A empresária Hortência Osaqui precisou de determinação e criatividade para dar continuidade ao projeto de agrofloresta desenvolvido por seu pai durante 40 anos e conseguir gerar renda a partir da produção do bacuri. Não tão consumida em outros lugares, a fruta é uma das mais populares da região amazônica.
Hortência iniciou a sua vida profissional na área de mineração, atuando como engenheira florestal ao longo de muitos anos em uma grande empresa do setor. Mas, determinada a dar continuidade ao trabalho feito pelo pai na zona rural de Augusto Corrêa, no Pará, ela decidiu voltar à fazenda da família e investir na produção rentável do bacuri.
Empreendedorismo e sustentabilidade
Após algumas tentativas frustradas de vender a fruta in natura para os comerciantes locais, Osaqui fez as suas próprias pesquisas de mercado e percebeu que precisava achar uma nova maneira de ter lucro com a fruta.
Foi então que buscou a ajuda do Sebrae para descobrir como agregar valor à produção. Após consultorias, a empresária aprendeu sobre industrialização de produtos agrícolas e deu início ao seu empreendimento. “Ajudou muito nessa questão de verticalizar o negócio, a ter esse entendimento da agroindústria. Também me ajudaram na parte de orientação da legislação, de legalização da produção.”
Hoje, além da venda de geleias, licores e frutas secas, o negócio também tem uma frente turística. A Fazenda Bacuri lançou, em 2015, a chamado Bacuri Experience, ideia que combina o turismo com a produção. “Você vem para a fazenda, contempla o que temos, mas de forma diferente do tradicional. A gente
fala da importância da cadeia produtiva e de como uma pequena família na Amazônia trabalha de forma sustentável.”
Consolidando o empreendimento
A empresária destaca que, além do fortalecimento da marca, a parceria com o Sebrae foi importante para a divulgação eficaz do produto, que é fruto da biodiversidade e da agricultura familiar. Desse modo, a promoção do negócio ajuda não só nas vendas, como também na valorização da região e de seu modelo de desenvolvimento econômico.
Hortência destaca que a parceria com o Sebrae não foi interrompida durante a pandemia e fez a diferença no desenvolvimento da empresa. “Começamos a receber treinamentos voltados para venda, para as mídias sociais, recebemos apoio para treinamentos, para portfólio, catálogos, marcas. O Sebrae foi fundamental.”
Para o futuro, a empresária está empenhada em mudar a visão das pessoas sobre a agroindústria. Para isso, deseja dar ênfase às características representativas da zona rural, como a sustentabilidade e o desenvolvimento local, para atrair clientes interessados em alimentos saudáveis.
"O Sebrae ajudou muito nessa questão de verticalizar o negócio, a ter esse entendimento da agroindústria. Também me ajudaram na parte de orientação da legislação de legalização da produção."