mil (ou até mais que isso, em alguns casos).2. Grupos de Angels Grupos de angels atuando em conjunto costumam avaliar projetos em fóruns semestrais. Aproveitando a janela de oportunidade e sendo aprovado para os fóruns na hora certa, você pode conseguir de R$ 200 mil a R$ 500 mil em até 3 meses.3. Fundos de capital semente com recursos privados (como a Astella ou Monashees): Os fundos com recursos privados geralmente definem suas próprias regras porque tem mais flexibilidade para negociar acordos junto aos seus diversos investidores. Alguns deles podem avaliar sua empresa, sumir por um tempo e reaparecer com uma proposta. Outros podem ajudá-lo a melhorar a empresa informalmente e, ao final de vários meses de interação constante, fazerem uma proposta formal de investimento para fechá-la em poucos dias. Fundos como esses tendem a fazer um primeiro aporte de R$ 200 mil a R$ 1 milhão em um período entre 3 a 6 meses para projetos realmente atrativos.4. Fundos de capital semente com capital público em sua composição (como a Confrapar e alguns fundos da FIR Capital) Nesse caso, os fundos têm regras específicas e investidores institucionais, aumentando a formalidade do processo de avaliação. Por isso, podem levar de 3 a 6 meses somente para avaliar se a empresa está apta a receber um investimento de entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Na média, projetos maduros recebem R$ 2 milhões em até 6 meses, contando 3 meses para avaliação e 3 meses migrando a empresa para a nova estrutura de capital. Como organizar seu contato com investidores Interagir com o tipo certo de investidor é importante porque traz conselhos relevantes e ajuda a medir a atratividade do seu projeto. Mesmo assim, essa prática deve ser muito bem gerenciada: o empreendedor não pode ficar muito tempo sem obter feedback, mas também não pode gastar tempo demais atendendo às demandas dos investidores. Também é importante ressaltar que a pior hora para conseguir investimentos é quando o dinheiro acaba, a ponto do projeto congelar ou mesmo morrer. Planeje-se para engrenar sua startup antes dessa hora chegar ou gerencie seu contato com os investidores certos para acioná-los na hora certa. Autor convidado: Yuri Gitahy, fundador da Aceleradora.