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Wed May 24 18:11:39 BRT 2023
Pessoas | HABILIDADES
Tradição do luxo feito à mão

Uma iniciativa empreendedora que nasce para suprir uma necessidade pessoal.

· Atualizado em 16/05/2023
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A palavra luxo deriva do latim – luxus – e quer dizer opulência, magnificência, suntuosidade. O conceito de luxo refere-se a algo com qualidade superior e de excelência, que apresenta maior riqueza de execução do que sua utilidade requer. No contexto contemporâneo, o luxo é atribuído a aspectos mais emocionais e sensoriais, deve agradar aos sentidos, gerar prazer e promover uma experiência diferenciada.

O mercado de luxo, ao contrário da tendência da economia mundial que sofre retração, é um mercado em expansão e bastante promissor. Análises feitas pela empresa Kantar BrandZ, uma empresa mundial de consultoria que produz relatórios com avaliações de crescimento e valorização de marcas, aponta que o valor de mercado das 100 marcas mais valiosas do mundo passou, em 2021, de US$ 7,1 trilhões para US$ 8,7 trilhões, o equivalente a cerca de 9% do PIB mundial.

Em 2021, no Brasil, o mercado de luxo cresceu 10,8% em relação a 2020, alcançando a marca de R$13,9 bilhões. E a projeção de crescimento deste mercado não para, principalmente impulsionada pela adoção, por parte dos consumidores, do meio de compra através das plataformas de e-commerce. Apesar do consumo de luxo no Brasil corresponder a 1,5% do total deste mercado global, uma das características do perfil destes consumidores brasileiros é consumir a maior parte dos produtos fora do Brasil.

Isto requer, por parte dos empreendedores que investem neste mercado, estratégias muito eficientes para promover experiências de encantamento dos clientes, ofertando produtos personalizados, exclusivos e de excelência.

E é isto que propõe a marca que leva o nome da sua fundadora Laura Segall, empreendedora e servidora pública radicada em Brasília, voltada ao setor da moda. A marca foi criada em 2016 e nasceu de uma necessidade pessoal identificada por Laura. Quando foi em busca de estilistas para confeccionar o seu vestido de noiva, que já tinha sido idealizado por ela, encontrou várias dificuldades devido à divergência entre o que ela queria e o processo de produção dos ateliês que não tinham como hábito trabalhar com renda artesanal feita à mão.

O casamento de Laura foi um marco na sua vida pessoal, mas também na vida profissional. Depois de se envolver dois anos pesquisando e estudando as técnicas de produção da renda artesanal no Brasil, para dar forma ao seu sonho, produzindo seu próprio vestido de noiva com as rendas feitas à mão por artesãs do Nordeste, descobriu aí uma oportunidade para empreender.

Depois de ter criado e cuidado pessoalmente da confecção do seu próprio vestido de noiva, a divulgação deste investimento veio com a exposição da peça no dia do seu casamento. Uma de suas amigas, impactada com o resultado da beleza do vestido, encomendou o seu vestido de noiva para Laura. Este foi o incentivo que faltava para Laura perceber que aí nascia um novo empreendimento.

A criação do vestido da amiga possibilitou à empreendedora desenvolver habilidade para entender as demandas, necessidades e desejos trazidos pela cliente e que eram diferentes dos de Laura. Assim entendeu rapidamente a diferença entre fazer um vestido para ela e fazer disto, isto é, confeccionar vestidos de noivas, um negócio voltado para clientes em geral.

Laura compreendeu que precisaria não apenas se capacitar em temas relacionados ao desenvolvimento dos produtos como em técnicas de modelagem, costura, como também se dedicar a cursos ligados à gestão, venda, produção e marketing. Encontrou no Sebrae o apoio de que precisava para dar este salto profissional e aprimorar as estratégias do seu negócio.

A marca oferece aos seus clientes duas linhas de produtos. Uma, que é a linha premium desenvolvida pelo ateliê, com peças exclusivas, desenvolvidas sob medida para cada cliente. Os vestidos de noiva que, em geral, levam de 3 a 6 meses para serem produzidos são confeccionados no ateliê. A outra linha é a prêt-à-porter ou pronta para vestir, uma linha produzida seguindo os valores de sustentabilidade da marca, o uso de rendas e bordados feitos à mão, de tecidos naturais, porém as peças não são únicas.

A tradição das rendas brasileiras e a imersão feita pela empreendedora nos grupos de artesãs que são detentoras destas técnicas ancestrais que fazem parte do patrimônio imaterial brasileiro, pois foram introduzidas no Brasil com a vinda das primeiras imigrações europeias, é o que gera valor para a marca.

Laura foi conhecer o processo de produção de bordadeiras e rendeiras que vivem no Nordeste e organizou sua produção a partir de um processo colaborativo com essas artesãs. A marca conta com a produção de sete associações, localizadas em cinco estados e beneficia em torno de 350 famílias de artesãos.

O mergulho na cultura brasileira deu pistas e trouxe uma oportunidade de negócio. Os primeiros anos de formatação do negócio foram dedicados à pesquisa, estudos e desenvolvimento do processo de gestão e de produção alinhados ao propósito do empreendimento – confeccionar roupas para um público seleto que investe em produtos com alto valor agregado e exclusivos, tendo como grande diferencial de valor empregar aos produtos confeccionados pela marca rendas brasileiras artesanais feitas à mão.

Mas nem tudo são flores e, como todo negócio, ele requer pontos específicos de melhoria e necessita estar sempre aprimorando os processos. Uma das dificuldades apontadas pela empreendedora é em relação à logística de produção pelo fato de a confecção das peças contar com uma rede de artesãs situadas no Nordeste, enquanto a marca está em Brasília. Além disso, o negócio requer estratégias específicas e muito bem desenhadas de controle de qualidade da produção.

Outro aspecto que é um dos pontos de atenção e que requer investimento constante por parte da empreendedora é com relação às estratégias assertivas para encontrar clientes tanto por meio das redes sociais, quanto por meio presencial.  Como muitos empreendedores, Laura já percebeu que, por mais que o meio digital seja, atualmente, vital para a divulgação de qualquer negócio, há um obstáculo difícil de ser ultrapassado que é conseguir números expressivos de seguidores que sejam, de fato, clientes em potencial. Ao mesmo tempo que o espaço digital traz uma facilidade para lançar uma marca e começar a gerar visibilidade em torno dela, não significa necessariamente que as pessoas que estão vendo e seguindo sejam consumidores da marca. 

Desta maneira, o investimento para se conseguir clientes é alto e exige eficiência e conhecimento profundo por parte do empreendedor do perfil alvo de cliente da marca, assim como, um processo de comunicação bem estruturado tanto para comunicar os valores e conceito da marca, quanto para capturar de maneira correta as demandas e desejos dos clientes. O sucesso de mercado das coleções depende desta competência de saber identificar de maneira mais efetiva as necessidades a serem atendidas dos clientes.

Negócios como a marca criada por Laura inovam por meio de aspectos específicos ligados à cultura e à identidade e são tendências no mundo inteiro, pois exploram o potencial dentro de um contexto econômico definido pela economia criativa. Laura traduziu, por meio de suas criações, o luxo da tradição do fazer à mão em valor para produtos contemporâneos.

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