Colaboradores
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Fonte: Histórias de Sucesso: Mulheres de Negócios do Amapá. Macapá: Sebrae/Ap,2007
Nas contas dos sonhos
Vilma Servat conseguiu provar que quando se tem competência, vontade de prosperar e confiança em si mesmo é possível se estabelecer com qualquer atividade, ainda que a concorrência seja o maior obstáculo. Ela, que no principio apenas teve curiosidade pelos assuntos contábeis, tornou-se uma contabilista respeitada, cuja credibilidade vem da experiência que adquiriu nas idas e vindas em que chegou a acreditar que tudo estava na área de atuação e não desistir no primeiro obstáculo. Insistir sempre e concretizar todo dia um pedaçinho de seu sonho.
Compensação do esforço
Vilma Servat tem hoje em seu escritório de contabilidade sete colaboradores, com os quais divide as tarefas. Três deles ficam na frente para tomadas de decisões, que depois são repassadas aos demais colaboradores, uma delas, de muito sucesso, é a da personalização dos malotes. Atende a todas as categorias de empresas, procurando diferenciar o atendimento, conforme a personalidade de cada cliente. Os próprios clientes realizam a divulgação do seu empreendimento. "Aprendi que temos que correr atrás do conhecimento, fazendo cursos, palestras, e principalmente faculdade, para que sejamos profissionais qualificados. Acredito que é preciso incentivar os colaboradores de forma que eles trabalhem com mais eficiência, isto faz com que o resultado seja satisfatório, afirma Vilma.
Mudança de vida
Vilma Servat trabalhava em uma agência bancária na função de caixa, onde diariamente recebia guias de tributos dos mais variados tipos de empresas. Gostava do trabalho porque a contabilidade lhe despertava a curiosidade. Passou então a procurar conhecimento sobre os assuntos contábeis, e a curiosidade evoluiu para uma paixão que a levou a fazer o curso técnico em contabilidade.
Depois de habilitada para abrir seu próprio escritório, casou-se e foi morar com o marido em uma pequena cidade do Paraná, onde havia espaço reduzido para montar seu negócio. Já havia na cidade outros escritórios e por algum tempo Vilma teve que trabalhar com apenas um cliente. Foi quando surgiu a oportunidade de mudar-se para Itaituba, no interior do Pará. Lá ela começou a realizar seu sonho de ter um bom escritório de contabilidade. O primeiro espaço que ocupou para trabalhar foi a sua própria casa, pois ainda não possuía recursos para alugar uma sala apropriada para o seu escritório.
Durante um ano e meio trabalhou com afinco, conquistou clientes, até que o espaço deixou de comportar o tamanho de seu trabalho. Conseguiu então alugar um local bem maior, no centro da cidade, onde ficou por dez anos, já totalmente estabelecida no mercado pronta para enfrentar qualquer concorrência. Mas o marido de Vilma estava longe de conseguir realizar seu sonho naquele lugar e não aprovava a sua atuação. Foi então que ele recebeu uma proposta para trabalhar no Paraná, não pensou duas vezes, foi-se embora levando a família.
Eram tempos de uma economia confusa no país, e a situação da família mudou muito em razão dos planos do governo de Fernando Collor de Mello. Os negócios do marido não andaram como eles esperavam e em determinado momento Vilma chegou a pensar que estava tudo perdido. Então recebeu uma proposta de um amigo de Macapá que havia recebido uma herança e não tinha prática para administrá-la.
Já em Macapá, depois de auxiliar o amigo, ela teve que correr atrás de emprego na área contábil até que pudesse montar seu próprio négocio. Mas em cada empresa que chegava já havia um contador, de forma que ela chegou a ficar três meses sem trabalhar. “Foi quando um anjo surgiu em minha vida”, conta Vilma. “A Sra. Edna, administradora da Ettal Transportes, estava trocando de contabilista e me ofereceu a vaga. Eu mostrei o que realmente gostava de fazer, e quando ela me perguntou quanto eu cobrava, eu lhe disse que não queria que me oferecesse um salário antes de saber do meu trabalho”.
Ao terminar de fazer todo o levantamento da empresa, a proprietária ficou tão encantada com a eficácia de Vilma que a ajudou a montar o seu próprio escritório, oferecendo uma sala mobiliada para que ela pudesse atender os novos clientes.