Iniciativas que promovem mudanças sociais por meio do design ajudam a melhorar a percepção de valor das marcas e negócios. Confira três exemplos.

Há quem defenda que uma prática econômica, social e ambientalmente responsável por parte do designer não é suficiente para que o projeto seja definido como design social. O argumento para isso está na defesa de que é necessário que os atores que sofrem com problemas e contextos analisados estejam envolvidos no processo e sejam parte da criação e das decisões, de forma a se apropriarem da solução desenvolvida.
Empreendedores têm buscado cada vez mais essa especialidade do design, tanto para criar um “braço” social para suas marcas quanto para realmente agregar valor à sua cadeia produtiva.
Não à toa, o Design Thinking, apoiado na empatia, na colaboração e na experimentação, tem sido adotado ao redor do mundo como um dos principais canais para promoção de mudanças positivas.
Empreendedores têm buscado cada vez mais essa especialidade do design, tanto para criar um "braço" social para suas marcas quanto para realmente agregar valor à sua cadeia produtiva.
Paula Dib é um exemplo: vencedora de prêmios como o International Young Design Entrepreneurs of the Year, o Trip Transformadores e o Top XXI Mercado Design, é referência nacional no assunto. Designer de produtos formada pela FAAP, logo percebeu o viés insustentável por trás da criação de um produto por si só.
Para conhecer a trajetória da profissional, clique aqui para conferir uma entrevista completa.
Do lixo ao artesanato: escamas e couro de peixe viram moda em Recife
Comunidades carentes da região =metropolitana do Recife estão sendo beneficiadas por um artesanato que alia beleza e preservação da natureza. O ateliê Flor do Mar produz mais de cem tipos de delicadas bijuterias, peças de decoração e utilitários a partir do couro de peixes autorizados pelo Ibama.
Aliado ao processo artístico, o projeto também trouxe emprego e renda a artesãs da região. A Associação das Mulheres Artesãs de Igarassu (Amai) conta com o trabalho artesanal de 45 famílias, que ajudam a atender as demandas do ateliê Flor do Mar.
As escamas são lavadas com uma solução bactericida e germicida, secas e selecionadas antes de serem distribuídas ao grupo de artesãs. Portanto, não há resquício de resíduos ou possíveis odores provenientes dos peixes. Transforma-se, assim, lixo em arte, contribuindo-se para um melhor equilíbrio ambiental e social.
A empresária Cleide Cunha, proprietária do ateliê, descobriu a técnica pesquisando sobre o assunto, além de se inspirar na arte oriental, após morar em Cingapura, na Ásia. A diversidade de produtos tem como elemento básico flores elaboradas em finas camadas de escama. As centenas de itens já foram apresentadas em diversas feiras no Brasil e já conquistaram o mercado internacional, com clientes na Alemanha, Holanda e França.
Histórias positivas sobre a África: Afreaka
Afreaka é o resultado de uma parceria da jornalista Flora Pereira da Silva e do designer Natal de Aquino Giuliano. O projeto conta histórias interessantes e positivas de oito países africanos: África do Sul, Namíbia, Botswana, Zimbabwe, Zâmbia, Quénia, Tanzânia e Moçambique.
Por meio de reportagens e de trabalhos gráficos, os dois têm o objetivo de fugir do estereótipo africano: a fome, a pobreza e as guerras. “A terra africana tem coisas muito mais interessantes para serem contadas: tendências, música, arte, arquitetura, pessoas, projetos sociais, moda, cultura jovem, tradições, diversidade e tudo o que se encaixa na zona de intersecção desses tópicos”, explicou Flora Silva. A dupla mostra com o Afreaka as expressões coletivas e individuais das culturas locais e seus valores agregados, traduzindo-as em textos, fotos e trabalhos gráficos.
Tudo o que está no site do projeto é fruto de uma viagem com duração de quatro meses e meio com ponto de partida em Joanesburgo, na África do Sul. Depois de sete países, o destino final foi Moçambique. “Para cada país foram produzidos oito posts – cada um com uma história e uma ilustração que buscam o real significado da palavra África”, conta Flora.
Quem quiser mergulhar nesse universo de possibilidades, pode procurar a versão do Afreaka no Facebook, Twitter, Pinterest e Instagram. E, claro, no site. O projeto foi financiado através de crowdfunding, que permite que quem gosta do projeto possa ajudar a financiá-lo. Mais de cem pessoas apoiaram a ideia. Todos os que ainda não colaboraram ainda podem fazer parte dessa aventura.
Fontes:
http://greensavers.sapo.pt/
www.afreaka.com.br
Saiba mais
Crowdfunding, traduzido para o português como “financiamento coletivo” ou “financiamento colaborativo”, é a obtenção de capital para iniciativas de interesse coletivo através da agregação de múltiplas fontes de financiamento, em geral pessoas físicas interessadas na iniciativa. O termo é muitas vezes usado para descrever especificamente ações na internet com o objetivo de arrecadar dinheiro para artistas, jornalismo cidadão, pequenos negócios e startups, campanhas políticas, iniciativas de software livre, filantropia e ajuda regiões atingidas por desastres, entre outros. (Fonte: www.wikipedia.com.br)
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