Internacionalização do comércio permite que empreendimentos se modernizem e se profissionalizem. Por isso é importante conhecer tudo o que envolve a exportação.

É comum que pequenos e médios empreendedores acreditem que somente grandes empresas são capazes de vender a mercados no exterior. A verdade, entretanto, é que basta um pouco de preparação para conhecer as etapas da exportação e começar a internacionalizar a própria marca - o que facilita a modernização do negócio também quanto ao mercado interno.
O potencial de consumo interno brasileiro é grande, o que faz com que muitas empresas não busquem clientes em outros países. O processo é indicado porque em momentos de crise nacional, por exemplo, é possível direcionar esforços de venda para outras nações, o que dilui os riscos do empreendimento e facilita a sobrevivência de qualquer negócio.
Como funciona
Tudo o que é produzido em solo brasileiro e que é direcionado para o comércio exterior, assim como insumos ou bens importados, precisam passar pela Receita Federal do Brasil (RFB). Uma das funções do órgão é atuar como fiscal aduaneiro, ao checar a documentação e as cargas direcionadas a cruzar as fronteiras nacionais em qualquer meio de transporte. Além disso, é responsável por promover a cobrança de tributos exclusivos da transação. Somente após a liberação, é que os bens deixam ou entram em solo brasileiro.
No entanto, não basta a empresa enviar produtos para fora para fazer uma venda internacional. Esse processo começa muito antes e depende de planejamento.
Conheça as etapas da exportação:
1 - CONTATO COMERCIAL
Como em qualquer transação, é preciso prospectar clientes ou parceiros comerciais em outros países para poder direcionar seus produtos. O próprio empresário pode fazer contatos, participar de feiras e eventos, contratar agentes de exportação e trading companies, entrar em consórcios exportadores, ou ainda instalar uma subsidiária no exterior.
2 - HABILITAÇÃO
O passo seguinte é habilitar a empresa como exportadora no Radar Siscomex. Deve-se habilitar a empresa como exportadora junto à RFB. É preciso ainda credenciar um despachante aduaneiro como representante da transação para os órgãos governamentais.
3 - CLASSIFICAÇÃO
É a definição da classificação fiscal do produto, que é uma das etapas da exportação, na qual se verifica possíveis restrições, necessidade de licenças e o enquadramento de normas de origem e destino.
4 - CONFIRMAÇÃO DA VENDA
Depois que o empreendedor encontra um cliente em potencial e avança na negociação, deve-se enviar uma fatura pró-forma com todas as informações do produto e da transação. Quando o comprador aceita a proposta, ele precisa retornar a fatura assinada para que a exportação ocorra.
5 - CÂMBIO
As exportações são feitas geralmente em dólar. Caso o comprador faça o pagamento antecipado, é preciso esperar a confirmação da transferência, fazer a conversão cambial em um banco e então passar à fabricação do produto. Caso o pagamento seja via carta de crédito, deve-se aguardar o draft da letra de crédito para prosseguir.
6 - FRETE INTERNACIONAL
A empresa deve buscar alternativas de frete internacional, orçar e organizar o processo logístico, desde o início do carregamento até a entrega ao destinatário final. Caso o cliente contrate o frete, a empresa somente vai organizá-lo até o operador logístico contratado pelo comprador.
7 - EMBALAGEM
É preciso embalar os produtos de modo apropriado para longos percursos, o que implica em considerar questões fitossanitárias.
8 - EMISSÃO DE NOTA
Somente quando a mercadoria é carregada para transporte na alfândega é que a empresa deve emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) da exportação, com informações exatas sobre o que foi faturado.
9 - EMISSÃO DA DU-E
A chave de acesso da NF-e permite que o empreendedor providencie a Declaração Única de Exportação (DU-E) no portal Siscomex.
10 - EMISSÃO DE DOCUMENTOS
Demais documentos comerciais, fiscais e financeiros, como commercial invoice, packing list e certificado de origem, podem ser então emitidos.
11 - DESEMBARAÇO
A carga é então enviada ao recinto alfandegado para o desembaraço. O transportador deve apresentar ao depositário a auxiliar da NF-e e outros documentos, para que as informações sejam registradas no sistema.
12 - DESPACHO
Após o registro das etapas da exportação, a carga é levada para despacho. A parametrização atribui um canal de conferência para a carga por sistema de cores, de forma automática. Se for diferente de verde, a declaração será selecionada e conferida por um fiscal da Receita. Se não houver divergência, a carga é desembaraçada e o embarque, autorizado.
13 - AVERBAÇÃO
O embarque da carga é realizado e é informado no módulo CCT, vinculando a carga ao veículo e aos documentos que amparam o transporte. Isso é a averbação do embarque, que confirma a saída do Brasil.
14 - ENVIO DE DOCUMENTOS
Concluídas todas as etapas da exportação da mercadoria a partir do Brasil, a empresa pode enviar os documentos originais para o importador, para que consiga a liberação da carga no destino final.
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