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Os agricultores sabem desde sempre que o campo não é homogêneo, já que possui aptidões agronômicas diferentes. Mas, apesar disso, até pouco tempo, era praticamente impossível levar em conta essa variabilidade do solo para melhorar a produtividade. 

Foi o desenvolvimento tecnológico que permitiu, a partir dos anos 1980, registrar essa heterogeneidade. Nascia, então, a agricultura de precisão (AP), que busca medir as variações no tipo de solo, fertilidade e outros fatores de forma a otimizar o plantio. Assim, tornou-se possível minimizar os impactos ambientais, aumentar a sustentabilidade do solo, diminuir os custos, incrementar a produção agrícola – e elevar as margens de lucro. 

Ao contrário dos métodos tradicionais, que manejam a área plantada como se ela fosse uniforme, a agricultura de precisão permite a visualização da variabilidade espacial e temporal dos fatores de solo e clima de cada área agrícola, considerando as peculiaridades de cada parte do local.

O uso intenso da tecnologia é uma característica básica da AP, o que permite ao produtor controlar a lavoura por meio de informações referentes à área plantada. O resultado é o aumento da produtividade de forma mais sustentável do que os métodos tradicionais.

Aplica-se a agricultura de precisão em diferentes fases do processo de produção: no emprego de fertilizantes, plantio, pulverização e colheita. Além disso, ela pode ser muito útil onde necessita-se fazer a análise do solo, como características químicas e físicas, nível de compactação, controle de pragas, gestão de máquinas, entre outros. 

As culturas de milho, soja, café, cana, feijão, bem como na fruticultura são as que mais utilizam a AP. 

Vamos conhecer agora quais são as etapas da agricultura de precisão.

Coleta de dados – identificação das características de cada uma das áreas produtivas (solo, relevo, ervas daninhas, pragas, entre outros), além da produção que já é feita nela.

Planejamento do gerenciamento – avaliação da variabilidade e dos fatores de produção para propor a melhor estratégia de gerenciamento agrícola, criar os mapas de aplicação dos insumos e o diagnóstico de cada parte da lavoura.

Aplicação localizada de insumos – aplicação automática e controlada de insumos nas áreas agrícolas, considerando os dados e avaliações das etapas anteriores.

Vejamos agora quais as principais tecnologias utilizadas pela AP:

• Tratores, adubadoras, colhedoras de café ou pulverizadores – guiados por geolocalização e controlados remotamente por software; 
• Drones – utilizados para captar imagens e fornecer informações para o produtor;
• Sensores – realizam o diagnóstico de variabilidade do solo (identificando porções com manchas, compactação, fluxo de pragas, diferenças climáticas e até erro no manejo de insumos);
• Dispositivos posicionados no solo – podem ser usados para realizar o raio-X completo da topologia do terreno, fornecendo dados sobre resistência, temperatura e umidade;
• Telemetria – analisa a performance das máquinas ou se sua velocidade e marcha estão corretas (precisão que representa queda no consumo de combustível).

Softwares para gestão agrícola

Por meio de softwares, muitos produtores têm conseguido impulsionar os resultados dos seus empreendimentos e conduzir o controle de suas atividades. O software permite ao agricultor ter a dimensão do que entra e do que sai da propriedade, prever a produtividade de um talhão e controlar a gestão de insumos, dentre outros recursos.

Conheça as vantagens e as desvantagens da AP:

Vantagens

• Redução do risco da atividade agrícola;
• Diminuição de custos da produção;
• Melhora do controle de pragas;
• Tomada de decisão mais rápida e assertiva;
• Melhora do controle de todas as fases de produção agrícola a partir do uso de sistemas informatizados de alto desempenho;
• Aumento considerável da produtividade da lavoura;
• Maior longevidade do solo pelo menor uso de defensivos (conciliação entre sustentabilidade e produção agrícola).

Desvantagens (podem ser resolvidas com soluções simples)

• Alto custo com investimento;
• Complexidade de alguns softwares.

Importância da AP para o agronegócio brasileiro

A agricultura de precisão começou a ser incorporada no Brasil na década de 1990, sendo aplicada em vários setores, sobretudo na produção de grãos. A implementação de políticas públicas de financiamento no campo a partir dos anos 2000 permitiu que pequenos e médios agricultores tivessem acesso a novas máquinas e ferramentas de precisão, o que contribuiu para o aumento da competitividade no mercado agrícola.

As cooperativas agrícolas facilitam o acesso da AP aos pequenos e médios agricultores, disponibilizando-as para os seus cooperados.

As soluções mais comuns de AP no Brasil são as relacionadas à aplicação de fertilizantes e corretivos em taxa variável. No entanto, é importante destacar que a agricultura de precisão abrange todos os aspectos da lavoura, como produtividade, solo (características físicas, químicas, compactação etc.), infestação de plantas daninhas, doenças e pragas.   

A AP traz um diferencial relevante para garantir a competitividade e sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Além disso, ela é capaz de aumentar o rendimento das lavouras em todas as regiões do país.

Saiba mais sobre o tema no texto Agricultura de precisão, do Sebrae.

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